Texto: Manuel Dênde ** Foto: Lourenço da Silva
São Tomé (São Tomé e Príncipe), 24 Mai. 2021 (STP-Press) – Autoridades São-tomenses e uma representação dos sindicatos judiciais estão a trabalhar no sentido de se por termo a greve na área judicial em São Tomé e Príncipe, – informou este sábado, em São Tomé, o ministro das Finanças, Osvaldo Vaz.
O governante acrescentou que “as partes estiveram reunidas esta sexta-feira durante mais de quatro horas e no decurso da mesma reunião, registou-se alguns progressos”.
Segundo ainda Osvaldo Vaz, “há consenso e que as partes estão a trabalhar e vamos prosseguir no sentido de ver se a greve não se prolongue na próxima semana no País”.
Vera Cravid, líder sindical dos Magistrados e Porta-voz dos sindicatos da Justiça, após uma demorada reunião com os ministros das Finanças, Osvaldo Vaz e da Justiça, Ivete Lima, disse que a reunião correu bem e que a mesma foi “bastante frutífera”.
‘’Há muita gente que diz que Magistrados ganham bem e que Magistrados têm uma pipa de massa, afinal é tudo uma falsa questão”, afirmou Vera, tentando desfazer a ideia de que “são corruptos, ganham bem, têm boa vida e não trabalham”.
Aludindo a polémica levantada pelos sindicatos dos Magistrados e dos Juízes a luz da proposta governamental de reajuste salarial introduzida na Assembleia Nacional, o ministro das Finanças asseverou que, “conjuntamente com os Magistrados, nós hoje passamos a pente fino a nossa proposta [de reajuste salarial] com os Magistrados e viram o que está ali”.
Evocando essa alegada redução de 50% de salário, os Magistrados observam desde alguns dias, no País, uma paralisação no Ministério Público e nos Tribunais como protesto contra a tal proposta do Executivo de reajuste salarial, mormente no sector judicial.
Adiantou que “a nossa proposta não retira 50% de rendimento aos Magistrados. Digo-lhe que isso seria um caos”,admitiu o governante contrariando as afirmações dos Magistrados que sustentam que a proposta salarial visa reduzi-los 50% de salários.
Após esta reunião de esclarecimento, “creio que o bom senso vai prevalecer, vamos estar todos de mãos dadas para o bem de São Tomé e Príncipe’’, concluiu o ministro das Finanças.
No âmbito desta proposta salarial que o Governo pretende executar, após aprovação na Assembleia Nacional e que será aplicado com efeito retroactivo a partir de Janeiro deste ano, o Chefe de Estado teria um aumento em 10 salários mínimos, ao passo que salário mínimo seria fixado em dois mil e duzentas Dobras (moeda local) contra os actuais mil e cem.
A ideia do Governo de São Tomé e Príncipe é reajustar o salário dando mais atenção aos funcionários que auferem ao longo dos anos um salário de miséria, o qual pressupõe retirar nos mais abastados para potenciar aquela que têm uma renda baixíssima.
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