São-Tomé, 07 Jun 2024 (STP-Press) – Estima-se que mais de metade das mortes evitáveis ocorrem em países em conflitos humanitários, e a mulher negra tem maior probabilidade de morrer durante o parto do que a mulher branca.
Os dados constam no relatório sobre a saúde sexual e reprodutiva da população mundial 2024, divulgado esta quinta-feira, em São Tomé, num workshop organizado pelo Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).
O relatório revela que trinta anos de progresso na saúde sexual e reprodutiva passaram à margem das comunidades mais marginalizadas nos países menos avançados.
Entre os dados “penosos” do relatório do FNUAP, lido por Edna Perez, representante residente do FNUAP, “desde 2016 que o mundo não fez nenhum progresso em salvar mulheres de mortes evitáveis na gravidez e no parto”, e que “uma em cada quatro mulheres não consegue tomar as suas próprias decisões sobre os cuidados de saúde”.
Edna Perez disse também que “uma em cada quatro mulheres não consegue dizer não ao sexo e quase uma em cada 10 não consegue fazer as suas próprias escolhas sobre usar ou não o contraceptivo”
O relatório também revela que a autonomia corporal das mulheres está a fortalecer ao longo dos tempos e em 40% de países onde o estudo foi feito, os resultados mostram que autonomia corporal das mulheres está na verdade a diminuir.
Face aos dados, o relatório indica que para atingir as metas estabelecidas pelos ODS (Objectivos do Desenvolvimento Sustentável) será preciso mobilizar financiamentos suficientes e também apostar em reformas de sistemas.
“Novos entendimentos de como a desigualdade funciona descortinam injustiças que antes estavam ocultas”, afirmou Edna Perez, citanto o relatório, para depois sublinhar que “a pesquisa neste relatório que hoje apresentamos faz uma análise em vários países sobre o impacto do estatuto sócioeconómico e da etnia e acesso aos serviços de saúde, informações sobre a saúde sexual e reprodutiva”.
O presidente do Tribunal Constitucional, Roberto Raposo, que presidiu a abertura do workshop, disse esperar que o relatório ajude a comunidade internacional a adoptar medidas para a melhoria de vida da população, sobretudo, dos mais vulneráveis.
Roberto Raposo reconheceu progressos registados em São Tomé e Príncipe em matéria de redução da taxa de mortalidade infantil, assim como nas leis sobre a violência doméstica, o que na sua opinião “contribui significativamente para a igualdade de género”.
Fim/RN