Opinião: Wildiley Barroca; Universidade de Pequim – República Popular da China
Pequim, China, 16 Nov. 2021 ( STP-Press) – A minha inclusão no grupo dos Líderes emergentes dos diversos departamentos da sociedade tem gerado muitos desafios, respaldados pelas diversidades culturais de muitos jovens com experiência das suas próprias realidades; garantem per si, o sucesso.
A integração de Líderes emergentes de vários continentes e países bem como comunidades linguísticas diferentes, demonstram bastante interesse da política de uma grande e única China do Presidente Xi Jinping, sem preconceito e o medo de lidar com o diferente, além de interagir com eles nos diversos momentos da dinâmica formativa e fora dela, gerando assim a inclusão.
Estudar na China e particularmente na Universidade de Pequim, a mais privilegiada e conceituada Universidade da República Popular da China e do Continente Asiático, constitui para mim uma elevada e desmedida honra ver reconhecido a minha capacidade, e ter encontrado espaço para fomentar ainda mais o meu desenvolvimento cognitivo, poder partilhar momentos e experiências únicas com os bons (bons estudantes, bons professores, bons pesquisadores, bons profissionais, simplesmente bons e melhores…) porque só os bons e ou melhores encontram espaço neste Estabelecimento de Ensino.
Integro um total de 29 líderes emergentes dos departamentos governamentais, partidos políticos, académicos, representantes de destaques, líderes juvenis em áreas afins de países asiáticos, africanos e latino-americanos com os quais a RPC goza de uma excelente relação de amizade e cooperação, nomeadamente económica, cultural, no domínio das infraestruturas, educação, diplomacia etc.
Entrei na República Popular da China no período ateado da pandemia e em meio das rigorosas medidas de restrições adotadas pelo Executivo para travar a propagação do vírus, o que inicialmente constituiu para mim, um choque de realidade pelo fato de que em São Tomé e Príncipe, a maneira como encaramos esse novo coronavírus, está longe de ser um combate sério a pandemia, embora continuamos a assistir um número bastante elevado e assustador de pessoas a morrerem contaminadas pelo COVID-19 no Mundo.
Para entrar na RPC tinha de fazer testes laboratoriais em duas clínicas diferentes, nomeadamente PCR, IgG-Avs, IgM Ab, realização de teste de ácido nucleico (NAT) na chegada no aeroporto, realização de teste ao entrar no hotel de confinamento, realização de teste de ácido nucleico duas vezes por semana, medição de temperatura todos os dias durante os 15 dias de confinamento obrigatório.
No entanto, cumprido os 15 dias de confinamento em Xi’an, tive ainda mais sete dias de observação que compreendia a medição de temperatura todos os dias, e realização de teste de ácido nucleico, antes de entrar em Beijing.
Depois de entrar em Beijing, realizei mais um teste de ácido nucleico e outro no final dos sete dias de observação, não excluindo a medição de temperatura, duas vezes ao dia.
Com esta forma responsável de combater a pandemia, embora para muitos, seja exagerada, os dirigentes do Partido Comunista Chinês, sob a liderança do Presidente Xi Jinping adotaram estratégias de combate a pandemia através do programa massivo de testagem e uso de tecnologia de informação, o Governo foi capaz de facilmente identificar contaminados e possíveis contaminadores, além de alertar por dispositivos móveis, todas as pessoas que estiverem minimamente próximas de algum foco de contaminação.
Em consequência, a pandemia contribuiu para uma forte expansão na produção chinesa de eletrónicos e eletrodomésticos, em resposta ao fato de terem as pessoas mais em casa do que nas suas atividades quotidianas normais.
Como estudante, e embora num período com as restrições mais aligeiradas, consegui adaptar-me facilmente e sentir como que se estivesse em casa, ainda mais, perante a solidariedade do povo chinês, a disponibilidade e a eficiência em sempre prestar auxílio.
