Por Manuel Dênde, Jornalista da STP-Press
São Tomé (São Tomé e Príncipe), 12 Abr. 2021 (STP-Press) – A ONG MARAPA (Mar Ambiente e Pescas) deu inicio hoje na cidade de São Tomé, uma acção de capacitação de curta duração aos pescadores que irão participar na instalação de recifes artificiais em algumas zonas costeiras do País, com objectivo de estmular a produção de pescado, – informou hoje, um biólogo marinho de São-tomense.
João Pessoa, ex-Director-geral das Pescas e membro da ONG MARAPA, disse à STP-Press que a formação de três dias visa conferir competências aos pescadores recrutados para colocarem numa profundidade de 25 à 30 metros de profundidade, recifes em betão para concentração e atracção de peixes.
Segundo este responsável, estes equipamentos submarinos serão instalados na zona norte da Ilha de São Tomé, onde se regista hoje, uma maior procura de pescado em São Tomé e Príncipe.
Explicou que a instalação destes equipamentos visa, além de criação e desenvolvimento de peixe, produzir elementos susceptíveis de estimularem ecossistemas indispensáveis ao próprio desenvolvimento do pescado no mar São-tomense.
“A presente acção tem por finalidade a criação de novos abrigos de protecção de peixes juvenis e zonas de alimentação e reprodução, contribuindo desta forma para recuperação e sustentabilidade dos recursos pesqueiros e da biodiversidade marinha, no aumento dos recursos pesqueiros disponíveis e consequentemente no aumento do rendimento para os pescadores artesanais e as palaiês (vendedoras de peixe)”, explica ainda a fonte.
Os equipamentos que não deverão afectar a circulação de embarcações, serão instalados em áreas circunscritas aos distritos de Lobata e Lembá, comportando das quais zonas de Morro Peixe e Ilhéus das Cabras.
Este projecto visa medidas adicionais de combate ao aquecimento global que afecta a pesca, acrescido de medidas anti-poluição com intuito de dar resposta aos factores, porque “estão a matar […] frágil e importantíssimo ecossistema marinho em São Tomé e Príncipe”.
“A escassez de peixe nas costas de São Tomé, já se faz sentir”,enfatizou Pessoa, adiantando que“a escassez se deve a forma desnaturada como se faz a pesca, as quais as vezes usam até engenhos [militares]como granadas e outras técnicas inapropriadas de pesca”, denunciou, pondo em causa o “ecossistema marinho do País”.
Sabe-se que o projecto ora em execução conta com auxílio financeiro, cujo montante não foi revelado, da BP Exploration e Kosmos Energy, companhias petrolíferas que efectuam estudos sísmicos visando a descoberta de petróleo na Zona Económica de São Tomé e Príncipe.
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