Por: Ricardo Neto, jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São Tomé, 21 Jan (STP-Press) – O presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Silva Cravid recusou comentar as acusações do advogado Adelino Pereira, segundo, as quais, o Supremo estaria a “orquestrar uma estratégia” para tirar a Cervejeira Rosema das mãos dos Irmãos Monteiro e devolvê-la ao empresário angolano Mello Xavier.
“Eu não me pronuncio sobre essas declarações porque quem as fez deve saber porque as fez e deve estar no seu juízo perfeito”, disse sexta-feira o juiz Silva Cravid, no final de uma audiência de apresentação com o Presidente da República, Evaristo Carvalho.
Reagindo a suspensão do juiz do Tribunal de Lembá, que devolveu cervejeira Rosema aos irmãos Monteiro em detrimento do empresário angolano Mello Xavier, o advogado dos Monteiro, o jurista Adelino Pereira acusou o Supremo Tribunal de Justiça de “orquestrar uma estratégia para tomar de assalto” a empresa e devolvê-la ao empresário angolano Mello Xavier.
“Não podemos pensar noutro propósito senão o de assalto da cervejeira e a sua entrega ao senhor Mello Xavier”, disse Adelino Pereira, reagindo à decisão do Conselho Superior dos Magistrados Judiciais, que suspendeu o juiz do Tribunal de Lembá, António Bonfim Gentil Dias, por alegada desobediência ao Supremo Tribunal de Justiça que havia decidido contrário.
Em substituição de Gentil, o Conselho decidiu nomear o juiz José Carlos Barreiros para acumular as funções no Tribunal de Lembá, tendo ainda decidido pela abertura de um inquérito para averiguar os factos alegados pelo advogado do empresário angolano Mello Xavier, o jurista Guilherme Posser da Costa no processo que visa a recuperação da cervejeira Rosema a favor do angolano, segundo a deliberação a que a STP-Press teve acesso.
Além de suspensão aplicada ao juiz do Tribunal de Lembá, onde se encontra instalada a fábrica de Rosema, a deliberação do conselho de magistrados ordena ainda que seja instaurado “um processo disciplinar contra António Gentil Bonfim Dias por contrariar e desobedecer o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça.
Em maio passado último, o juiz António Dias emitiu uma sentença numa providência cautelar interposta pela advogada dos irmãos Monteiro, Celiza de Deus Lima, que anulou o efeito do acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de 21 de abril e restituiu “imediatamente” a fábrica de cerveja à Sociedade Irmãos Monteiro.
Fm/RN