Lisboa, 13 Set. 2021 (STP-Press) – O próximo Programa Estratégico de Cooperação (PEC) entre Portugal e São Tomé e Príncipe vai ser assinado “a qualquer momento”, mas várias cláusulas já estão a ser aplicadas no terreno, nomeadamente na saúde, disse à Lusa o Primeiro-ministro São-tomense.
Os governos dos dois países tinham concertado a assinatura do PEC 2021-2025 para o final de Agosto, mas o atraso da realização da segunda volta das presidenciais obrigou a adiar este momento.
“A qualquer momento esperamos assinar este programa, mas nalguns aspectos, na prática ele já começa algumas cláusulas, sobretudo no tocante à saúde”, comentou Jorge Bom Jesus, em entrevista à agência Lusa em São Tomé.
Portugal é “um parceiro importantíssimo”e o País onde se encontra a maior diáspora São-tomense, estimada em cerca de 30 mil pessoas, assinalou o Chefe do Governo, que classificou a cooperação com Lisboa como “estratégica”.
Do programa, a saúde é “um eixo vital”, cobrindo desde a resposta à pandemia de Covid-19 às juntas médicas ou missões de especialidades médicas.
“Há alguma flexibilidade no sentido de o próprio PEC praticamente estar já a fazer funcionar esses programas”, referiu, apontando também lacunas na área da saúde, como os doentes que necessitam de hemodiálise e que têm de ser “praticamente deportados” por falta de capacidade de resposta no País.
A educação, – desde professores portugueses a lecionarem no ensino público ou na Escola Portuguesa, o relacionamento a nível do ensino superior, bolsas de estudo e acesso às universidades portuguesas -, a geminação entre câmaras, formações profissionais ou a segurança alimentar foram algumas das áreas destacadas pelo Primeiro-ministro São-tomense.
“Há uma área vasta, até porque como nós dizemos, não queremos que nos deem peixes todos os dias, nós queremos que nos ensinem a pescar”, assinalou.
Outro sector que representa “uma grande fatia de investimento”é o da defesa e segurança.
“São Tomé e Príncipe tem 160 vezes mais de território marítimo do que o território terrestre. A pirataria [no Golfo da Guiné] aumenta e a segurança da nossa área marítima é vital”, destacou Bom Jesus.
Portugal, que tem destacado neste país o navio NRP Zaire, “é uma referência”nesta área.
Fim/STP-Press
Fonte: Lusa