São Tomé, 27 Abr 2023 (STP-Press) – O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, disse hoje no Debate de Urgência, convocado pelo MLST/PSD, que “não faz politiquices com as Forças Armadas”, e aconselha a oposição a aguardar pela justiça, no âmbito do processo de 25 de Novembro. 

Sobre o relatório do CEEAC diz que não foi tornado público, porque vem com referência de confidencialidade, apenas para o Presidente da República, para ele próprio, entanto, primeiro-ministro, e para o presidente da organização.  

A intervenção de Patrice Trovoada surgiu após a do deputado do MLSTP/PSD, Wando Castro, em que o principal partido de oposição acusa o governo de “esconder” o relatório do CEEAC e coloca uma série de perguntas ao primeiro-ministro sobre a tentativa de assalto ao Quartel-general das forças Armadas, que resultou na morte de quatro dos assaltantes.  

Segundo Patrice “o relatório da CEEAC é de índole sigilosa, se destina única e exclusivamente ao presidente Carlos Vila Nova, a mim, na qualidade de primeiro-ministro, e ao presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Central”.  

“Os relatórios parciais e finais, os destinatários serão o Presidente da República de São Tomé e Príncipe, o Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e o Presidente da República Democrática do Congo, presidente em exercício da CEEAC. Os relatórios são secretos e vêm assinados pelo embaixador Gilberto da Piedade Veríssimo, presidente executivo da organização”, esclareceu Patrice Trovoada.  

O primeiro-ministro leu as partes do relatório que dizem isso e deixou uma cópia no Parlamento para o conhecimento dos deputados. Quanto à questão de antes se ter recusado vir ao parlamento debater os acontecimentos, o primeiro-ministro justificou que “deixemos a justiça fazer o seu trabalho para irmos até ao fundo. O caso está na justiça e não vale a pena tomar decisões precipitadas em relação aos arguidos do processo, sobretudo, quando os arguidos são de uma instituição que defende o Estado de Direito, a República e a Democracia. Não contem comigo para isto, eu não faço politiquices com as Forças Armadas”, frisou.

Quanto ao facto de defender o princípio da inocência dos acusados, que o MLSTP/PSD também questiona o primeiro-ministro, Patrice Trovoada sustentou “porque esta instituição que deveria ser defendida por outros que sabiam que haviam coisas em preparação, deixaram a instituição ser surpreendida pelos acontecimentos de 25 de Novembro, que resultaram numa tentativa de golpe de Estado”.  

Em relação às mortes, o primeiro-ministro diz que “nós denunciamos e pedimos inquérito urgente ao Procurador-Geral da República e que o governo não faz a justiça, porque a justiça é independente”, lamentando as quatro vítimas do incidente.  

De resto, o líder do ADI diz-se de consciência tranquila, porque em mais de 500 páginas dos dois relatórios, elaborados pelo Ministério Público com ajuda da Polícia Judiciária portuguesa, não há qualquer referência ao seu nome, nem de ninguém do seu partido, ao contrário de muitos, incluindo “os que estão nesta sala”.  

“Nós socorremos de um país que não só é Portugal, mas também membro da União Europeia, membro da Europol, membro de todos os organismos internacionais, que é credível em matéria de protecção dos direitos humanos, por isso, o país é credível, somos credíveis e não manchem o nome do país”.

Para finalizar,Patrice Trovoada repetiu o que disse ontem no Debate sobre o Estado da Nação: “deixem a justiça cavar, cavar,… pode ser que encontrámos alguma coisa”.  

Fim/RN,MF

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