Pelas Agências Lusa e STP-Press
Nova Iorque, 05 Set. 2021 (STP-Press) – O Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou a todas as partes envolvidas nas Eleições Presidenciais de hoje, em São Tomé e Príncipe, para que privilegiem o diálogo e se abstenham de quaisquer actos de violência.
“O Secretário-geral tem acompanhado de perto o processo eleitoral presidencial em São Tomé e Príncipe e observa que a primeira volta foi conduzida pacificamente”, afirma Stéphane Dujarric, porta-voz de António Guterres, numa declaração divulgada na última sexta-feira.
Esta é a primeira vez que um Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) se pronuncia sobre um ato eleitoral em São Tomé e Príncipe na véspera das eleições, segundo fonte da organização.
Na mesma mensagem, o líder da ONU congratula-se com a assinatura, pelos dois candidatos à segunda volta, de um “código de conduta” durante a campanha eleitoral.
“Encoraja todos os envolvidos a continuarem a utilizar o diálogo e a estabelecer canais legais para a resolução de disputas, e a absterem-se de quaisquer actos de violência”, refere ainda a nota da ONU.
Além disso, saúda “os esforços da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), para ajudar a construir uma via pacífica para a estabilidade a longo prazo no País, nomeadamente através do destacamento de um enviado especial”.
O antigo ministro das Relações Exteriores angolano Manuel Augusto encontra-se em São Tomé e Príncipe, numa missão de “bons ofícios”, por aquela organização regional ter entendido que existia a necessidade de “um acompanhamento mais próximo, como resultado do litígio, quase uma mini crise”.
O processo eleitoral para a escolha do sucessor de Evaristo Carvalho no Palácio da Presidência atrasou-se quase um mês, devido a um impasse no Tribunal Constitucional sobre a recontagem de votos pedida pelo terceiro classificado, o Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, a que se seguiu um diferendo entre os diferentes partidos quanto à marcação da data da segunda volta.
O mandato do Presidente cessante terminou esta sexta-feira, mas Evaristo Carvalho anunciou que se mantém no cargo até à posse do sucessor.
Nesta 2ª volta concorrem os candidatos Carlos Vila Nova apoiado pelo partido Acção Democrática Independente, ADI, na oposição e Guilherme Pósser da Costa apoiado pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata, MLSTP-PSD, no poder.
São Tomé e Príncipe é uma antiga colónia portuguesa, que, ascendeu a Independência Nacional em 12 de Julho de 1975, com um regime republicano, e depois de 15 anos com um regime de partido único, este País de África Central, viria adoptar em 1991, um modelo multi-partidário e uma constituição que permite uma economia liberal.
As Nações Unidas, têm melhores opiniões sobre o exercício da democracia multipartidária no País comparativamente a Estados de África Central.
A propósito, na ausência dos observadores da União Africana, encontram-se no País observadores de África Central conduzidos pelo antigo Primeiro-ministro do Tchad.
Fim/LUSA/STP-Press