São-Tomé, 16 Mai 2024 (STP-Press) – O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, garantiu ontem (15) que vai resolver o problema dos salários em atraso dos trabalhadores do Hospital Central Dr. Ayres de Menezes, que estão em situação de ilegalidade e de incumprimento das leis laborais.
O primeiro-ministro disse que está a par da situação e admitiu que “é uma questão que até foi discutida na Assembleia Nacional” e que o problema “é que desde o anterior governo foram pondo pessoas a trabalhar sem procedimentos, sem nada, e estas pessoas não têm recebido salário”.
O primeiro-ministro referiu que tem conhecimento do problema há muito tempo e que “já algum tempo começamos a trabalhar sobre essa matéria. E pedi até para que sejamos mais céleres na resolução desse problema. O que é infeliz é que estávamos a contar que eram 300 e tal pessoas, mas soubemos agora que são muito mais, quer dizer que não houve contenção, não houve disciplina, o que agrava a responsabilidade que vamos ter na busca de recursos. Mas vamos negociar e vamos tentar encontrar soluções”, garantiu o primeiro-ministro.
Patrice Trovoada reconheceu também que “este governo chegou, constatamos, devo reconhecer, que também foram pondo pessoas com o mesmo procedimento”, mas que “estamos a regularizar a situação”.
“Nós herdamos situações que eram anómalas, mas quando uma situação que não é normal persiste, ela torna uma situação normal. Agora, as implicações é que são fortes e estamos a trabalhar na regularização da situação”, disse o primeiro-ministro, quando abordado pela imprensa sobre o clima de descontentamento reinante entre os funcionários nessa situação, no maior centro hospitalar do país.
“Se há intenção ou não de greve e sei lá mais do quê, tudo bem, vamos discutir, vamos trabalhar para resolver. É o que interessa”, acrescentou Patrice Trovoada.
São muito mais de trezentas pessoas a trabalhar sem qualquer tipo de contrato, admitidos sem qualquer procedimento e, por causa dessa situação “anómola”, continuam sem receber qualquer salário.
Muitos estão nessa situação há mais de três anos. São maqueiros, empregadas e auxiliares de limpeza, jardineiros e alguns até estão como “funcionários administrativos” e outros nas farmácias.
O clima de desespero pela regularização da situação e pelo salário tem provocado alguma “união” entre os lesados, que vão concertando passos para uma paralização dos seus serviços, caso a situação perdure por mais tempo.
Fim/MF