Quarta-feira, Novembro 27, 2024
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Liceu Nacional de São Tomé e Príncipe conta com três novos laboratórios e um ginásio reabilitado

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São-Tomé, 25 Jun 2024 (STP-Press) –  A ministra da Educação, Cultura e Ciência, Isabel Abreu, inaugurou esta segunda-feira (24) três laboratórios e reinaugurou um ginásio no Liceu Nacional de São Tomé e Príncipe, na cidade de São Tomé, a maior instituição de ensino público do país.

As obras foram financiadas em quase um milhão de euros pelas petrolíferas Sonangol e Total Energy, através da Agência Nacional de Petróleo.

“Os três laboratórios, de física, química e biologia, faziam muita falta à instituição, para o processo de formação, pelo que vêm complementar o nível de ensino e aprendizagem das aulas teóricas, que há largos anos os alunos deixaram de ter, por falta desses laboratórios”, salientou a ministra.

A reinauguração do ginásio, também há anos, praticamente inoperante, acontece numa altura em que está em preparação o arranque dos jogos desportivos escolares, “o que vai conferir aos professores e alunos um espaço condigno para a prática do desporto”, também referiu a ministra Isabel Abreu.

Em representação da Total Energy, Ruy Rodrigues destacou a transversalidade do sector da educação, que “será sempre a maior aposta” da sua empresa, enfatizando o facto do financiamento “ir ao encontro dos objectivos do desenvolvimento sustentável, definidos pelas Nações Unidas”, entre os quais se destaca “a promoção de uma educação de qualidade, inclusiva e equitativa”.

Para a directora do Liceu Nacional de São Tomé e Príncipe, Maria da Graça Carvalho, “os laboratórios farão com que os estudantes não fiquem limitados às aulas teóricas”, enquanto o ginásio “permitirá minimizar a carência de infraestruturas para a prática do desporto no estabelecimento e fará despontar novos talentos do desporto escolar”.

Fim/RN

 

Governo inaugura escola secundária em Micólo com capacidade para 160 alunos

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São Tomé, 24 Jun 2024 (STP-Press) – O governo, representado pela ministra da Educação, Cultura e Ciência, Isabel Abreu, e responsáveis do projecto WACA presidiram, na semana finda, a cerimónia de inauguração de uma nova unidade escolar na localidade de Micólo, Distrito de Lobata, com capacidade para cerca de 160 alunos.

O empreendimento foi executado pelo WACA – Projecto de Gestão das Áreas Costeiras da África Ocidental, com financiamento do Banco Mundial, em 250 mil dólares, no âmbito do projecto “Expansão Segura”, que visa transferir as pessoas das zonas de risco para zonas seguras.

Intervindo na cerimónia, a ministra Isabel Abreu ressaltou a importância da infraestrutura para a comunidade de Micólo, sobretudo porque vem reduzir os custos com as deslocações e outros constrangimentos aos alunos, que tinham de se deslocar à cidade de Guadalupe para frequentarem as aulas.

“Temos hoje o privilégio de estarmos aqui para podermos inaugurar este estabelecimento escolar que vem certamente ajudar a reduzir o número de alunos por turma, na escola de Guadalupe, e também o número de autocarros escolares que fazem o trajecto para esta zona”, sublinhou Isabel Abreu.

A ministra reconheceu, no entanto, que a nova escola não suprirá todas as necessidades da vila, mas manterá os alunos mais perto de suas habitações e famílias.

“Sabemos que esta escola não suprirá todas as necessidades, mas terá uma grande valia para comunidade de Micoló, que terá os seus filhoes mais próximos de casa”, reconheceu Isabel Abreu.

A ministra pediu aos pais e encarregados de ducação, familiares e  população para “uma maior preservação da instalação”, porque segundo acrescentou “servirá para gerações vindouras”.

Em nome do WACA, o sociólogo Olivio Diogo explicou que a construção da escola faz parte do projecto de resiliência às alterações climáticas, que a comunidade de Micólo padece, como a subida do nível do mar e a erosão costeira, e o facto de na zona de expansão segura contemplar uma infraestrutura social.

“A nossa primeira intervenção consistiu na construção de muro de vedação para proteger as casas que estão na zona de risco, … constatamos que só o muro não é suficiente, .. criamos uma zona de expansão segura para retirar as pessoas que estão na zona de risco para zona de expansão segura. Queríamos construir aqui uma infraestrutura social e perguntamos a população o que queria, a população de Micólo escolheu uma escola”, disse o representante do WACA.

