Texto: Ricardo Neto e Neisy Sacramento ** Foto: Lourenço da Silva
São-Tomé, 03 Mai, ( STP-Press ) – O primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, hoje no seu discurso de 3 de Maio, dia mundial de liberdade de imprensa, apelou hoje aos jornalistas e técnicos da comunicação social para reivindicarem o lugar do 4º poder, tendo argumentado que, para tal, devem “demonstrar na pratica, a competência, responsabilidade, profissionalismo e isenção” no exercício das suas funções.
“Para nós [governo] a comunicação social deve reivindicar o seu lugar de 4º poder, de facto, devendo para, tal, demonstrar na prática, a competência, responsabilidade, profissionalismo e isenção”, disse Jorge Bom Jesus, que aconselhou a classe a pautarem pelos princípios da ética, moral e deontologia profissional de modo a evitar a “vulnerabilidade” da classe.
“Hoje, mais do que nunca o profissional da imprensa não deverá nem poderá ser conotado como comissário, agente político ou um mero servidor de interesses de certos grupos, outrossim, os fazedores da comunicação social são ouvidos, os olhos, a boca e a voz da sociedade de forma a tornar melhor o selo de garantia para a manutenção da democracia e da liberdade de expressão”, acrescentou.
Tendo reconhecido “ condições difíceis em que trabalham” órgãos estatais da comunicação social, nomeadamente, a Rádio Nacional, a Televisão são-tomense e Agência STP-Press, Jorge Bom Jesus disse que “ da parte do governo tudo será feito a medida do nosso alcance para a mudança desse paradigma”.
“ É imperioso que os jornalistas e técnicos da comunicação social se organizem mais e melhor no âmbito do exercício da profissão, pois a nossa vontade política, enquanto governo, é resolver com urgência necessária a situação da carreira profissional, uma questão que se arrasta ao longo de vários anos” – sublinhou o chefe do governo.
Tendo acrescentado que “ o nosso modelo de governação pressupõe uma comunicação social imparcial, isenta, independente com verdade, transparência e prestação de contas”, Jorge Bom Jesus disse que “ não há democracia forte sem uma imprensa responsavelmente excelente”.
Na sua intervenção, o presidente do sindicado de jornalistas e técnicos da comunicação social, Helder Bexigas disse que queremos aproveitar esta ocasião para incentivar todos os jornalistas e profissionais da comunicação social em São Tomé e Príncipe a serem fiéis aos princípios e aos códigos da sua profissão a serem respeitadores da ética e da deontologia que regem a nossa profissão e a lutarem sempre por uma imprensa verdadeiramente livre, rigorosa e imparcial”.
Bexigas disse ainda que “ aos jornalistas que aqui tenho a honra de representar, não esqueçais nunca de que uma imprensa livre, livre, pluralista e investigativa é imprescindível para um país como nosso que se quer próspero, desenvolvido e livre”, garantindo que o sindicato “não abdicará das suas responsabilidades e estará sempre firme em defesa da classe”.
Já o presidente da Associação dos jornalistas são-tomenses, Juvenal Rodrigues disse que “congratulamo-nos com o ambiente positivo que se vive no país, no que respeita à liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, consagradas na nossa constituição”.
Juvenal Rodrigues recordou que “há dois anos, a Associação dos Jornalistas São-Tomenses denunciou publicamente que não se podia falar”, tendo acrescentado que “vivia-se no País, o período mais sombrio do Estado de Direito Democrático”.
“Felizmente, esta página foi virada com novo cenário político que emergiu das eleições de Outubro de 2018. A maior parte dos eleitores decidiu dizer basta ao sufoco para respirar melhor e exprimir livremente as suas opiniões,” – sublinhou Rodrigues no seu discurso.
Indo pelo mesmo diapasão, o vice-presidente do Conselho Superior de Imprensa, Manuel Dendê disse no seu discurso que “é verdade que hoje não se assiste situações de bufaria passe expressão, censura e não existe felizmente nenhum caso de suspensão e/ou de queixa judicial contra Jornalistas, aos quais devemos saudar”.
Dendê acrescentou que “todavia, é bom de facto que cada profissional se empenhe no seu trabalho com responsabilidade augurando dias melhores e de modo que São Tomé e Príncipe se afigure e deixe de ser anonimato no relatório da ONG ‘’Reporteres Sens Fronteire’’ e que o Mundo reconheça a competência de cada um dos Jornalistas nacionais e reforce as suas instituições Democráticas e assim, a Democracia pular em São Tomé e Príncipe”.
Os discursos foram proferidos no acto de abertura da jornada de reflexão sobre os desafios do jornalismo no desenvolvimento de São Tomé e Príncipe, seguido depois de apresentação de vários temas com sessões de debates numa organização conjunta do Sindicato e a Associação da classe em parceira com a Secretaria de Estado para Comunicação Social.
Fim/RN