Por: Ricardo Neto, Jornalista da Agência Noticiosa STP-Press
São-Tomé, 22, ( STP-Press ) – As forças da oposição parlamentar são-tomense, MLSTP-PSD, PCD e UDD admitiram quarta-feira a hipótese de não participarem nas próximas eleições previstas para Outubro, caso o poder sustentado por ADI não retroceder da decisão que gerou a criação do Tribunal Constitucional considerado pela oposição de ilegal.
A hipótese foi admitida quarta-feira no final de um encontro com o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, no qual, a oposição parlamentar teria pedido o uso da sua “magistratura de influência” no sentido de fazer o poder retroceder na decisão da criação do Tribunal Constitucional.
“É uma questão a ponderar” respondeu o líder do MLSTP-PSD, Aurélio Martins, quando questionado pela imprensa sobre uma eventual ausência do seu partido nas próximas eleições caso o poder sustentado por ADI não vier a retroceder da sua decisão que produziu o surgimento do Tribunal Constitucional.
Aurélio Martins sublinhou que “ tem de haver retorno” por parte do poder, nesta decisão, tendo depois acusado o “primeiro-ministro e líder do ADI de ter criado o Tribunal Constitucional com objectivo de ganhar as eleições no gabinete”.
Partilhando a mesma posição, o líder do PCD, Arlindo Carvalho disse tratar-se de “uma questão de interesse fundamental” para uma “ justiça eleitoral” com “transparência” uma vez que o Tribunal Constitucional está composto por “pessoas afectas à um só partido político”.
Tendo considerado que a não participação nas próximas eleições “ é uma hipótese a ser explorada”, Arlindo Carvalho disse que acreditar que “há sempre retorno” por se tratar de “ um País de povo pacífico”.
O líder da UDD, Manuel Diogo disse também acreditar num “retorno” por parte do poder do surgimento do Tribunal Constitucional através de “consenso” entre as partes na base de “diálogo a volta de uma mesma mesa”.
Já o Secretário-Geral do ADI, no poder Levy Nazaré, afastou qualquer hipótese de “retorno” sobre a decisão do seu partido, tendo alegado que “na democracia é povo quem mais ordena” com tal “a maioria não deve estar ao reboque da minoria” uma vez que, a oposição apesar de ter sido convidada a participar quis “travar o processo” por isso “ perderam a oportunidade”.
Fim/RN
( Pode ouvir Registo Áudio da STP-Press )
Oposição, Aurélio Martins, Arlindo Carvalho e Manuel Diogo
Poder, Levy Nazaré
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