“O estabelecimento escolar dispõe de energia e água potável, e tem todas as condições para acolher os alunos de habitações que vamos trazer para aqui na zona de expansão segura”, concluiu Olívio Diogo.

STP Press/JS

Aurélio Martins, novo embaixador para Cabo Verde, promete reforço de cooperação entre os dois países

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São Tomé, 24 Jun 2024 (STP-Press) –  O novo embaixador são-tomense para Cabo Verde, Aurélio Martins, prometeu dar o seu melhor para o reforço da cooperação entre os dois países, sobretudo, nas áreas da saúde, educação, agricultura, pesca e turismo.

Aurélio Martins fez esta afirmação ontem (24), após receber a carta de admissão nas mãos do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Gareth Guadalupe, em cerimónia aberta à comunicação social realizada no ministério.

“Irei dar o meu melhor para que, de facto, São Tomé e Príncipe seja bem representado e que as tarefas sejam de factos cumpridas”, afirmou Aurélio Martins, manifestando o desejo de pretender reforçar a cooperação nas áreas da saúde, educação, agricultura, pesca e turismo.

Aurélio Martins, que vai desempenhar essas funções pela primeira vez, justificou que vai reforçar as relações entre os dois países com base na experiência de Cabo Verde em várias áreas, que “podem, de facto, contribuir para o reforço de parcerias entre os nossos dois países” e que neste quadro de reciprocidade de relações, “podemos fazer melhor e podemos reforçar muito mais as nossas relações”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Gareth Guadalupe, aproveitou a ocasião para destacar a importância das relações entre São Tomé e Príncipe e Cabo Verde~, tendo dito que “esta cooperação é baseada na solidariedade […] sobretudo na área da saúde, em que temos muito boa cooperação”, e que “à semelhança de São Tomé e Príncipe, Cabo-Verde dedica-se muito a agricultura, pesca e turismo”.

Além de referir-se a estudantes são-tomenses em Cabo-Verde, o ministro Gareth Guadalupe sublinhou que “nós temos muitos outros aspectos comuns com Cabo-Verde”.

Aurélio Martins foi presidente do MLSTP/PSD, actual maior partido de oposição são-tomense, de Novembro de 2015 a Abril de 2018, depois de uma curta passagem na presidência do mesmo partido em Julho de 2011, tendo sido por duas vezes candidato às eleições presidenciais de 2011 e 2021. Viveu muito tempo em Angola, como empresário.

Fim/RN

 

 

Tribunal Constitucional cria comissão para fiscalizar as contas dos partidos políticos

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São Tomé, 24 Jun 2024 (STP-Press) – O Tribunal Constitucional de São Tomé e Príncipe criou uma comissão ad hoc com a incumbência de fiscalizar as contas dos partidos políticos e as campanhas eleitorais.

A comissão é composta por três elementos, tendo como presidente, Eugénia Tavares, e dois vogais, que tomaram posse na sexta-feira, em cerimónia presidida pelo presidente do referido tribunal, Roberto Raposo.

Na ocasião, Roberto Raposo referiu, citamos; “a democracia se faz com os partidos políticos e são os políticos que fizeram a lei, e estamos aqui, simplesmente, para cumprir a lei”.

O presidente do Tribunal Constitucional lembrou que a lei determina que os partidos políticos que não prestam contas podem ser extintos.

“Os partidos políticos que prestam contas de forma irregular são passíveis de sanções”, afirmou Roberto Raposo.

O presidente do Tribunal Constitucional citou dois artigos da República, para justificar a criação da referida comissão, nomeadamente “o 23º combinado com o 25º da Lei Nº9/2004”, que impõe que “na fiscalização das contas anuais dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, o Tribunal Constitucional deve estar composto por uma equipa ad hoc”.

Fim/RN

 

Taxa de Inflação Acumulada em Maio foi de 4.7%

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São-Tomé, 24 Jun 2024 (STP-Press) – A Taxa de Inflação Acumulada, referente ao Índice do Preço de Consumidor (IPC), no mês de Maio, foi de 4,7%, com uma variação mensal de -0,2% e variação homóloga de 16,6%.

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas, com data de 19 de Junho corrente, indicam que a “Taxa de Inflação Acumulada situou-se em 4,7% em Maio de 2024, valor inferior em 0,3% em relação ao período homólogo de 2023”.

Segundo o INE, “A Taxa de Variação Mensal do IPC, no passado mês de Maio, fixou-se em -0,2%, valor inferior em 1,2% ao registado em Abril último”. De igual modo “A Taxa de Variação Homóloga em Maio de 2024 foi de 16,6%, valor inferior em 6.5% ao registado no mesmo período do ano anterior”.

