Por: Ricardo Neto, jornalista da Agência de Notícias STP-Press

São-Tomé, 01 Dez. 2022 ( STP-Press ) – O Ministro são-tomense da Saúde, Célsio Junqueira  hoje no seu discurso por ocasião do Dia Mundial de Luta conta VIH e Sida, declarou que “o programa nacional de luta contra o VIH, tem trabalhado no sentido de proporcionar uma boa cobertura do acesso universal, para que todas as pessoas venham a beneficiar do diagnóstico, tratamento e prevenção do VIH/SIDA”.

“Presentemente, os serviços estão disponíveis nas 48 unidades sanitárias sanitárias, o que corresponde a uma cobertura de 100% e existe aproximadamente 907 pessoas recebendo o tratamento do VIH. Apesar dos ganhos já alcançados, ainda tem-se alguns desafios pela frente em vários domínios sobretudo na testagem voluntária dos parceiros sexuais, na Supressão da carga viral que ainda esta a volta de 84% “, disse o ministro

Célsio Junqueira sublinhou que “um outro grande desafio é o estigma e discriminação. Sabemos que a estigmatização e discriminação dos que vivem com o vírus ou por ele afectados que, em grande medida, resultam das tradições e processos sociais retrógrados como a discriminação das populações chaves e crenças que continuam a persistir na nossa sociedade”.

“O estigma e a discriminação têm levado as pessoas vivendo com o HIV ao abandono por parceiro ou família, redução da auto-estima, exclusão social, perda de emprego e bens, fraco desempenho no trabalho, negação de serviços públicos básicos, falta de cuidados e apoio, e mesmo vítimas de violência”, acrescentou.

Disse ainda que o “Governo tem evidenciado todos os esforços no sentido de assegurar os serviços essenciais em todos os níveis de prestação de cuidados numa perspetiva de igualdade para todos. E isto não depende somente do Ministério da Saúde, mas sim de todos nós, estado, sectores públicos e privados, população singular e os próprios doentes”.

Nos últimos anos, como país não temos poupado esforços para reverter a tendência da epidemia do HIV e temos estado a alcançar resultados assinaláveis que nos encorajam a  prosseguir com a luta. Actualmente existem, no país, mais pessoas a receber tratamento anti-retroviral.

“ Isso significa que os benefícios do tratamento ajudam no trabalho da prevenção para diminuir o alto número de novas infecções pelo HIV que ocorrem no País. No entanto apesar desse progresso o VIH/SIDA continua sendo um problema de saúde pública, ainda existem desafios”, sustentou.

Revelou que “os dados disponíveis mostram que São Tomé e Príncipe tem  uma prevalência de 0,5% ( MICS 2014) na população em geral em São Tomé e Príncipe. O ultimo estudo realizado na população chave ( IBBS 2019), aponta para uma prevalência de VIH  2,1 % nos HSH ( Homens que fazem sexo com homens);  para as trabalhadoras de sexo com uma prevalência de 1,4% e os Reclusos 0,5%”.  

O lema do Dia Mundial de luta contra o SIDA deste ano é “igualdade já“, apelando assim aos líderes e cidadãos mundiais para que reconheçam e enfrentem corajosamente as desigualdades que impedem o progresso no sentido de acabar com a SIDA, e para assegurar a igualdade de acesso aos serviços essenciais em matéria de VIH, particularmente para crianças e populações-chave e os seus parceiros sexuais: homens que fazem sexo com homens, pessoas transgénero, pessoas que usam drogas, trabalhadores do sexo e prisioneiros, – avançou.

Para Célsio Junqueira “lidar com as desigualdades é um dos grandes desafios e deve ser uma prioridade para garantir que todas e todos, sem discriminação, tenham acesso a uma vida saudável e com seus direitos respeitados”.

“Temos de assegurar que todas as pessoas em todo o lado tenham igual acesso à prevenção, despistagem, tratamento e cuidados do VIH. Os serviços de saúde precisam de ser adaptados para alcançar e responder às necessidades das populações mais expostas e afectadas, incluindo uma política de “tolerância zero” para o estigma e a discriminação em todos os serviços de saúde”, precisou Junqueira.

Fim/RN

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