São-Tomé, 27 Jun 2024 (STP-Press) – Arrancou esta terça-feira (25) na Roça Água Izé, Distrito de Cantagalo, a Décima Edição da Bienal das Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe, que vai decorrer até ao dia 25 de Julho, com um mês de duração.

O evento realiza-se sob o lema  “A (Re) descoberta de Nós – da História ao Património Comum, das Utopias ao Futuro”, e conta com a participação de cerca de 60 artistas nacionais e estrangeiros, nomeadamente, de Cabo Verde, Portugal, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, República Democrática do Congo, Senegal, Togo e França, bem como de representações das diversas organizações da sociedade civil local e estrangeira.

João Carlos Silva, o promotor do evento, justificou a escolha do local, a sede da antiga empresa agrícola Água Izé, como o objectivo de “transformar a Roça Água Izé numa micro cidade rural, transversal, educadora, transformadora e cultural”.

“O que nós queremos fazer é voltar outra vez ao meio rural, como estivemos em 1995 na Roça São João. O que nós queremos fazer com a Roça Água Izé é que através das artes e da cultura (re)inventar uma roça tipicamente colonial, emblemática do Barão de Água Izé, e transformá-la num futuro próximo, numa micro cidade rural, transversal, educadora, transformadora e cultural”, explicou João Carlos Silva.

A cerimónia de abertura foi presidida pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, que enalteceu a realização da Bienal, que segundo o Chefe do Estado “tem sido o maior evento alguma vez realizado no país”.

“A dimensão e a grandeza da Bienal traduz-se hoje como um dos maiores eventos culturais e artísticos realizados em São Tomé e Príncipe”, considerou Carlos Vila Nova, defendendo o envolvimento de todos os são-tomenses para “perenizar a Bienal”.

“Temos de encontrar uma forma para perenizar a Bienal, perenizá-la e fazendo como? Não pode ser apenas uma iniciativa de uns, de criadores, de fabricadores de ideias, mas, de todos nós”, afirmou o Presidente da República.

Para o Chefe do Estado a perenizarão da Bienal ultrapassa a coragem e dedicação que já demonstraram os seus organizadores, sustentando que considera, como disse “uma tarefa de todos”.

Quanto à escolha do local, o Presidente da República congratulou-se com o facto de o epicentro ser a sede da antiga empresa agrícola de Água Izé. Carlos Vila Nova disse que a escolha do local merece uma atenção muito particular “para todos nós, pelo que a Roça Agua-Izé representa para São Tomé e Príncipe e para os são-tomenses, mas, sobretudo, pela perspectiva que esta Bienal abre para transformar essa roça numa microcidade rural”.

Com rasgados elogios às palavras do Presidente da República, João Carlos Silva disse que “quando o Chefe de Estado fala, ele diz o que lhe vai na alma, mas o que lhe vai na alma, felizmente, vai na alma de vários são-tomenses”, sublinhou.

O promotor sai em defesa do Presidente da República, com a ideia de “perenizar a Bienal”: “Perenizar um evento como este, uma instituição como esta, precisa de algum envolvimento, maior financiamento da parte do próprio Estado, ou seja, que em cada Orçamento Geral do Estado, embora pequeno, inscrever uma rubrica para a Bienal”, defendeu João Carlos Silva.

A Bienal deste ano em Água Izé pretende também dar uma atenção especial aos patrimónios naturais, históricos e culturais do país, considerando que os museus existentes e as diversas manifestações culturais de São Tomé e Príncipe se encontram em risco de desaparecer devido a inúmeras dificuldades.

João Carlos Silva disse, por isso, que a Bienal está a cumprir “um desígnio quase nacional que é a reaproximação de povos e culturas e artistas da sub-região em solo são-tomense”.

Fim/RN/ MF/

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