Os produtos que mais contribuíram para esse decréscimo de preços foram os cereais – nomeadamente, milho em grão (-3.4%), farinha de mandioca (-2.5%) e farinha de milho (-1.5%), em carnes – as coxas de frango (-4.4%), fiambre enlatado (-3.5%) e galinha da terra (-0.2%), – açúcar (-3.9%), gorduras vegetais – manteiga sem sal (-7.0%), óleo alimentar (-2.3%) e manteiga com sal (-1.8%), vegetais tubérculos e leguminosos – cebola (-11.7%) e batata inglesa importada (-1.7%), produtos domésticos não duráveis – velas (-18.1%), guardanapos de papel (-17.2%) e fósforos (-14.2%).

Por sua vez, entre peixes, produtos agrícolas e bebidas não alcoólicas que mais subiram de preço foram couve (15%), pimpinela (13.8%), café arábica (10.7%), agulha sombra (6.6%), polvo (4.7%), choco (2.7%), bonito (2.7%), peixe fumo (1.6%) e vermelho (0.7%).

Fim/MF/INE

Missão de Observação Eleitoral da União Europeia congratula-se com STP no cumprimento das recomendações para melhoria do processo eleitoral

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São-Tomé, 24 Jun 2024 (STP-Press) – A missão de observação eleitoral da União Europeia (UE) às eleições de 2022 fez uma “avaliação positiva” do seguimento pelas autoridades são-tomenses das recomendações saídas dessas eleições para a melhoria dos processos eleitorais futuros, admitindo “apoio financeiro para as eleições de 2026”.

A delegação europeia, que é chefiada pela eurodeputada portuguesa, Maria Manuel Leitão Marques, numa conferência de imprensa dada sexta-feira (21) sobre o balanço da missão a São Tomé e Príncipe, considerou que “as nossas recomendações foram tidas em conta e estão a ser seguidas pelo Governo de São Tomé que, inclusivamente, nomeou uma comissão had hoc para o efeito, que tem trabalhado sobre a matéria”.

“Se todas as alterações que constam da proposta fossem aprovadas antes das eleições de 2026 seria uma meta muito ambiciosa“, enalteceu Maria Manuel Leitão Marques, manifestando optimismo que “não é impossível”.

A chefe da missão admitiu, no entanto, que “não está tudo feito e nem podia estar tudo feito”, defendendo a necessidade de garantir a aplicação das principais recomendações, nomeadamente, no que diz respeito à alteração do processo de recenseamento eleitoral, “de modo que todos que tenham capacidade de votar não fiquem de fora”, e a implementação do sistema técnico que permite de forma automática extrair os cadernos eleitorais da base de dados do registo civil.

A eurodeputada portuguesa disse que o processo “naturalmente não está pronto”, mas que “que é bom que esteja pronto para as próximas eleições”.

“Devo dizer-vos que seria difícil em qualquer país do mundo estar pronto, porque são situações que exigem lei, uma lei que não é fácil, uma lei complexa e que exige um sistema de informação que também não é fácil de montar”, reconheceu.

A chefe da missão de observação eleitoral da UE defendeu, no entanto, a necessidade de assegurar maior autonomia da comunicação social pública e alterações relativas ao financiamento dos partidos políticos que já está na lei.

Após as eleições de Setembro de 2022, a União Europeia deixou vinte e duas recomendações às autoridades são-tomenses, dentre eles, a implementação da Comissão Eleitoral Permanenteo respeito pela lei da paridade, alterações de normas para eliminar inconsistências e ambiguidades em várias fases do processo eleitoral, nomeadamente, relativas à duração dos mandatos das assembleias distritais e regionais, cuja duração é de três anos, mas que na prática tem sido de quatro anos.

Fim/RN

Presidente da República acredita quatro novos embaixadores que prometem reforço de cooperação

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São-Tomé, 20 Jun 2024 (STP-Press) – O Presidente da República, Carlos Vila Nova, acreditou esta segunda-feira, 19, quatro novos embaixadores, nomeadamente da Colômbia, Emiratos Árabes Unidos, Ruanda e Turquia.

O primeiro a ser recebido foi o embaixador da Turquia, Can Incesu, que à saída da audiência manifestou o desejo de continuar a trabalhar com STP para o reforço da cooperação existente entre os dois países.

