Por: Josimar Afonso em Portugal num especial 12 de Julho para STP-Press

Lisboa, 16 Jul ( STP-Press) – As comunidades São-tomenses na diáspora, concretamente em Portugal, Reino Unido e Reino de Marrocos comemoraram o 44º aniversário da Independência de STP com várias atividades destacando  feira de livros, debates, atividades desportivas e culturais e Noite de  Gala com homenagens à destacados membros da diáspora.

Cresce a cada ano o número de são-tomenses que deixam as ilhas de São Tomé e Príncipe  e emigram a procura de melhores condições de vida, por questões de saúde e uma boa parte maioritariamente jovens, por questões de estudos ou de trabalho.

O 12 de Julho tem sido nos últimos anos data marcante onde os são-tomenses na diáspora reúnem-se para comemorar a independência de STP e promover a cultura, língua e a gastronomia das pequenas ilhas do meio do mundo.

12 de Julho na Comunidade São-tomense em Portugal.

Para comemorar os 44 anos de independência em Portugal, um grupo de  associações são-tomenses  nomeadamente a Mén-Non, a ACOSP, a PROSADESC, a   PLATAFORMA CAFUCA, o  Fórum da Diáspora e a Minu-Yié em parceria com a Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal e a  Camara Municipal de Oeiras realizaram um conjunto de atividades, com destaque para uma feira de livros, entrega do prémio “Alda Espirito-Jovens que inspiram” e uma mesa redonda sobre o tema “ As redes sociais e a sua influência na tomada de decisões políticas e Sociais em STP”.

Na feira de Livros foram postas a venda vários exemplares de mais de 40 obras de escritores são-tomenses e que falam de STP. A presidente da Mén-Non, Ilidiacolina Vera Cruz,  disse que o tema deste ano são os contos africanos e tem como destaque a escritora são-tomense Olinda Beja.  “Nós vamos dedicar o tema mais as crianças, porque nós achamos que existem muitos contos da qual as crianças devem ter contacto para começarem a formar a ideia do mundo que habitam”.

Sobre a mesa redonda, a presidente da Mén-non disse que “o que nos incentivou para escolha do tema é pelo facto de  hoje em dia nós termos a certeza de que as redes sociais têm uma carga tanto positiva como negativa para tomada de decisões em vários ângulos [em São Tomé e Príncipe]”. A comunidade que reside na diáspora tem as redes sociais como um dos principais meios de informação, uma vez que não podem acompanhar nem a Rádio Nacional nem a TVS. Ilidiacolina Vera Cruz acrescentou que o debate foi organizado porque “  nós sabemos que existem aquelas informações falsas que, muitas vezes, são um fenómeno completamente desagradável e nefasto para qualquer sociedade”, por isso disse que “ seria bom que nós fizéssemos bom uso das valências e vantagens que as redes nos dá e não da parte negativa”.

Por fim, além das atividades culturais, marcadas por músicas e danças, o dia da independência em Portugal, ficou marcado ainda com a entrega do primeiro prémio “Alda Espírito Santo-Jovens que Inspiram”, uma iniciativa para homenagear e perpetuar o nome da histórica líder e poetisa são-tomense, Alda Espirito Santo, e incentivar os jovens que trabalham no ativismo social em Portugal. O troféu foi atribuído  ao jovem activista social Mário Lopes, que obteve maior número de votos dos internautas através de uma votação online.

12 de Julho na Comunidade São-tomense Reino Unido

O Reino Unido é hoje um dos maiores destinos dos são-tomenses que emigram para Europa.

Naquele país, há três anos que um grupo de são-tomenses denominado “Telaventos” realiza uma grande Gala onde reúne a comunidade residente em Inglaterra e noutros países da europa numa noite de muita dança, música, gastronomia e homenagens através da entrega do prémio “Os fantásticos da Diáspora”.

Na III grande Gala Telaventos deste ano foram homenageadas oito figuras que a organização considerou terem destacados na valorização e promoção de STP, nas áreas como a cultura, ativismo, empreendendorismo, gastronomia, entre outras. Nesta edição, receberam o troféu o conceituado cantor são-tomense, Álvaro Lima (Gapa), Octávio Bandeira do Fórum “Informar com Verdade”,  a jovem produtora de conteúdos e repórter do Bem-vindos da RTP África, Neusa Sousa, o jovem cantor Dj Isaias; Miro Kikola; Teresa hairStyles Lda  e os Restaurantes Arte D’Cozinha e Bela Lisboa.  

