Texto: Manuel Dênde ** Foto Arquivo: Lourenço da Silva

São Tomé, 10 de Jul. 2019 (STP-Press) – Um grupo de cidadãos da Ilha do Príncipe, residentes na Ilha de São Tomé, mostram-se revoltados e decepcionados com ausência de barco para viabilizar a ligação à partir da capital do país (cidade de São Tomé) para a Ilha do Príncipe.

Destes cidadãos, contam-se alguns que vivem na Diáspora e que uma vez na ilha de São Tomé, vêem-se privados de se deslocarem a cidade de Stº António, capital da Ilha do Príncipe, devido ausência de barco.

Um desses cidadãos, designadamente, Dulce Rosa, residente em Portugal e de férias no país natal, revelou à STP-Press a sua angústia com a situação de paralisia e/ou ausência de embarcações para viabilizar a ligação inter-ilhas.

Dulce Rosa mostrou-se descontente com a situação, que segundo ela “mais grave quando adquiri, aqui na cidade de São Tomé materiais de construção no valor de 200 mil Dobras, maioria bastante frágil e me autorizaram introduzi-los [material] no barco “Príncipe, que vê-se impedido para efectuar viagem para Cidade de Stº António, na Ilha do Príncipe”.

Para Dulce Rosa, a situação torna-se de facto revoltante e assume carácter de enganosa porque, “deixaram-me carregar o meu material num barco que não sai do Porto e pessoas sabiam que se o tal barco tem problemas não me deveriam deixar carregar a mercadoria, paga-la assim como custos alfandegários, assim como de ENAPORT, na cidade de Stº António”.

Ainda no âmbito desta preocupação, um grupo de naturais da ilha do Príncipe que vêem-se privados em se deslocar a cidade de Stº António, anunciaram que vão reunir ainda hoje com o ministro da Defesa e Ordem Interna, Coronel Óscar e Sousa, para se encontrar uma solução para o problema.

E sem entender as causas da inoperância da embarcação e não sabendo quem é responsável pela embarcação: “Príncipe”, o qual apenas tem um comercial que dá a cara, Dulce Rosa apela as autoridades marítimas para desbloquearem a situação porque tal paralisia está a lhe causar sérios transtornos, nomeadamente, de ordem profissional em Portugal.

“Eu tenho meu trabalho [lá em Lisboa], os dias escasseiam e devo seguir ainda esta semana para Lisboa, e deveria acompanhar a descarga dos meus materiais, e hoje não posso porque não sei quando é que o barco sai do Porto de São Tomé para Stº António”, lamentou.

Sabe-se que o navio “Príncipe”, feito de fibra, exige medidas apertadas de segurança, o qual faz com que o IMAP adoptou medidas mais rigorosas, e que inviabiliza a circulação do mesmo, que já dispõe de 12 toneladas de carga, para seguir para a Cidade de Stº António.

Entretanto, fonte do IMAP (Instituto Marítimo e Portuário) contactada pela STP-Press, bastante parco nas suas declarações, disse-nos que a tripulação do navio Príncipe tem “a nossa prescrição e quando preencherem-na o navio obviamente deixará o Porto de São Tomé para Stº António”.

Ao que se sabe, o barco Príncipe é administrado por um grupo de privados e se encontra impedido de seguir viagem para a Ilha do Príncipe, devido ausência de um Radar exigido pela autoridade fiscalizadora de navegação marítima (IMAP).

Fonte do IMAP disse-nos que essas exigências surgem no âmbito de apertadas medidas de segurança, tendo em conta o recente naufrágio do barco “Anfitrit”, e que o barco Elebey VII viabilizado pelas autoridades São-tomenses em cooperação com a Guiné-Equatorial não se encontra ainda de forma permanente no país, efectuando pontualmente carregamento de cargas no âmbito de circulação periódica que faz entre as Ilhas de África Central, maioria das quais pertence a vizinha Guiné-Equatorial.

Fim/MD

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