“Vamos trabalhar, vou fazer o melhor que posso para desenvolver as relações entre Turquia e São Tomé e Príncipe”, afirmou o diplomata turco, que acrescentou que os investimentos turcos em STP, nomeadamente no sector energético e aeroportuário ”representam já uma forma de cooperação” e que neste momento “os investimentos privados [turcos] em São Tomé e Príncipe vão abrir portas para outros investimentos privados em São Tomé e Príncipe”.

O outro embaixador, o da Colômbia, Daniel Carabalí, exprimiu o desejo de ver renovadas as relações entre os dois países, em diferentes áreas de cooperação, citando o exemplo de projectos sobre as alterações climáticas, o comércio, ciência e inovação, tecnologia e o sector da educação.

O embaixador do Ruanda, Charles Rudakubana, disse que o seu país quer cooperar com São Tomé e Príncipe em vários domínios, tendo apontado o sector dos transportes como um dos mais possíveis.

Por último, o novo embaixador dos Emirados Árabes Unidos, Salem Alshamsi, reconheceu que, pra já, não existe uma forte cooperação entre os dois países, mas manifestou o desejo do seu país em querer relançar a cooperação, sobretudo nos domínios económicos, apontando os transportes aéreos, como o mais provável.

Fim/RN

São Tomé e Príncipe e o Togo assinam acordo para isenção de vistos para todo o tipo de passaporte

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São Tomé, 20 Jun 2024 ( STP-Press) – O Governo são-tomense assinou com o Governo da República do Togo o acordo de isenção recíproca de vistos para todo o tipo de passaporte.

O acordo foi assinado ontem (18) em Lomé, entre o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidade, Gareth Guadalupe, e o seu homólogo togolês, Robert Dussey.

No âmbito do acordo, os titulares dos passaportes diplomáticos, de serviço e ordinários podem entrar em ambos os países sem a necessidade de visto, por um período não superior a três meses.

O ministro são-tomense dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades aproveitou para discutir com o homólogo togolês questões de interesses comuns entre os dois países e as possíveis áreas de cooperação, sobretudo no domínio económico, comercial e a luta contra a pirataria marítima, que assola a região do Golfo da Guiné, e também questões relativas à paz e segurança em África e no mundo.

Os dois chefes de diplomacia aproveitaram o encontro para analisar também o 9º Congresso Pan-Africano, que vai ter lugar na capital togolesa, de 29 de Outubro a 2 de Novembro do ano em curso. O congresso realizar-se-á sob o lema: “Renovação do Pan-Africanismo e o Papel de África na Reforma do Sistema Multilateral das Instituições – Mobilizar os Recursos e Reinventar-se para Agir.

O ministro Gareth Guadalupe escreveu na sua página de Facebook que o acordo visa também facilitar e estimular o sector empresarial e comercial, “uma vez que muitos dos nossos comerciantes vão ao Togo adquirir produtos diversos”, referindo-se ao facto de a companhia aérea ASKY Airways fazer as ligações aéreas entre São Tomé e Príncipe e outros 25 países de África, no âmbito da parceria estratégica com a Ethiopian Airlines, justificando, por isso, que “este acordo de isenção de vistos vem facilitar a mobilidade dos são-tomenses e promover também São Tomé e Príncipe como destino turístico”.

Diz o ministro que “os cidadãos da República Togolesa e da República Democrática de São Tomé e Príncipe, titulares de passaportes diplomáticos, de serviço ou comuns válidos, poderão, após o cumprimento de todas as formalidades de ratificação, entrar no território do outro, sair dele ou nele transitar sem visto por um período de permanência não superior a noventa (90) dias a partir da data de entrada”.

Gareth Guadalupe era proveniente de Burgenstock, Suíça, onde representou São Tomé e Príncipe na cimeira de dois dias para a paz na Ucrânia, realizada no último fim-de-semana.

Fim/MF

 

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades representou STP na cimeira da paz para a Ucrânia

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São-Tomé, 18 Jun 2024 (STP-Press) – O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Gareth Guadalupe, representou São Tomé e Príncipe na cimeira de dois dias para a paz na Ucrânia, realizada no último fim-de-semana, na cidade de Burgenstock, na Suíça.

Ao intervir no evento, o ministro são-tomense foi muito aplaudido pelo discurso que proferiu, sobretudo quando disse que “todos os participantes terem reconhecido o quão importante teria sido a presença da Rússia na cimeira”.

