Texto: Ricardo Neto *** Foto: Cristiano Dondo
São-Tomé, 21 ( STP-Press ) – A OMS felicitou hoje o governo são-tomense pela iniciativa de realizar a segunda campanha de tratamento de massa contra a filaríase linfática [ giba ] que inicia quarta-feira no arquipélago, declarou esta manhã a Representante Interina desta organização das Nações Unidas em São-Tomé, Claudina Cruz.
“ Organização Mundial da Saúde, OMS felicita o Governo pela iniciativa de realizar esta segunda campanha de tratamento de massa, intervenção provada como eficaz na luta contra as doenças tropicais negligenciadas” disse Claudina Cruz, tendo sublinhado que “a luta contra a filaríase linfática trará benefícios para as nossas populações.”
Além de tratamento de pelo menos 80% da população alvo da doença, Claudina Cruz disse que campanha visa “a eliminação da filaríase linfática no País com três ciclos de tratamento de massa, prevenir o aparecimento de novos doentes, reduzir o estigma e a discriminação as possíveis novos doentes, melhorar saúde e por conseguinte melhorar a capacidade de subsistência das famílias e o desenvolvimento socioeconómico”.
Tendo que a OMS “mobilizado assistência técnica, recursos e parceiros para a realização desta campanha”, a representante explicou que “sendo esta triterapia uma medicação eficaz e segura”, a organização aconselha a todos que adiram a esta campanha que começa amanhã [quarta-feira] e percorrerá todo São Tomé e Príncipe nos próximos 2 meses.
“Se o País continuar com esse desempenho, na segunda e terceira campanhas poderá a filaríase linfática estar eliminada deste país num futuro bem próximo” disse para depois acrescentar que “em São Tomé e Príncipe, a filaríase linfática é uma doença secular e actualmente todos os distritos sanitários, incluindo a região autónoma do Príncipe, são endémicos”.
Recordou ainda que decorrente do Plano Diretor Nacional, São Tomé e Príncipe lançou em 2018 a sua primeira campanha de tratamento de massa contra a filaríase linfática, na qual obteve uma cobertura de 80% , abrangendo todo o território nacional.
“A filaríase linfática é uma das doenças tropicais negligenciadas das mais debilitantes, que provoca sério problema de saúde pública, com impacto económico marcante, para além do estigma e a discriminação, a que ficam sujeitas as pessoas afectadas, decorrente das complicações crónicas da doença tais como a elefantíase dos “órgãos sexuais” (o chamado muclucu), a elefantíase dos membros inferiores (a chamada giba) por apenas citar dois exemplos, disse Claudica Cruz em mensagem por ocasião desta iniciativa do executivo de Jorge Bom Jesus.
Na África, 32 dos 47 países da Região Africana da OMS são endémicos à filaríase linfática e precisam realizar campanhas de tratamento de massa, junto a outras estratégias na perspectiva de eliminar esta doença, que por sinal também transmitida por mosquito.
A Organização Mundial de Saúde, criou um programa global para eliminar a doença como problema de saúde pública em países endémicos, com o lançamento da iniciativa em Maio de 2000, Santiago de Compostela (Espanha).
Já em 1997, a Assembleia Mundial da OMS instou os Estados Membros a investir em diferentes áreas da luta contra a filariose linfática para a sua eliminação como problema de saúde pública.
Fim/RN