São Tomé, 15 Março 2023 (STP Press) – A estrada nacional nº 2, que liga a cidade capital à zona mais distante do país, Porto Alegre, tem 72 quilómetros, e é a segunda mais frequentada, a seguir a EN1, cidade capital – Neves, por razões da procura para lazer, turismo e o dia-a-dia da população residente.
Da cidade a São João dos Angolares, capital do distrito de Caué, não existem obstáculos de maior nas vias, o problema começa a partir daí até Porto Alegre, onde muitos nacionais e estrangeiros, não só turistas, procuram “um pedaço de paraíso” para descansar, por exemplo na praia Piscina, nos complexos turísticos nas praias Inhame e Jalé, no ilhéu das Rolas, na própria roça de Porto Alegre, entre outros pontos.
O estado desses cerca de 20 quilómetros de estrada afugenta os menos determinados. O Governo anterior assinou, já no período eleitoral, o contrato com a construtora Constromé, no valor de 127 milhões de dobras, cerca de 5 milhões e 200 mil euros, para a reabilitação ou reconstrução do troço, mas da assinatura até aqui quase nada foi feito.
O primeiro-ministro, no âmbito da sua deslocação a todos os distritos do país, que começou ontem, precisamente no Distrito de Caué, com o objectivo, segundo o próprio, de auscultar a população sobre as suas prioridades e preocupações para a elaboração do OGE e as Opções do Plano, que devem ser apresentadas ainda este mês ao Parlamento, pode constatar o estado degradante e praticamente intransitável da via, que “tira do sério” todos os que por ali decidem passar, não falando da reacção e do estado da alma dos taxistas que apostam nesse trajecto todos os dias como forma do seu “ganha-pão”. Muitos deles, quando abordados, dizem o que não podemos repetir.
O primeiro-ministro também disse, mas por outras palavras: “É uma estrada importante para a saúde, educação, para agricultura, turismo, e… essa estrada tem que ser feita, . e muitos investidores queixam-se do estado da estrada. O que acontece é que foram assinados contratos com empresas, sabendo que não há dinheiro. A mesma coisa aconteceu com o Liceu de Caué, …assinou-se o contrato, fez-se o lançamento da obra e ficou-se por aí, porque não há dinheiro,… e as pessoas sabiam que não havia dinheiro. Com a água a mesma coisa,… cavaram, puseram cabo, puseram outras coisas, mas não acabaram a obra,… isto de lançamento para zona sul foi só show off, … e vamos ter que acabar estas obras, e eu posso vos garantir, que temos uma fonte de financiamento e a estrada de Caué está inscrita no orçamento deste ano com fonte real de financiamento”.
Patrice Trovoada não ficou só pela estrada, falou de outros problemas para os quais o seu executivo diz ter soluções: “A água,…a água é fundamental, e não é a escassez da água, mas sim a sua qualidade. Atacando o problema da água nessas comunidades, vamos poder baixar as despesas com a saúde pública, …e nestas zonas o problema da má qualidade da água tem trazido graves problemas de saúde pública. A questão do custo de vida, do isolamento, dos transportes,… há respostas que são simples de conseguir! Nós estamos num distrito em que o combustível é mais caro que na capital, e chega a ser mais pago do que na Região Autónoma do Príncipe que sofre do duplo isolamento. Isto porque não há aqui uma bomba de combustível e é uma questão que vamos resolver com a Enco ou com um privado para poder trazer o combustível para aqui ao preço que se pratica em todo o território nacional”.
FIM/MF