“Todos reconhecemos que era importante que nesta cimeira a Rússia estivesse presente. Quando eu digo todos, mesmo até a Ucrânia o reconheceu. Mas também devo dizer que se não falarmos da paz, a paz nunca chegará. Só com entendimento é que nós vamos conseguir essa paz por via do diálogo. É preciso nós falarmos da mesma, mesmo que não tenha um dos principais interlocutores nesta matéria”, afirmou Gareth Guadalupe.

Para o chefe da diplomacia são-tomense “foi um primeiro passo que uma centena de países e organizações internacionais deram”, acrescentando que “o grande objectivo é continuar a apelar à via do diálogo e numa solidariedade ao nível da comunidade internacional, podemos atingir essa paz o mais rapidamente possível”.

Gareth Guadalupe destacou o facto de São Tomé e Príncipe ser amigo da Suíça e amigo da Ucrânia, mas também não deixa de ser amigo da Rússia.

“Nós podemos ser amigo de alguém e condenar uma determinada acção da pessoa. Creio que os amigos devem ser verdadeiros entre si. Por isso, em termos gerais, creio que a cimeira sobre a paz na Ucrânia foi produtiva. É verdade que, não tendo aqui um dos principais interlocutores, temos que continuar a falar e falando em nome de São Tomé e Príncipe, continuamos abertos e estamos disponíveis a poder continuar a dialogar e tudo fazer para que mais rapidamente possa se atingir a paz na Ucrânia”, defendeu o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades.

Gareth Guadalupe pronunciou-se também sobre a questão da segurança alimentar, que sublinhou ser “particularmente urgente”.

“Os cereais e outros produtos à base de cereais representam quase 20% da nossa cesta básica de consumo. Esses bens essenciais não são produzidos internamente, tornando-nos fortemente dependentes das importações. A Ucrânia, conhecida como o celeiro da Europa, interrompeu a produção e exportação regular de cereais”, por isso “apelamos aos países influentes e às organizações multilaterais aqui presentes para que defendam mudanças políticas que garantam que nenhuma nação seja deixada para trás, ajudando a mitigar os impactos adversos dos programas financeiros, que podem agravar ainda mais a insegurança alimentar e as dificuldades econômicas de São Tomé e Príncipe”, sublinhou o ministro, dando exemplo de que “se tivermos que aumentar o IVA, os preços dos combustíveis e de eletricidade como parte da medida prévia para o Programa de Facilidade de Crédito Alargado com o FMI”.

Para concluir, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades garantiu que São Tomé e Príncipe continua em solidariedade inabalável com todas as nações que defendem uma resolução pacífica e diplomática do conflito russo/ucraniano.

“Acreditamos firmemente nos princípios da paz, direitos humanos e integridade das nações soberanas. Condenamos inequivocamente a invasão russa da Ucrânia como uma violação flagrante do direito internacional sobre a soberania e a integridade territorial da Ucrânia e condenamos igualmente qualquer uso de armas químicas ou outras armas de destruição em massa. Unamo-nos no nosso compromisso com a paz e a segurança. Ao abordar essas questões críticas juntos, podemos abrir caminho para um futuro mais estável e seguro para todos. Vamos garantir que nossos esforços sejam inclusivos e que nenhum país, incluindo São Tomé e Príncipe, seja deixado para trás em nossa busca pela paz e segurança global, acentuou Gareth Guadalupe.

O comunicado final adoptado na Cimeira para a Paz na Ucrânia na Suíça foi rubricado este domingo, 16, por 84 países entre eles Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, e pede que “todas as partes” do conflito estejam envolvidas para se alcançar a paz.

Foi subscrito por 84 países, incluindo os da União Europeia, Estados Unidos da América, Japão, Argentina, Somália e Quénia.

Entre os países presentes que não assinaram o comunicado estão os Estados-membros do BRICS, de que fazem parte o Brasil, Índia e África do Sul, bem como pelos ausentes a China e Rússia. Também não subscreveram o documento Arménia, Barém, Indonésia, Líbia, Arábia Saudita, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e México.

Fim/MF

 

Patrice Trovoada em entrevista à RFI: São Tomé e Príncipe “não está numa situação de abismo como oposição descreve”

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São-Tomé, 17 Jun 2024 ( STP-Press ) – O Primeiro-ministro são-tomense esteve presente na sexta-feira, 14 de Junho, na Conferência sobre “Democracias em África” organizada pela Internacional Democrática do Centro, que decorreu no Senado francês. Em Paris, Patrice Trovoada reagiu às criticas da oposição, afirmando que “a oposição não contribui para encontrar solução para o país”, e defendeu que São Tomé e Príncipe “não está numa situação de abismo como a oposição descreve”.