Mesaro Soares, director de Marketing do Telaventos, lamentou que “começamos este prémio [há três anos] pelo facto de não existirem pessoas nem entidades em São Tomé e Príncipe a incentivar as pessoas que estão a fazer trabalhos expcional na diáspora”. Tendo considerado que “a motivação não é só material ou financeira”, o músico e organizador de eventos, disse que “é importante homenagear as pessoas publicamente para que elas possam continuar a fazer bem”.

A Grande Gala Telaventos que juntou cerca de 400 pessoas, ficou marcada também por um momento de solidariedade, onde se arrecadou um valor de 150 Libras através do leilão de uma camisola autografada do jogador do Benfica, o Luso-santomense Guedson Fernandes. E no campo desportivo, a equipa dos são-tomenses em Inglaterra sagrou-se campeã de um torneio de futebol 11 ao vencer a adversária de Angola por 1-0.

12 de Julho na Comunidade São-tomense no Reino de Marrocos.

A comunidade são-tomense no Reino de Marrocos é formada  essencialmente por cerca de 170 jovens que prosseguem os estudos em várias áreas e com a responsabilidade de representar e elevar o nome de São Tomé e Príncipe uma vez que o arquipélago não tem representação diplomática nas terras do Rei Mohammed VI.

A Associação dos Estudantes São-tomenses em Marrocos  tem se tornado nos últimos tempos uma das mais dinâmicas e criativas com reconhecimento e impacto que transcenderam o Reino de Marrocos. Na comemoração dos 44 anos de independência de STP, Edmilson Pereira, presidente da Associação desta associação disse que “levando em consideração a importância da data para nós os estudantes, promovemos um conjunto de atividades académicas, científicas, culturais, gastronómicas e desportivas no sentido de partilharmos este momento que para nós é de bastante relevância”.

O Jovem estudante acredita que “ não obstante a distancia que nos separa da nossa terra natal, o dia em questão[12 de Julho], é importante vivermos na mesma intensidade como os são-tomenses em outros locais ou mesmo em STP” e considerou que “a nossa responsabilidade torna ainda mais acrescida, na medida em que nós, a comunidade são-tomense em Marrocos, não dispomos de uma representação diplomática [do Estado são-tomense], por isso tivemos atenção de convidar algumas individualidades públicas e privadas aqui em Marrocos para partilhar quele momento, manifestando a cultura são-tomense, o saber estar e saber fazer do nosso povo”.

Reflexão sobre os 44 anos de Indepêndencia de São Tomé e Príncipe

Na mensagem e reflexão sobre os 44 anos da independência de São Tomé e Príncipe,  Mesaro Soares defendeu foi perentório ao referir que “o desenvolvimento de São Tomé e Príncipe passa pela diáspora”. O  director de Marketing do Grupo Telaventos em Londres considerou ainda que “nós não podemos continuar a querer criar, desenvolver ou construir o país sem pensar na diáspora” acrescentando que “qualquer executivo que realmente quiser envolver a diáspora terá mais benefício, porque nós temos uma diáspora muito mais bem preparada do que há 5, 10 ou 15 anos e por isso temos que usar essa diáspora”  e concluiu considerando que “temos que dar abertura, temos que ser recetivos para trabalharmos em conjunto e desenvolvermos São Tomé e Príncipe”.

Já o jovem presidente da Associação dos Estudantes São-tomenses no Reino de Marrocos, Edmilson Pereira, considerou que “se São Tomé e Príncipe está como está do jeito que está a responsabilidade é coletiva”. O Jovem mestrando em Comércio Internacional acredita que  “os 44 anos de independência de STP tiveram momentos marcantes para o próprio país, momentos positivos” defendeu que agora “o mais importante é trabalharmos juntos, unidos para que possamos no futuro próximo conhecer dias melhores”.

Por sua vez, a presidente da Mén-Nón, Ilidiacolina Vera Cruz disse que “ chegando aos 44 anos de independência de STP eu espera muito mais”. Vera Cruz referiu que “eu espera que  o país estivesse numa melhor situação política, económica, social que tivesse uma melhor educação e maior preocupação ao nível da saúde”. Num clar momento de emoção, melancolia e ao mesmo tempo de esperança, a presidente da Associação das Mulheres São-tomenses em Portugal disse que “olhando para STP neste momento dos 44 anos d eindependência a única coisa que me ocorre é uma tristeza profunda de temos o país como temos” e finalizou referindo que “ eu tenho esperança que um dia nós consigamos ter este país que nós todos sonhamos e almejamos, com tudo quanto um cidadão e uma cidadã merece e tem direito, enquanto membro de uma sociedade”

Fim/JA,RN

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