Texto: Manuel Dênde ** Foto: Lourenço da Silva
São Tomé (São Tomé e Príncipe), 21 Fev. 2022 (STP-Press) – O ministro das Finanças de São Tomé e Príncipe, Engrácio da Graça, advogou a necessidade do país primar por uma filosofia de poupança para fazer face a crise financeira que afecta seriamente o Estado são-tomense.
Graça, que falava a televisão pública local no programa informativo, “Jornal das Sextas”, mostrou-se bastante preocupado com avultadas despesas executadas pelas autoridades, tendo em conta o ritmo de arrecadação de receitas em alguns serviços.
“Deve-se cortar em algum lado para fazermos face as despesas, nomeadamente, na educação e na saúde que são bens comuns de todos os são-tomenses”, acrescentou.
“Até porque não cobramos mal’’, reconheceu o governante, pontuando que ‘’o problema está no lado das despesas”.
A boa nova para qual os são-tomenses já não esperavam é o reajuste salarial.
Lamentou que o país mensalmente esteja a gastar cinco Milhões de Euros em pagamento de salários, sendo que a maioria desse montante é canalisado para o sector da saúde, educação, forças militares e paramilitares.
A propósito, há seis meses, as autoridades haviam anunciado e remetido ao Parlamento um Projecto-Lei, visando a efectivação de um reajuste salarial e que, viu-se, igualmente, retirado da discussão para alguns reajustes, os quais inclui mais aprimoramento pela parte de ministro das Finanças, que havia assumido o pelouro há poucos dias.
Engrácio da Graça anunciou que o reajuste salarial “não morreu e que tem pernas para andar”.
Disse que no próximo mês de Abril, após o cumprimento de férias parlamentares, o Projecto-Lei de reajuste salarial na Administração Pública vai voltar à Assembleia Nacional, visando a sua aprovação comportando uma ligeira melhoria de salários aos funcionários públicos são-tomenses.
Explicou que nesse reajuste, a preocupação das autoridades assenta-se principalmente na “classe mais vulnerável”do país.
“A nossa maior preocupação é com essa classe que aufere pouco menos de 1.400 ou 1.600 Dobras, ao qual a nossa intenção é melhorá-la de modo que a população se sinta um pouco aliviada da situação socioeconómica actual”,acrescentou.
Ainda a propósito do assunto, acrescentou que nas últimas horas registou-se alguns avanços em conversações com os sindicatos, para os quais “temos os trabalhos quase concluídos”.
Referindo-se a situação de agravamento de preços nos mercados do país, reiterou que as autoridades não introduziram nenhum agravamento fiscal, pontuando que o surto de subida de preços se deve nomeadamente a três factores, dos quais choques externos resultantes da pandemia do COVID-19 no Mundo, aumento de tensão no conflito russo/ucraniano e o facto de São Tomé e Príncipe localizar-se no Golfo da Guiné, onde se regista um aumento de pirataria marítima.
Ao propósito da pirataria, o dirigente adiantou que os barcos que circulam na linha do Equador agravam a taxa de circulação, receando situações de assalto e consequentemente maior perigosidade.
Ainda para se aliviar o agravamento de preços, Graça defendeu que “a população deve produzir mais, pois, na perspectiva de haver maior oferta, tal situação vai fazer baixar os preços, nomeadamente de produtos produzidos no país”.
Na perspectiva de se melhorar as infraestruturas rodoviárias, o ministro garantiu que ainda nesta semana, as autoridades vão libertar fundos iniciais para as empresas iniciarem algumas obras públicas, nomeadamente, de reparação de estradas, dando como exemplo as estradas nacional número 4, com destaque para Madalena e Desejada nos distritos de Mé-Zóchi e Lobata, Bairro Verde e outras localidades adjacentes, no distrito urbano de Água Grande
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