RFI: Foi um dos intervenientes do segundo painel intitulado “Desafios da Democracia, Estado de Direito e Eleições Transparentes”. Que desafios enfrentam os países africanos nas questões de democracia e, nomeadamente, São Tomé e Príncipe?

Patrice Trovoada: Felizmente, São Tomé e Príncipe é uma democracia que funciona. Somos poucos exemplos como Cabo Verde e poucos países que têm um sistema que funciona, mas que precisa de ser consolidado. Hoje, de facto, o que nós observamos no mundo, não só em África, mas também na Europa, na América Latina, Ásia é que a democracia está em perigo. No nosso caso, há dois aspectos que eu acho que são fundamentais: o primeiro é continuar a consolidar o sector da Justiça, para que não seja só uma justiça que se manifeste apenas durante as eleições – e, felizmente, no nosso caso, não tem havido problemas – mas que seja uma justiça que as pessoas sintam presente todos os dias. Isso é algo em que estamos empenhados, na reforma do sistema judicial em São Tomé e Príncipe. O outro aspecto é o desenvolvimento económico, como sabe estamos numa situação bastante crítica do ponto de vista financeiro e a comunidade internacional precisa de olhar para países como os nossos, que são bons exemplos de democracia, mas também bons exemplos pelas condições de várias ordem, precisam sempre do concurso financeiro dos outros.

Apostamos muito no sector privado em São Tomé e Príncipe, como sendo um dos maiores parceiros para o desenvolvimento do sector privado nacional. O Sector privado é, evidentemente, externo, estrangeiro e que tem mais capitais. Há um certo número de aspectos que só podem ser abordados com financiamento multilaterais, donativos ou concessões para que haja sustentabilidade da dívida. Tem sido cada vez mais difícil os países africanos contarem com esses contributos, não só dos organismos internacionais, mas também de alguns parceiros bilaterais ocidentais, nomeadamente.

Na alocução que fez referiu, várias vezes, a palavra “consenso”, o consenso que é necessário para o desenvolvimento e para haver democracia num país. Que consenso é esse?

Refiro-me ao consenso porque a democracia abre a porta também à alternância. É preciso que os actores políticos tenham o entendimento consensual daquilo que são as grandes obras, os grandes dossiês estruturantes que irão servir fundamentalmente ao povo, mas a qualquer partido político que é chamado a governar como sendo os alicerces fundamentais do desenvolvimento económico.

Quais são esses alicerces?

Por exemplo em matéria de sustentabilidade das finanças públicas, eu herdei de um país sem reservas cambiais. Um país com inúmeros problemas funcionamento do aparelho do Estado, com uma corrupção que alastrou como uma dívida, nomeadamente, no sector dos combustíveis insustentáveis. Só com Angola quase 300 milhões de dólares e essas questões têm que ser tratadas de modo a que elas não continuam a ser um impedimento. Quando o povo decide pela alternância e você chega e herda numa situação que o povo, depois de dois, três anos, fica com dúvidas sobre a sua escolha. A educação, por exemplo, é fundamental que haja consenso sobre a reforma da educação para perceber o que pretendemos. Falei na questão da Justiça, das infra-estruturas também, é preciso que nós tenhamos modelos consensuais para lidar com as infra-estruturas. É nesse aspecto que eu disse que a alternância não pode ser um recomeçar, no que diz respeito aos alicerces fundamentais de um ponto de vista económico.

No primeiro painel sobre democracia foi evocada a forma como a guerra na Rússia e Ucrânia está a criar uma nova configuração de paz e segurança para o continente africano. Qual é que é o seu posicionamento relativamente ao que está a acontecer? Existem impactos em São Tomé e Príncipe?

Essa guerra trouxe impactos, nomeadamente, numa primeira fase naquilo que foi a segurança alimentar, mas traz também outros tipos de inquietações; primeiro, os recursos que são disponibilizados para atender essa situação de guerra. Toda a gente vê os números bastante altos que hoje são consagrados ao esforço de guerra por parte de países parceiros com da Europa, nomeadamente, que é um grande parceiro do continente africano. Mas também coloca o problema da corrida aos armamentos e essa questão parece-me um pouco em contradição com aquilo que tem sido a política internacional, que é a resolução pacífica dos conflitos, a primazia do direito internacional e a necessidade de estamos sentados à mesa de negociação e dialogar. Estamos preocupados porque estamos convencidos de que não estamos a evoluir no bom sentido quanto à resolução desse conflito, que nos afecta a todos.

