Por: Ricardo Neto, jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São-Tomé 13 Dez (STP-Press) – A comissão política do ADI “não tem competência para destituir o secretário-geral”, declarou quarta-feira, Levy Nazaré, reagindo a decisão da sua suspensão do cargo, e denunciou tratar-se de “um plano orquestrado” por “auto-suspenso presidente”, Patrice Trovoada para o “abater” por não ter acatado as suas ordens face as legislativas de 07 de Outubro.
“Não é competência de a comissão política destituir o secretário geral», disse Levy Nazaré, tendo argumentado que “o secretário geral é eleito no conselho nacional”, para depois denunciar que a sua suspensão teria sido “a mando do presidente auto-suspenso do partido [ Patrice Trovoada] que continua a manobrar e infelizmente a influenciar algumas pessoas para tomarem este tipo de atitude”.
“ É um plano orquestrado para me eliminar. Não sei se é só eliminação política, não sei se essa eliminação não vai mais além. A minha vida pode estar em perigo,”, disse Levy Nazaré tendo acrescentado que « sou um alvo a abater dentro do partido, devido a posições que venho tomando, em nome de um ADI mais coeso, mais democrático, um ADI onde os seus dirigentes e militantes possam ter direito de se expressar, de exprimir e de ter ideias e opiniões”.
« Essa arma contra Levy Nazaré tem a ver com na altura do apuramento geral dos votos nulos e brancos pelo tribunal constitucional, que havia um grupo de cidadãos reunidos a frente do Tribunal. Na altura o Presidente do partido estava fora do país, e me ligou pedindo que eu mandasse vir militantes do ADI, para junto do Tribunal para fazer pressão…. Eu havia dito que não dava essa ordem por questão de responsabilidade” – disse Levy Nazaré ilustrando um dos motivos do desentendimento com Patrice Trovoada.
Citando um outro facto causador da rotura com Trovoada, Levy Nazaré, revelou que «depois da decisão do Tribunal Constitucional sobre o resultado definitivo das eleições, o Presidente (Patrice Trovoada) agora suspenso, pede-me para na minha declaração que eu dissesse que as eleições não foram justas, livres, e nem transparentes. Eu respondi que não….., é uma questão de honestidade intelectual. Em minha opinião as eleições do dia 7 foram livres, justas e transparentes».
Sustentando ainda as suas denúncias Levy Nazaré declarou que um dos seus companheiros de partido, Abnildo Oliveira, já lhe havia alertado do plano de Trovoada para o afastar, tendo sublinhado que “ o Abnilde Oliveira me disse aqui na sede, …Levy o dr, Patrice quer te abater como Secretário-geral do partido, e quer te abater como vice-presidente da Assembleia Nacional”.
Tendo revelado a existência de uma campanha no seio do partido para o difamar a mando do auto-suspenso presidente, Nazaré disse que “ são pessoas que andam a difamar e a sujar o meu nome, Arlindo Santos mais conhecido por Bala, Domingos Boa Morte de Santana, Elísio Teixeira, o ex-presidente da Assembleia Nacional José Diogo, Idalécio Quaresma da Trindade, Abnildo Oliveira, e outros, mas estes são os cabeçilhas, desta prática de difamar o meu nome, só porque eu fui eleito vice-Presidente da Assembleia Nacional”.
Ao denunciar também a tentativa de Patrice Trovoada para comprometer a realização da reunião do conselho nacional marcada para domingo, Nazaré disse que “ O Presidente suspenso não quer a realização do conselho nacional, e fez-me um convite para que eu fosse a Lisboa para encontrar-me com ele, para discutir questões do partido, e eu disse a ele que não estou disponível”.
Tendo anunciado que o conselho nacional marcado será mesmo realizado domingo 16 de Dezembro de modo a se fixar a data do congresso próximo electivo do partido, Levy Nazaré disse que “ Não sou candidato nem estarei em nenhuma das listas que possam vir a concorrer às eleições dentro da ADI, e não serei mais secretário-geral do partido. Continuarei como membro da comissão política, e depois do congresso continuarei como militante do ADI. O objectivo talvez é me abater até como militante da ADI”.
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