Texto: Ricardo Neto ** Foto: Lourenço da Silva

São-Tomé, 14 Marc ( STP-Press ) – O governo são-tomense vai continuar a pressionar o Procurador Geral da República para dar celeridade aos casos judiciais amontoados no Ministério Público sob pena de “cair-lhe em cima” disse o primeiro-ministro, Jorge Bom Jesus, hoje no balanço de cem dias da sua governação.

 “ Há necessidade de continuarmos a pressionar o Procurador para que ele encontre solução rápida, não teremos outra alternativa senão cair-lhe em cima.” disse o primeiro-ministro referindo-se aos processos criminais ainda por investigar pelo Ministério Público, apesar de algumas pressões já exercidas pelo executivo de Jorge Bom Jesus  em cumprimento da sua política contra corrupção.

“Nós [governo] temos estado a pressionar a Procuradoria-Geral da República para que dossiers de cabelos e barbas brancas possam ser revolvidos para o bem da nossa democracia e para o bem de São Tomé e Príncipe” – disse Jorge Bom Jesus.

Jesus acrescentou que “ há inúmeros dossiers na Procuradoria e temos pedido celeridade, foi precisamente isto que a ministra da área pediu ao Procurador e, eu em despacho junto ao Presidente da República pedi que também usasse a sua magistratura de influência para que esses dossiers possam ser resolvidos, para que não se continue a descredibilizar a justiça e que os culpados sejam responsabilizados”.

Relação entre Governo e Presidente da República

Questionado sobre a relação entre o Presidente da República e seu o Governo, Jorge Bom Jesus respondeu que “é uma coabitação saudável e de grande credibilidade”, tendo acrescentado que “até prova do contrário não tenho queixas”.

“ Sei que a sua pergunta é um pouco maliciosa, possivelmente o reforço que se fez no staff do senhor Presidente da República, relativamente aos assessores” disse Bom Jesus ao jornalista autor da questão, para depois concluir que “ Nós [governo] estamos tranquilos, há um interdependência, mas também uma relação entre os órgãos, vamos trabalhar dentro dos limites que a própria constituição impõe”.

Relativamente ao seu poder sustentado por uma aliança parlamentar formada pelo partido que lidera, o MLSTP-PSD mais a coligação PCD-MDFM-UDD, Jorge Bom Jesus responder que “ vai muito bem …”, tendo considerado uma aliança de “ responsabilidade patriótica” com vista a garantir a “estabilidade política e governativa” do País, rumo ao desenvolvimento sustentável.

“ Nós estamos unidos numa causa que é de garantir a estabilidade política e governativa deste, Pais, sem a qual não é possível almejar qualquer desenvolvimento”, disse Jorge Bom Jesus, sobre aliança da maioria parlamentar que sustenta o seu executivo.

Avaliação na função publica a partir do próprio governo

Tendo anunciado a implementação já neste primeiro semestre de um processo de avaliação de competências e qualidades na função pública a começar do seu próprio elenco governamental, o primeiro-ministro disse que “ aqueles que não derem conta de recado serão substituídos”.

  “ Estamos profundamente empenhados na inclusão de todos, porque não acredito seja quem ou partido que for tirar este País de subdesenvolvimento sozinho. Precisamos de todas as competências”, disse o chefe do governo.

Disse ainda que “temos de atrair o investimento estrangeiro direto, promover o sector privado” com vista a se atingir o crescimento económico, sublinhando ainda que “ a salvação desta economia é também investir no tecido empresarial, na inovação, na tecnologia, na economia digital, sobretudo, na criatividade dos nossos jovens, para que se crie autoemprego, emprego…” de modo a desafogar a função pública.

Realizações dos cem dias e Projectos para este ano

Tendo-se referido “ algumas realizações pequenas mas significantes” ao longo dos cem dias da sua governação, Jorge Bom Jesus, citou a reposição da hora de São Tomé e Príncipe, a retificação do horário da função pública, a reposição dos juízes do Supremo Tribunal Justiça, legalização na votação dos magistrados do Tribunal Constitucional, normalização da situação energética, redução da propina na universidade pública e dos passes escolares, dentre outras ações.

Em termos de perpectivas a curto prazo, Jorge Bom Jesus citou “alguns projectos estruturantes” designadamente, o alargamento da pista do aeroporto com financiamento da China, a construção de um porto acostável multiuso, a requalificação da marginal da cidade de São-Tomé com financiamento da holanda e Banco Europeu de Investimento, a reabilitação da estrada número da capital de São Tomé à cidade da Neves, distrito de Lembá, previstos a iniciarem ainda este ano.

Fim/RN

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