Diante deste cenário de integração social, marcou-me em demasia o estado de pânico e de alguma tristeza com que muitos ficavam quando se viam impossibilitados em ajudar ou a responder necessidades de um requerente estrangeiro.
A maneira ponderada como cada profissional do sector público e do sector privado encara com responsabilidade as suas funções, fez-me lembrar com profunda melancolia a deplorável realidade do meu País.
A República Popular da China reúne espaço para o exercício de uma atividade académica frutífera, embora considere que deva haver por parte dos estudantes o espírito de elevada determinação e focos, evitando-se perder nas ofertas momentâneas e conjunturais que não são poucas.
Enquanto estudante da Universidade de Pequim, do programa Dongfang Scholarship 2021, tive um tratamento especial e privilegiado desde o alojamento, alimentação, transporte, e a bolsa como tal, mas nunca abri mão de algumas atividades que me fizessem sentir efetivamente estudante, embora o tipo de alojamento não o permitisse de todo.
Com foco no tema “Compreendendo a China”, as Bolsas de Estudos Dongfang em Governação consistem em cinco módulos, ou seja, economia e gestão; política e relações internacionais; governação; filosofia, direito e sociedade; história e cultura.
Os conteúdos transmitidos pelos excelentes professores da Universidade de Pequim, relativamente a redução da pobreza, política partidária, diplomacia chinesa, macroeconomia, inovação e desenvolvimento, políticas rurais e agrícolas, saúde pública, políticas públicas, a iniciativa Belt and Road, permitiram-me entender efetivamente a política de liderança e governação chinesa.
O meu entendimento hoje, reside no que vivi e vi e não no que a média ocidental ou as redes sociais divulgaram.
Entender a RPC permitiu-me essencialmente entender a liderança do partido comunista chines, o modelo de governação aplicado e os sucessos almejados.
O Partido Comunista Chinês não mede esforços no sentido de continuar a fazer histórias, continuar a garantir o seu compromisso com o bem-estar da população e tudo fazer para consolidar o seu espaço como maior potencial mundial nos próximos tempos.
A República Popular da China visa tornar o país líder das tecnologias da 4ª Revolução Industrial, como inteligência artificial, robótica, Internet das coisas e o padrão 5G de telecomunicações.
Essa estratégia de desenvolvimento aprendeu com os erros de nações que foram bem-sucedidas na transição da agricultura para a indústria, mas falharam em superar o estágio de renda média e não conseguiram criar produtos de alto valor, competitivos no mercado mundial.
A experiência chinesa tem lições importantes para São Tomé e Príncipe e o mundo.
O Modelo de Governação da RPC é sem dúvida uma referência e inspiração para o nosso benquisto país insular.
Tenho refletido imenso sobre o futuro de São Tomé e Príncipe, em que sistema de governação melhor se adequaria ao povo que temos?
Que ações adotar do ponto de vista de governação para envolver e engajar a população no processo do crescimento e desenvolvimento do país, independentemente das cores político-partidárias de cada um?
Como criar espaços para a afirmação de bons líderes engajados com o presente e futuro do país?
Que modelo de cidadãos, queremos para o futuro?
Qual o plano de desenvolvimento nacional que todos devemos adotar e apropriar (…)?
São Tomé e Príncipe pode dar passos qualitativos em resposta as questões acima, aprofundando a cooperação com a RPC e aprendendo com as novas tecnologias desenvolvidas como forma de impulsionar a inovação e fomentar a criação de indústrias locais capaz de competir no mercado internacional.
Em jeito de conclusão, quero transmitir o meu sentimento de profunda gratidão e sincero apreço ao Partido Comunista Chinês e ao seu Líder, o Presidente Xi Jinping, a Embaixada da República Popular da China em São Tomé e Príncipe, e em particular a Universidade de Pequim pela logística colocada a disposição para fornecer-me a mais calorosa acolhida e hospitalidade concedida desde a minha chegada ao solo Pátrio Chinês.
Fim/ Wildiley Barroca/ Dongfang Scholars 2021 /School of International Studies Peking University /RPC – República Popular da China;