São-Tomé, 10 Jun 2024 (STP-Press) – O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, justificou a decisão de nomear dois novos administradores para a EMAE – Empresa Nacional de Água e Eletricidade, pela necessidade de “acompanhar as novas intervenções na empresa”.

“Tomamos a decisão de nomear duas pessoas que vão poder ver de fora o que se passa na EMAE, é um conjunto de acções que estamos a tomar para percebermos como é que podemos resolver e melhorar a situação financeira e económica da empresa”, disse o primeiro-ministro.

Na conferência de imprensa dada sábado aos órgãos de comunicação social estatais e privados, Patrice Trovoada adiantou que a intervenção visa a tomada de “decisões estruturais” e também com o facto de “como é que nós lidamos com essa urgência que é a transição rápida para energias de fonte renováveis”.

O primeiro-ministro recordou que há muito que as intervenções na EMAE têm sido feitas, “de várias formas”, citando o exemplo da equipa do BAD – Banco Africano de Desenvolvimento, que esteve no país durante três semanas, no âmbito de uma auditoria solicitada pelo governo.

Patrice Trovoada também explicou o contrato com o grupo turco Tesla STP – que explora os novos grupos de geradores instalados na EMAE, solicitado pela missão do FMI, que esteve recentemente no país, dizendo que “está sob apreciação do Tribunal de Contas”.

Num comunicado distribuído à imprensa, na sexta-feira, à noite, no fim da 54ª sessão ordinária, o Conselho de Ministros indicava que “em relação à EMAE, considerando que a situação energética antiga é a principal fonte de dificuldade financeira e de custos suportados pelo erário público, tendo em conta as despesas decorrentes da importação de combustíveis para a produção de electricidade e a deficiência funcional da empresa, o Conselho de Ministros decidiu ordenar uma intervenção urgente na gestão da empresa, a ser conduzida por dois administradores temporários e ad hoc, com os mais amplos poderes de gestão”.

Obras de Requalificação da Marginal 12 de Julho

Na conferência de imprensa, o primeiro-ministro foi questionado sobre a demora no arranque das obras de requalificação da Marginal 12 de Julho, se deve ou não ao impasse nas negociações com o FMI, Patrice Trovoada expressou estranheza, dizendo que “mandaram-me inaugurar – como o outro que atirava pedra e nada acontecia, e eu quero perceber, eu estou a pôr pressão, haverá reuniões esta semana para saber, a final de contas, quando é que arrancamos essa marginal”, esclarecendo que o arranque das obras não depende da assinatura do acordo com o FMI.

Sobre o Aeroporto Internacional

Questionado sobre o plano de intervenção para a melhoria do Aeroporto Internacional de São Tomé, o primeiro-ministro confirmou “para breve” a assinatura do acordo com um grupo privado, que de acordo com o comunicado do último Conselho de Ministros será feito pelos ministros das Infraestruturas e Recursos Naturais, Jose de Carvalho Rio, e do Planeamento e Finanças, Genésio da Mata.

Redução de Custo de Vida

O primeiro-ministro entende que o arranque dessas três obras, nomeadamente, a requalificação da marginal, a construção das duas pontes, no Distrito de Lembá, destruídas pelas enxurradas de 2020/2022, e a requalificação e modernização do Aeroporto Internacional de São Tomé, vai trazer “muito ânimo” à economia nacional.

“Só a marginal [na capital são-tomé] e as pontes do norte [Distrito de Lembá] as pessoas vão sentir movimento na economia”. Outra obra que o primeiro-ministro aponta para dar dinamismo à economia é a de reabilitação e requalificação do Aeroporto Internacional Nuno Xavier.

“A primeira fase das obras terá logo um impacto na economia, e nós estamos convencidos de que até ao final do ano, de facto, a economia vai mexer, mais do que mexeu em 2023”, disse o primeiro-ministro, revelando que o projecto privado do aeroporto está estimando em mais de 80 milhões de dólares.

Patrice Trovoada entende, por isso, que 2024 será melhor que 2023. Questionado sobre planos para melhorar a condição de vida da população, o chefe do Governo disse ester convencido de que “as coisas até ao fim do ano serão melhores que 2023”, acrescentando que “honestamente” acredita que as coisas vão melhorar para que “as pessoas sintam o dia-a-dia dessa melhoria”.

E disse que outros indicadores que têm a ver com desenvolvimento humano estão a crescer, citando exemplos na edução, saude e outros sectores.

“Não estamos tão mal na educação, nas vacinas não estamos tão mal, no acesso a certo número de serviços não estamos tão mal”, acrescentou Patrice Trovoada para concluir que “hoje estamos empenhados na reforma da Justiça, para mais acesso à Justiça, à informatização e nos projectos de informatização, também estamos na literacia financeira, na inclusão financeira estão a avançar”, apontou o primeiro-ministro.

Fim/RN/MF

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