No continente africano temos os nossos conflitos também e que, por ordem de ideias, têm sido esquecidos. São conflitos que, do ponto de vista humano e humanitário, são de extrema gravidade. Na RDC são milhões de mortos, no Sudão há centenas de milhares de mortos e eu acho que a humanidade é uma e é preciso termos um pouco de consciência disso – não quero também falar aqui do novo da situação na Palestina e de Israel – ficamos todos a perder porque existe uma categorização do horror, uma categorização da guerra, uma categorização da miséria e faz com que essa grande comunidade que nós éramos há uns anos, comunidade de destino, partilha de princípios que seja a democracia, direitos do homens e liberdade de expressão, está-se a fragmentar em detrimento dos democratas e dos povos.

Os tratados de acordo militar que São Tomé e Príncipe assinou com a Rússia não chocam com os princípios e a postura do partido IDC?

Não, nós não somos democratas, somos de centro-direita e não choca. Aliás, temos durante esses dias temos [em São Tomé e Príncipe] a visita do Almirante Gouveia Melo, que reafirmou os laços muito estreitos que temos com Portugal, de uma maneira geral, e com todos os países do Atlântico, na defesa daquilo que é o nosso bem comum. É evidente que cooperar no domínio da formação, no domínio de trocas de informações ligadas aos tráficos, ao terrorismo com a Rússia, para nós não constitui problema nenhum. Aliás, eu quero dizer que no domínio da segurança, quando existem ameaças comuns, os países mais teoricamente antagonistas conseguem cooperar.

Vou vos dar um exemplo, na situação do Médio Oriente, há países que, por razões específicas, conseguem falar. Por isso não há exclusão. Nós não temos um conflito com a Rússia. Nós condenamos a Rússia por ter violado o direito internacional ao invadir a Ucrânia. Nós estamos presente na conferência na Suíça, mandei o ministro dos Negócios Estrangeiros representar São Tomé e Príncipe, embora a Rússia não esteja presente, mas nós entendemos que era preciso nós estarmos presentes para marcar a nossa solidariedade com a Ucrânia nesse conflito, embora nós pensamos que a via negocial seja a melhor e não continuamos com o conflito armado.

Uma questão sobre a política interna: O movimento Basta, que conta com dois assentos no parlamento são-tomense, pede um diálogo nacional para analisar a situação do país que “enfrenta uma crise económica e social sem precedentes”. A oposição acusou-o de “não respeitar as instituições democráticas”. Como é que responde a estas acusações?

Felizmente somos uma democracia com liberdade de palavra, de expressão. A oposição, o MLSTP e o Basta são os principais responsáveis da situação de crise em que se encontra o país e da ruptura das negociações com o FMI. Isso é preciso ser claro. Eu não vejo como o movimento Basta, que tem muitos problemas com a gestão do país, alguns dirigentes que são delinquentes fiscais. O MLSTP que teria que responder também de muitos actos de má gestão, querem vir sentar na mesa da negociação com o FMI. Nós havemos de conduzir essa negociação, defendendo os interesses superiores da nação que foi o mandato que nós recebemos e nós não recebemos o mandato para co-gerir a relação do FMI com esses movimentos. Se é preciso pedimos esforços aos são-tomenses, existem mecanismos de facto para podermos falar com os são-tomenses e pedir-lhes para fazer o esforço necessários, como também os são-tomenses têm mecanismos para poderem manifestar o seu agrado desagrado com o governo. Creio que é uma manobra politiqueira que de momento não interessa, que não vai distrair o governo porque o que nos preocupa agora é o dia-a-dia dos são-tomenses, é o abastecimento em combustível do país, é encontramos, de facto, a melhor via de tornar as nossas finanças sustentáveis. Não se trata de um exercício simplesmente sobre papel. É um exercício que temos que fazer tomando em consideração as consequências sociais para as populações.

Portanto, está aberto ao diálogo?

Com o FMI, sim. Com a oposição, eu estou aberto, sou uma pessoa muito concreta, sou trabalhador. O país precisa de gente concreta e que falam de coisas concretas, com soluções concretas. A oposição só está realmente a distrair as pessoas e estão com uma agenda política, mas têm tempo. As eleições são em 2026 e até lá o governo governa e o governo realmente vai à procura dos recursos que podem contribuir para uma solução. A postura da oposição hoje não é nenhum recurso que contribui para a solução do país.

Quando descrevem que “São Tomé e Príncipe está à beira da derrocada económica”, qual é que é a solução para a situação económica do país?

