Por: Arcangelo Dende, Jornalista da Agência STP-Press
São-Tomé, 18 Set ( STP-Press ) -O Coordenador Nacional do Programa de Luta Contra o Paludismo, Hamilton Nascimento, anunciou para hoje, segunda-feira, o arranque da primeira fase do 13º ciclo de pulverização intra-domiciliar, nos distritos de Água-Grande e Mé-Zochi e distribuição em massa, no próximo ano, dos mosquiteiros impregnados, visando a eliminação do paludismo soube-se esta manhã em São Tomé.
O coordenador, tendo caracterizado reduzidos os dados de morbilidade e mortalidade tornados público, assegurou que “nós queremos chegar a eliminação, ter uma incidência zero, ter um país livre de paludismo”.
Este responsável, que reconheceu os ganhos de um São Tomé e Príncipe livre desta doença de origem infeciosa, incitou a população a colaboração, no sentido de aderir a Pulverização Intra-domiciliar, PID, considerada uma das principais intervenções do programa que conta com apoios dos parceiros para o desenvolvimento do arquipélago.
A primeira fase deste ciclo tem o término previsto para meado de Novembro, por razões logísticas, de acordo com a mesma fonte, não é possível a realização, em simultâneo, deste ciclo em todo o país, advertindo que os restantes distritos e a região Autónoma de Príncipe vão ser contemplados numa segunda fase, por albergarem uma menor densidade populacional.
O paludismo, que infecta anualmente 250 milhões de pessoas, de acordo com os cientistas que recolheram análises em 57 locais da África Centra, tem origem nos gorilas, uma descoberta revelada na revista Nature e que poderá permitir lutar melhor contra a doença.
Das cinco espécies de parasitas por mosquitos que causam a malária em seres humanos, P. falciparum é o mais comum, causando centenas de milhões de casos de malária e mais de um milhão de mortes por ano. “A espécie mais mortal, virulenta e frequente”, esclarece um dos co-autores da investigação, Eric Delaporte.
A equipa de cientistas, coordenada por Beatrice Hahn, da Universidade do Alabama (Estados Unidos da América), analisou perto de três mil amostras de fezes de símios, recolhidas em 57 sítios da África Central, e concluiu que o parasita estendeu-se largamente, em 32 a 48 por cento das situações, aos gorilas do Oeste africano e a chimpanzés.
Usando a técnica sequencial de ADN, os investigadores descobriram que “os gorilas estavam infectados com diferentes estirpes de Plasmodium falciparum, sendo que uma era exactamente o antepassado da estirpe que se encontra no Homem”, adiantou Eric Delaporte. “Por isso foram os gorilas que contaminaram os humanos e não o inverso”.
Segundo os investigadores citados na revista Nature, se o P. falciparum fez o salto para os seres humanos num único contágio, este e os outros relacionamentos revelados pela pesquisa, sugerem que a transmissão entre espécies é rara, o que poderia ajudar no caminho da erradicação da malária.
O paludismo ou malária mata anualmente um milhão de pessoas, 90 por cento das quais na África Subsariana e na sua maioria crianças.
Fim/AD