Texto: Ricardo Neto *** Foto: Lourenço da Silva
São-Tomé, 15 Abr ( STP-Press ) – Uma comissão especializada da Assembleia Nacional, o Parlamento são-tomense , ausculta esta manhã o Procurador Geral da República, Kelve Nobre de Carvalho e a Directora Geral da Polícia Judiciária, PJ, Maribel Rocha face às trocas de acusações entre ambos com denúncia de usurpação de poderes na detenção e interrogatório de dois ex-ministros, – Soube hoje a STP-Pres de fonte parlamentar.
Trata-se de uma iniciativa da Comissão dos assuntos, políticos, jurídicos, constitucionais e ética da Assembleia Nacional face as denúncias proferidas pelo Procurador e pela Directora da PJ numa troca de acusações entre ambos, que depois desembocou, numa outra entre o Presidente da República, Evaristo Carvalho e Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus.
Tudo começou há pouco mais de duas semanas, quando o Procurador-Geral da República, Kelve de Carvalho acusou a Polícia Judiciária, PJ, de usurpar os poderes do Ministério Público ao deter e ao impedir de viajar dois ex-ministros, tendo condenado “veementemente” a atuação desta polícia e prometido “restabelecer a legalidade”.
Quarenta oito horas depois, a directora da Polícia Judiciária, PJ, Maribel Rocha lamentou e criticou atitude do Procurador-Geral da República, tendo declarado que a detenção do ex-ministro das Finanças foi validada por próprio Ministério Público, MP, e, acusando-o de ter posto em liberdade ex-ministro das Obras Públicas por uma imunidade parlamentar inexistente.
O Presidente da República, Evaristo de Carvalho 48 horas depois numa mensagem a Nação teceu duras crítica ao governo, sublinhando na altura que “a usurpação das competências exclusivas do Ministério Público pela Polícia Judiciária supostamente em obediência as ordens superiores para deter cidadãos violando os princípios sacrossanto do Estado de Direito que faz do Ministério Público, um titular exclusivo da ação penal”.
Em resposta, o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus rejeitou e considerou “sintomática e prenunciadora do “deja-vu” as declarações do Presidente da República que acusou de querer “encobrir alguns dirigentes que usaram indevidamente o erário público”, tendo apelo a comunidade internacional para estar “atenta à ardilosa arquitetura política com objetivos inconfessáveis”.
Mas, 24 depois de troca de acusações entre ambos, o Presidente da República, Evaristo Carvalho recebeu em audiência o Primeiro-Ministro, Jorge Bom Jesus, num encontro a porta fechada, mas, que no final fontes disseram a STP-Press que “houve entendimento” e que “ o clima já está desanuviado”.
E, hoje o parlamento já está a ouvir o Procurador Kelve de Carvalho para mais tarde auscultar a diretora, da JP Maribel Rocha, estando previsto auscultação terça-feira a ministra da Justiça, Ivete Lima “certamente, para se alcançar um outro entendimento”, assegurou esta manhã, a fonte parlamentar
Fim/RN