São-Tomé, 08 Mai 2024 (STP-Press) – O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, defendeu a revisão do acordo ortográfico entre os países da Comunidade de Língua Portuguesa, justificando “para tornar a língua portuguesa mais simplificada e dinâmica e para espelhar melhor a diversidade cultural lusófona”.

A afirmação do primeiro-ministro são-tomense surge após ser questionado pela agência de notícias portuguesa, Lusa, à margem das comemorações de 05 de Maio, Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, realizadas em São Tomé na segunda-feira, 06 de Maio.

Patrice Trovoada diz que a “língua é dinâmica” e que “é normal que se faça algumas correções”, defendendo a atualização do acordo ortográfico de 1990 entre os países da CPLP, defendida também pela Assembleia Parlamentar da comunidade.

Segundo Patrice Trovoada o acordo “continua a gerar muita controvérsia e confusão” nos Estados membros da organização lusófona, e porque “a língua é dinâmica, é normal que se faça algumas correcções”.

O primeiro-ministro defendeu ainda que a revisão do acordo “por estar a ser bem acolhido pelos jovens” deve também, por isso, ser ratificado pelos Estados membros da CPLP.

“A língua que é a semente que nos reúne todos e que é a base que nós devemos desenvolver é a língua portuguesa, só que ela tem que acompanhar o mundo, ela tem que ser dinâmica, ela tem que se adaptar, ela tem que ser simplificada, [ser] de maior facilidade de acesso e nessa dinâmica, acho que sim, temos todos que ratificar, temos que corrigir e temos sempre que ter em mente que a língua só pode evoluir com a contribuição de todos porque no fundo é o património de nós todos”, exemplificou o chefe do executivo.

“A evolução é fundamental, a simplificação é fundamental e sabemos que não vamos parar por aí. Daqui há mais alguns anos teremos que fazer adaptação, teremos que integrar palavras que são oriundas também dessa diversidade que nós temos para assumi-las como sendo palavras portuguesas, então é preciso ver as coisas de maneira dinâmica”, acrescentou.

Patrice Trovoada fez referência aos novos manuais escolares do país que estão em fase de revisão já terão em conta o acordo ortográfico, mas considerou que por se tratar de um investimento, o fundamental é a forma como tudo tem que estar suportado “para permitir as adaptações” porque “a revisão custa muito dinheiro”, mas a tecnologia vai ajudar a acertar os passos quanto a isso, ma sé preciso fazer a adaptação “o mais rapidamente possível”.

De recordar que a reunião da Assembleia Parlamentar da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que decorreu na capital angolana em abril, deliberou “em consenso” que “há necessidade de fazer retificações ao Acordo para que o mesmo possa ser ratificado proximamente”.

Na ocasião o presidente da Comissão 3 — Língua, Educação, Ciência e Cultura da (AP-CPLP), Paulo de Carvalho, admitiu que quanto mais cedo se fizerem as retificações “mais cedo os executivos e parlamentos dos Estados que ainda não ratificaram vão fazê-lo”.

Unificar normas ortográficas a nível do bloco lusófono estão entre os principais propósitos deste tratado internacional assinado há 33 anos e que tarda em ser ratificado por todos os países da CPLP, que levantam questões de natureza sociocultural dos respectivos povos.

Fim/MF/Lusa

 

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