Texto: Ricardo Neto ** Foto: Lourenço da Silva

São-Tomé, 22 Ags 2022 ( STP-Press ) O vice-presidente do Sindicato de Jornalistas de São Tomé e Príncipe, Josimar Afonso denunciou hoje a existência de jornalistas “propagandistas eleitorais” e outros em plena função, mas, inscritos nas listas de “candidatos a deputados” as eleições de 25 de Setembro, tendo exortado as entidades reguladoras de imprensa para afastá-los temporariamente das “redações”.

O vice-presidente do Sindicato de jornalistas fez estas declarações esta manhã na abertura de um seminário destinado aos profissionais da Comunicação Social face as eleições legislativas, autárquicas e regional de 25 de Setembro, neste evento organizado pela Comissão Eleitoral Nacional com apoio das Nações Unidas, envolvimento o próprio Sindicato e a Associação de Jornalistas.

No seu discurso, Josimar Afonso disse que “o Sindicato de jornalistas SJS exorta a todas as estruturas reguladoras do exercício da profissão jornalística e dos órgãos de comunicação social, nomeadamente o Conselho Superior de Imprensa, a Comissão de Carteira Profissional, o próprio Conselho Deontológico do SJS, as direções dos órgãos de comunicação social e estruturas afins, a serem pró-ativos no sentido de travar tais práticas, e se necessário sancionar e afastar das redações os jornalistas que demonstrem sinais de propagandistas eleitorais ou comissários políticos”.

Na sua denúncia, Josimar Afonso disse que “ouvimos jornalistas em pleno exercício de profissão a darem voz aos tempos de antena dos partidos políticos; assistimos peças jornalísticas contendo elementos de plena propaganda política, e ainda, como se não bastasse termos visto num passado muito recente jornalistas inscritos nas listas como delegados aos congressos dos Partidos, temos agora jornalistas, em pleno exercício de funções, inscritos nas listas dos partidos como candidatos à deputados”.

“Deixemos a política para os políticos e façamos o jornalismo, dignificando a nossa profissão e acima de tudo respeitando o dever da verdade nas informações veiculadas e que chegam aos ouvintes, leitores e telespetadores”, – precisou Josimar Afonso.

Josimar Afonso sublinhou que “apelamos aos colegas que decidiram ficar nas redações durante este período eleitoral que sejam os guardiões da verdade, da objetividade, da imparcialidade, respeitando a lei e as regras do jornalismo no que diz respeito ao tratamento igualitário das partes envolvidas”.

Já no seu discurso o presidente da Associação São-Tomense de Jornalistas, Juvenal Rodrigues disse que “os jornalistas e a imprensa pública e privada não devem ser uma caixa-de-ressonância da propaganda dos partidos políticos concorrentes ou dos seus tempos de antena, sobretudo nos períodos eleitorais”.

“A propaganda regra geral visa bloquear a reflexão”, disse Juvenal Rodrigues sublinhando que “ o eleitor espera que ajudemos a fazer uma escolha consciente e esclarecida. Temos que privilegiar a troca, o debate de ideias, as propostas realistas e inovadoras”.

A secretaria nacional da Comissão Eleitoral Nacional, Sara Santos que abriu o seminário disse esperar que com novos conhecimentos a comunicação social possa realizar “a melhor cobertura possível do acto eleitoral” previsto para 25 de Setembro de 2022.

Fim/RN

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