São-Tomé, 12 Jan. 2023 (STP-Press) – Um grupo de trabalhadores da ENAPORT, Empresa Nacional de Gestão dos Portos, decidiu suspender hoje os trabalhos em protesto contra a gestão da Sfebond Consortium STP, uma empresa ghanesa a que o anterior executivo atribuiu, por meio de um contrato de concessão, a gestão do porto de São Tomé e do Príncipe. O grupo de trabalhadores chamou a imprensa nacional e estrangeira para descrever o que indica ser “um conjunto de anomalias que tem vindo a observar, pondo em causa tudo o que a empresa conseguiu até hoje”, e exigiu, por isso, a intervenção directa do primeiro-ministro, Patrice Trovoada.
“Nós queremos a intervenção do governo”, reclamam em uníssono os trabalhadores que alegam que a empresa concessionária, a Sfebond, reteve ou usou mais de um bilião de dobras do Fundo Social Interno dos trabalhadores e que até agora nada fez, conforme exige o contrato de concessão. A ENAPORT continua a operar com máquinas arranjadas ou alugadas, gastando muito dinheiro e que até agora a Sfebond não investiu em nada”.
O vice-presidente do sindicato da ENAPORT, Luís D´Alva, disse que “essa revolta é porque eles querem que Sfebond devolva o dinheiro deles”.
Outro trabalhador desabafa “a empresa pega o nosso dinheiro, faz a gestão como eles querem,… isso é inadmissível. A partir do momento que uma empresa ganha concessão, ela tem que investir. Estão a pegar equipamentos velhos a dar tratamento e a usar, não queremos isso, porque não é isso que diz o contrato”.
Em reacção a situação, o director-geral de Sfebond STP, Samuel Ntow-Kummi, garantiu que até amanhã, sexta-feira, “vamos pagar todos os valores e todas as dívidas que estão a ser auditadas”.
Já há muito que os trabalhadores da ENAPORT insurgem contra a actual administração, numa altura em que o actual Governo aguarda a decisão do Supremo Tribunal de Justiça sobre o pedido de anulação do contrato de concessão do Porto de Ana Chaves e de todo o acordo com o grupo ghanense assinado pelo anterior executivo.
Fim/STP-Press
