Por: Ricardo Neto e Neisy Sacramento da Agência de Notícias STP-Press
São-Tomé, 12 Nov. (STP-Press) – A oposição são-tomense formada por MLSTP-PSD e a Coligação PCD-MDFM-UDD negou hoje a existência de qualquer negociação com o partido ADI visando a formação de um governo de base alargada, face as legislativas de 07 de Outubro, anunciaram esta manhã os líderes partidários.
“ Neste momento não existe da parte da coligação PCD-MDFM-UDD e do MLSTP-PSD nenhuma negociação oficial, sime-oficial, oficioso ou secreta com o ADI” disse Jorge Bom Jesus, líder do MLSTP-PSD face as ultimas declarações do líder do ADI, Patrice Trovoada, quanto a formação do novo governo da República.
Tendo assegurado que a oposição “continua aberta ao diálogo”, Bom Jesus acrescentou que “ no diálogo há regras e o ADI neste momento não está em posição de forças para estabelecer as regras do jogo e protagonizar este diálogo da forma como tentou”.
“ Infelizmente durante quatro anos de governação, o País perdeu oportunidade de construir pontes de diálogo porque se governou orgulhosamente só em nome de uma maioria absoluta”- sustentou o líder do MLSTP-PSD.
“ Achamos que neste momento a bola está nas mãos do Presidente da República que deveria ter impulso deste diálogo, auscultando os partidos políticos com vista a formação do próximo governo”, adiantou Jorge Bom Jesus.
Indo pelo mesmo diapasão, Arlindo Carvalho, líder da coligação PCD-MDFM-UDD, na mensagem conjunta da oposição disse que “ neste contexto, espera-se que o Presidente da República entenda claramente esta mensagem do povo [a nova maioria] e aja em conformidade evitando de forma responsável que o País entre num clico de instabilidade sem precedentes”.
“ A nova maioria assume-se hoje de forma inquestionável como alternativa e reitera a sua disponibilidade de assumir a governação no cumprimento da vontade popular expressa inequivocamente nas urnas” disse Carvalho numa clara alusão a sustentabilidade parlamentar da oposição com 28 mandatos resultantes dos 23 mandados do MLSTP-PSD mais 5 de Coligação na base de uma aliança entre ambos.
Já sua intervenção, Carlos Neves, o líder da coligação MDFM-UDD acusou o partido ADI de estar a aliciar “ com muito dinheiro” os deputados da oposição eleitos nas legislativas de 7 de Outubro como forma de tentar forjar uma maioria parlamentar sustentável a sua permanência na governação do País.
“ O ADI tem estado numa ofensiva para comprar pessoas, tem feito oferta de carro, dinheiro, muito dinheiro”, -disse Carlos Neves, sublinhando que “ não se pode estar a tentar comprar pessoas como se os deputados fossem mercadorias”, tendo concluído que “Isto tem de ser denunciado porque não é aceitável numa democracia moderna”.
A conferência de imprensa da oposição surge pouco menos de 48 horas de uma entrevista do líder do ADI, Patrice Trovoada, a TVS e Rádio, durante a qual, defendeu claramente o diálogo com forças políticas da oposição, sobretudo, o MLSTP-PSD para a garantia da estabilidade governativa do País.
Enquanto ADI deu iniciou a uma ronda de contactos para a formação de um novo governo alegando ser o vencedor do escrutínio com uma maioria simples de 25 dos 55 mandatos do parlamento, do outro lado, a oposição reivindica o direito de assumir a governação do país por dispor de uma sustentabilidade parlamentar de 28 deputados na base da aliança entre os 23 mandatos do MLSTP-PSD e 5 mandatos da Coligação.
Fim/RN