Por: Manuel Dênde, Jornalista da Agência de Notícias STP-Press 

São Tomé (São Tomé e Príncipe), 15 Jul. 2021 (STP-Press) – O líder da Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, Delfim Neves, mostrou-se, hoje, em São Tomé, avesso ao projecto de plantação de cannabis no País. 

Delfim Neves, que falava em Conferência de Imprensa, nas instalações da Casa Parlamentar, na cidade de São Tomé, negou que tenha recebido qualquer dinheiro relacionado com este processo como seus detratores o acusam usando redes sociais, facebook. 

“Se eu puder opinar, estou contra o plantio desta erva em São Tomé e Príncipe”, exprimiu Delfim Neves que é, igualmente, candidato às Eleições Presidenciais agendados para o próximo domingo, dia 18 de Julho. 

Explicou que a sua oposição ao projecto não “é por uma questão de ser droga”, mas por estar em causa a segurança de um País onde 70% da população de São Tomé e Príncipe é jovem. 

“Nós não temos capacidade de assegurar que as pessoas não tenham acesso ao local onde se vai eventualmente fazer o plantio destas ervas… Há o risco de não ser bem utilizado ou devidamente utilizado e sendo um País como o nosso, onde todos os São-tomenses têm acesso fácil a qualquer espaço do território”,acredita. 

Em causa está um projecto de cultivo de cannabis para fins medicinais no País, que o Governo já veio garantir que é o projecto “morto”, por não haver enquadramento legal para o efeito.  

Há duas semanas, o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP), no poder, demarcou-se deste projecto alvo de aproveitamento político de alguns candidatos presidenciáveis para às Eleições de 18 deste mês.  

Ainda no âmbito deste assunto, regista-se um silêncio absoluto dos restantes partidos da coligação governamental em São Tomé e Príncipe.   

Indagado sobre pormenores deste projecto, Delfim Neves disse que desconhece os contornos do citado projecto. 

“Eu desconheço quem solicitou. Nunca vi o processo. Nunca vi o projecto. Não sei qual é a empresa que quer fazer o plantio nem sei quais são as vantagens e desvantagens para saber disso”, comentou. 

Questionado sobre acusações de outros candidatos presidenciais, segundo as quais teria recebido dinheiro relacionado com este projecto, Delfim Neves negou.

“É contraditório. Se eu estou contra, eu não posso por um lado receber de alguém que está com o projecto e, do outro lado, dizer que estou contra. Isso é absurdo”, respondeu. 

Desvalorizou o facto de o projecto ser defendido pelo ministro da Agricultura, das Pescas e Desenvolvimento Rural, por sinal, de sua formação política, no Poder, Partido da Convergência Democrática, PCD, do qual assegurou que“é um quadro competente e […] que no PCD não há patrão”. 

O projecto, primeiro de género que nos últimos anos autoridades São-tomenses têm em mãos, Delfim defendeu no entanto de que “se o Governo decidir que não (aprova o projecto), aí o ministro não pode avançar sob pena de se demitir”, acredita. 

No âmbito deste projecto e ao qual já se fez os estudos de impacto económico, pode traduzir-se em resultados económicos vantajosos para o arquipélago, garantindo 400 postos de emprego e nos primeiros cinco anos o País arrecadar mais de 17 milhões de Euros. 

O projecto para fins medicinais é cultivado em alguns países do Mundo, ao qual se pontua países como Portugal e alguns Estados na América Latina e o Brasil, na América do Sul. 

Fim/MD/LM

STP-Press 

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