Texto: Manuel Dendê *** Foto: Lourenço da Silva
São Tomé, 04 de Abr. 2019 (STP-Press) – Um Juiz de instrução criminal do Tribunal de São Tomé decretou no final desta tarde, a prisão preventiva do ex-ministro das Finanças de São Tomé e Príncipe, Américo Ramos, – soube-se hoje de fonte judicial.
Detido nas últimas horas, Américo Ramos foi ouvido esta manhã pelo Ministério Público, de onde saiu para o Tribunal, a fim de ser ouvido pelo Juiz de instrução para conhecer as medidas de coação.
Ex-governante e actual Assessor Económico e Financeiro do Presidente da República Evaristo Carvalho está implicado num escândalo financeiro envolvendo mais de 47 milhões de dólares com parceiros asiáticos em nome de Estado de São Tomé e Príncipe.
Detido na tarde de quarta-feira, na cidade de São Tomé, Américo Ramos chegou ao Ministério Público por volta das 09:30h TMG, escoltado por três viaturas da Polícia Judiciaria (PJ), com cerca de 10 agentes, de onde permaneceu acompanhado da sua advogada, Celiza Deus Lima.
Mais de cinco dezenas de militantes do Partido ADI manifestaram diante do Ministério Público em seu apoio, gritando “Américo o Povo está contigo”.
Neste grupo de apoiantes destacam-se o ex-ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Teodorico Campos, ex-ministro da Defesa e Administração Interna, Arlindo Ramos, ex-ministra da Justiça, Administração Pública e Direitos Humanos, Ilza Amado Vaz.
Destacam-se também alguns Deputados do ADI, nomeadamente, Arlindo Santos, Alda Ramos, Martinho Domingos, José Miguel, Pedro Carvalho, Jorge Bondoso, Salvador Afonso e Mário Sousa, ex-Diretor da Empresa de Águas e Electricidade (EMAE).
De acordo com algumas informações, na base da acusação está o facto de Américo Ramos ter subscrito dois Acordos de empréstimo num total de 47 milhões de Dólares e que as actuais autoridades não conseguirem desvendar o paradeiro desse dinheiro.
Destes, 30 Milhões com um empresário chinês detido, igualmente, na China, e de 17 Milhões de dólares com Fundo do Koweit, para a reabilitação do principal centro hospitalar do país, que passados 12 meses nunca conheceu o início das obras.
Recorde-se recentemente o actual ministro das Finanças de São Tomé e Príncipe, Osvaldo Vaz, anunciou no Parlamento que autoridades do Fundo Koweitiano já estão a cobrar juros resultantes da contracção de tal dívida.
Fim/MD