São Tomé e Príncipe tem problemas de curto prazo. São Tomé e Príncipe não tem problema de médio prazo. São Tomé e Príncipe é um dos poucos países que é capaz de fazer uma transição energética, uma descarbonização de 40% naquilo que é a produção energética dentro de 12 a 18 meses. Por conseguinte, a médio prazo, o país não tem problema. O país tem sim, uma situação crítica que advém da gestão anterior, que é um país que se encontra sem divisa quando é dependente a 90% das importações. Essas questões têm que ser resolvidas de uma maneira técnica, que seja aquela que não compromete demasiado o futuro. Quer isso dizer que o ideal seria donativos e créditos concessionados para podermos sair da situação em que nos encontramos.

No imediato?

Sim, no imediato, mas se não é possível, há um preço a pagar. Se você vê hoje qual é a taxa de juro da Federal Reserve nos Estados Unidos, o país com economia forte, a taxa de juro e uma taxa de juro que está se a pedir a São Tomé e Príncipe a encontrar empréstimo a taxa de juro três vezes inferior que a taxa de juro do Fed e com um período de maturidade muito superior. Cabe às autoridades são-tomenses de fazer o esforço e decidir em função das várias oportunidades que lhe aparecem. E vamos fazer isso porque o país não pode parar.

Como é que se explica isso aos santomenses que vivem numa precariedade, os são-tomenses que querem deixar o país. Nos últimos meses houve um aumento substancial da taxa de emigração?

Sim, a taxa de emigração deve-se a várias razões e isto não me preocupa. Quer dizer, as pessoas saem à busca de melhor e é perfeitamente normal. Agora se olharmos para os índices em São Tomé e Príncipe, comparando com outros países que não quero citar, nós não estamos assim tão mal. Se olharmos para o nível de inflação, posso dar vários exemplos de países que estão com uma inflação muito maior que São Tomé e Príncipe. Se eu falar do salário mínimo em São Tomé e Príncipe, há países cujo PIB e os recursos naturais são 100 vezes superior a São Tomé e não têm o salário mínimo que nós praticamos em São Tomé e Príncipe. A expectativa dos são-tomenses e a exigência dos são-tomenses é normal e apreciável, mas o país não está numa situação de abismo como a oposição quer descrever. Qual é o nosso desafio hoje? É encontrar dinheiro barato, taxas de juro que sejam compatível com sustentabilidade da dívida e com aquilo que o FMI definiu como aceitável.

É nisso que o senhor primeiro-ministro está a trabalhar neste momento?

É isso que me leva a correr o mundo, a desdobramos em contacto, em reuniões. Vou deixar a conferência agora para me encontrar com instituições financeiras privadas aqui em Paris. Estarei na próxima semana no Médio Oriente também para discutir com autoridades, países árabes e também instituições financeiras, para ver se nós encontramos uma solução. Uma solução terá que haver. Qualquer que seja a solução, não será o penso ideal, mas é um problema de curto prazo que nós temos, porque o médio prazo e longo prazo parece que as perspectivas são muito melhores.

Relativamente à concessão do aeroporto ao FB Group de investidores turcos, quando existe financiamento de 100 milhões de dólares na China. Há quem o acuse, nomeadamente o movimento Basta, de fazer uma gestão que “não inspira confiança”. Como é que reage?

Honestamente, eu tenho dificuldade em comentar o movimento Basta, muito honestamente, Nós encontrámos um projecto de alargamento da pista do aeroporto por 100 milhões de dólares e um alargamento no lado do mar, em que, do ponto de vista dos agregados e do impacto ambiental no espaço é um bocadinho perigoso. Nós definimos que não era prioridade o alargamento da pista com 100 milhões de donativos. Dissemos aos chineses que se houver 100 milhões de donativos, nós preferimos pistas rurais, estradas para permitir aos agricultores do interior do país de trazer, de ter mais motivação em produzir e escoar os seus produtos para a capital e para a exportação. Os chineses entenderam isso perfeitamente. Nós dissemos que, quanto ao aeroporto, nós preferíamos ir para uma solução de parceria público-privada, o que aconteceu de forma tranquila. A China vai investir em duas estradas rurais que vão descentralizar uma parte também do interior do país e está muito contente de intervir nesse sector. E nós temos agora o FB Groupque vai, dentro de 20 meses, dotar São Tomé e Príncipe de um aeroporto da classe internacional para 500.000 passageiros, por isso estamos tranquilos.

Fim/Lígia Anjos – RFI

 

 

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