Por:  Ricardo Neto, Jornalista da Agência de Notícias STP-Press

São-Tomé, 16 Mai ( STP-Press ) – A advogada do ex-ministro são-tomense das Finanças, Américo Ramos, que se encontra em prisão preventiva, a jurista Celiza Deus Lima, pediu demissão da Bastonária da Ordem dos Advogados, Célia Posser, por não se ter pronunciado sobre este caso judicial, tendo, a Bastonária alegado que a Ordem não está ao serviço do constituinte da supra-citada advogada.

“ Nós consideramos, que perante a tamanha ilegalidade, a tamanha barbaridade e atrocidades, a tamanha violação flagrante da lei e da constituição, a Ordem dos advogados não se pronúncia” disse Celiza Lima, pedindo que “a Bastonária se demita por não reunir condições para representar a classe e de não reunir condições para defender o Estado de direito democrático”.

Em resposta, a Bastonária da Ordem dos Advogados, Célia Posser disse que “ as declarações da Doutora Celiza são completamente descabidas, falsas e maliciosas”, tendo sustentado que o constituinte da advogada “ não é o único que está em prisão preventiva, existem outros presos que estão há mais de um ano, e a Ordem não está ao serviço da Doutora Celiza nem do seu gabinete”.

Ainda nas suas declarações, a advogada do ex-ministro das Finança, a jurista Celiza de Deus Lima disse “ a veia política da senhora Bastonária da Ordem dos Advogados não lhe deixa ter uma posição isenta, imparcial no âmbito de todo este processo”.

Em resposta, a Bastonária, Célia Posser disse que “quem tem uma veia política muito forte é a Doutora Celiza, porque temos constatado diariamente, na televisão e na praça pública, o seu gabinete a vir reclamar para que a Ordem aja em favor do seu constituinte”, tendo sublinhado que “ o nosso trabalho não é defender os presos do gabinete da Doutora Celiza”.

Este ataque e contra-ataque surge 48 horas depois da advogada do ex-ministro são-tomense das Finanças, a jurista Celiza Deus Lima ter declarado que “Américo Ramos é um homem livre” por decisão do “Juiz do Supremo que o colocou em liberdade” na sequência de um recurso de agravo.

De acordo com Celiza Lima, a decisão do juiz Bandeira surgiu na sequência de um recurso de agravo interposto junto do Supremo Tribunal de Justiça em defesa de Américo Ramos, mas que depois a decisão foi revogada como consequência de um incidente de suspeição interposta pelo governo contra o juiz em causa.

Vinte quatro horas depois, o advogado do governo, o jurista André Aragão veio declarar que “ Estado [ governo] não violou qualquer norma legal, mas, pelo contrário exerceu um direito que lhe assiste” ao introduzir um “incidente de suspeição contra o juiz, a quem foi distribuído o recurso do agravo” que colocaria em liberdade o ex-ministro Américo Ramos.

Américo Ramos foi detido pela Polícia Judiciária em abril último, tendo ficado em prisão preventiva após ter sido presente ao tribunal de primeira instância, sendo suspeito de enriquecimento ilícito e branqueamento de capitais na sequência de empréstimos contraídos pelo anterior governo.

Fim/RN

DEIXE UM COMENTÁRIO

Digite seu comentário!
Seu nome