Texto: Manuel Dênde **Foto: Lourenço da Silva 

São Tomé (São Tomé e Príncipe), 02 Mar. 2021  (STP-Press) – Autoridades reguladoras do Comércio São-tomense defendem um reajustamento legislativo para disciplinar o comércio na Região Autónoma do Príncipe (RAP), pondo cobro a especulação e viabilizar reservas de produtos alimentícios nessa parcela da República Democrática de São Tomé e Príncipe. 

Jorge Correia, líder da Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS), que falava após uma audiência, segunda-feira, com o Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, disse que “a necessidade de se regular e definir quem é quem e quem deve ser importador ou grossista” a fim de se evitar a especulação de preços com sérios prejuízos para a Região Autónoma do Príncipe. 

“Inadmissível quando estamos no mesmo País. Se o preço é único em São Tomé, deve ser para todo País e nunca sacrificar a Ilha do Príncipe que faz parte de São Tomé e Príncipe como um Estado unitário”, defendeu. 

Nessa perspectiva, segundo Jorge Correia, a sua organização pensa, junto as autoridades centrais do País instalar na cidade de Stº António uma central de reservas de produtos como medida para se pôr cobro ao agravamento de preços nessa Ilha que integra o arquipélago de São Tomé e Príncipe. 

“Recentemente houve especulações de preços de combustível que foi vendido a 100 Dobras (moeda local) por litro, isto é inadmissível. Pois, o País é uno e não se pode estar a compactuar com situações deste tipo”, alertou. 

Actualmente, o preço oficial de combustível em São Tomé e Príncipe comporta 30 Dobras/litro para gasolina, gasóleo 25 e petróleo 15 Dobras. 

O agravamento de preço destes produtos cujo mercado já foi abastecido, resulta da escassez registada há duas semanas, facto que levou o Secretário de Estado do Comércio, Eugénio Graça, a deslocar-se a cidade de Stº António para se inteirar do assunto e encontrar uma solução sustentável, para este e outros problemas em abastecimento em géneros alimentícios para a população local. 

O arquipélago São-tomense tem como principal mercado de compra e recepção destes combustíveis, Angola. 

A Ilha do Príncipe é a segunda maior Ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe, que é constituído por duas Ilhas principais, ambas pertencentes à linha vulcânica dos Camarões.  

Administrativamente, esta Ilha constitui, desde 29 de Abril de 1995 como Região Autónoma, dispõe de uma Assembleia Regional própria composta por sete Deputados, uma Bandeira, um Hino, e um Governo independente resultante das eleições democráticas quadrienais. 

A sua população de mais de sete mil pessoas, vive essencialmente da agricultura, pesca, turismo e outros serviços. 

A Ilha tem uma área de 142 km² e a sua capital é a cidade de Stº António, e dista da ilha irmã, São Tomé, de mais de 140 milhas.

Com mais de 31 milhões de anos, a ilha do Príncipe, é hoje a primeira reserva mundial da Biosfera pela Unesco do arquipélago São-tomense, e passou a ser a primeira reserva africana a integrar a rede mundial da Biosfera costeira, provado que a relação entre o homem e a natureza é sustentável. 

Fim/MD/LM

STP-Press 

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