Por Leonel Mendes, jornalista da Agencia STP-Press

São Tomé (São Tomé e Príncipe), 26 Jun. 2022 (STP-Press) – A Embaixadora da República Popular da China, Xu Yingzhen, anunciou, quinta-feira, 23, em São Tomé, que caso não aconteça nenhum imprevisto, as obras de requalificação e a extensão da pista do Aeroporto Internacional de São Tomé, terão início no próximo ano.

Xu Yingzhen, avançou 2023 como ano do arranque dassas obras quando falava, na Embaixada da China, durante uma mesa redonda com jornalistas são-tomenses, a qual foram abordadas relações entre China e São Tomé e Príncipe e o desenvolvimento da China.

“Se tudo correr bem e a parte são-tomense concluir a avaliação ambiental e a demolição de algumas construções adjacentes, podemos concluir que no próximo ano podemos entrar em construção”, afirmou, lembrando no entanto que antes disso será levado a cabo um concurso público para a selecção da empresa executora.

A diplomata chinesa avançou ainda que, na semana passada chegou em São Tomé, uma equipa técnica chinesa para discussão da concessão preliminar do projecto e que na próxima semana será rubricado um acordo de implementação do projecto.

“Sobre essa base a parte chinesa procedera os desenhos de construção e concurso de construção”, explicou Xu Yingzhen.

A Embaixadora da República Popular da China confessou que o Governo do seu país dá muita importância ao projecto de extensão da pista do Aeroporto Internacional de São Tomé, mas, reconheceu que é um projecto tecnicamente difícil, porque “quando queremos estender a pista o terreno não é suficiente e isso implica fazer aterro marítimo ou escavar uma parte da montanha”.

Recorde-se que depois desse acordo de requalificação e extensão da pista do Aeroporto Internacional de São Tomé, assinado entre os dois países em 2020, a parte chinesa começou a trabalhar, tendo no ano passado trazido uma equipa técnica que esteve a fazer o levantamento hidrográfico e marítimo e nos últimos meses os técnicos especialistas de ambas partes realizaram muitas reuniões e encontros on-line para troca de ideias.

“Trata-se de um projecto de grande tamanho, então os estudos de viabilidade, os desenhos, concessões sempre levam algum tempo, até porque precisam também de serem traduzidos”, tranquilizou Xu Yingzhen.

Ainda no capítulo da cooperação ao nível das infraestruturas, a Embaixadora da China manifestou-se satisfeita com a conclusão e entrega ao Governo são-tomense de 60 dos 200 apartamentos programados, estando agora aguardando da parte são-tomense que sejam fornecidos os dados geográficos para a construção da outra parte.

Em relação a participação do seu país no projecto do porto de águas profundas, Xu Yingzhen explicou que isso depende do interesse empresarial privado, tendo em consideração o custo/benefício.

Referindo-se ao papel da República Popular da China na erradicação do paludismo em São Tomé e Príncipe, a diplomata afirmou que os trabalhos da equipa chinesa de luta contra o paludismo representam apenas uma parte do programa, “onde o conteúdo principal é controlar o vetor e o tratamento em massa. Este trabalho tem tido bons resultados. Esta equipa está a ajudar na conclusão do laboratório técnico de referência do paludismo”.

Questionada sobre a importância de São Tomé e Príncipe para a República Popular da China, referiu ao princípio de igualdade que o seu país defende no concerto das nações, para afirmar que “São Tomé e Príncipe tem a mesma importância dos outros países que defendem o multilateralismo, o respeito a legitimação nas Nações Unidas de uma única China.

O projecto de luta contra a pobreza idealizado pela Embaixada da China na comunidade de Caldeiras, distrito de Lobata, foi apontado por Xu Yingzhen, como um exemplo de como o melhoramento da agricultura, pecuária e algumas condições básicas podem contribuir para o melhoramento da vida das pessoas.

“Erradicar a pobreza representa a melhor forma de garantir os direitos humanos”, considerou.

Sendo actualmente a segunda potência económica mundial, a China, segundo a Embaixadora, ainda é um país em vias de desenvolvimento porque “temos os desafios, problemas e dificuldades. Ainda existem desequilíbrios no nosso país”.

No entanto, enaltece o facto de o seu país ter no ano passado erradicado a pobreza absoluta, um feito alcançado 10 anos antes da data definida pela ONU para os países alcançarem esse objectivo, “um sucesso que nos orgulha muito”.

No combate a pandemia no seu país, destaca uma política dinâmica de zero COVID-19, que representa um modelo de acompanhamento aos focos de transmissão com resultados bastante animadores comparando com outras regiões do globo.

“Actualmente a China tem 0,1% de contaminação, em contraste com 29% na Europa e 25% nos EUA”, compara a Embaixadora Xu Yingzhen.

LM

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