Texto: Telmo Trindade ** Foto: Jorge Lazaro
São-Tomé, 24 Set 2020 (STP-Press) – Os cidadãos cabo-verdianos irão a eleições autárquicas no dia 25 de Outubro, depois das últimas de 4 de Setembro de 2016 em que o MpD venceu 18 das 22 câmaras municipais, mais cinco do que nas autárquicas de 2012.
Venâncio Varela dos Santos mais conhecido por Joãozinho, é filho de cabo-verdianos. Nasceu na antiga empresa agrícola Água-Izé, distrito de Cantagalo, São-Tomé, a 18 de Maio de 1955, tendo depois fixado residência na zona de Budo-Budo, distrito de Água.-Grande desde os primóridos da independência de São-Tomé e Príncipe.
Sempre que há eleições em Cabo-Verde (presidenciais e legislativas) o Joãozinho destaca-se como elemento activo em São-Tomé, desdobrando-se no terreno a favor do PAICV, o partido que confessa ter no coração.
Na República de Cabo-Verde avizinham-se eleições autárquicas, Só que nesse pleito, a diáspora não é chamada a participar.
“Sim, os cabo-verdianos que residem fora de Cabo-Verde só votam nas presidenciais e nas legislativas e por isso estou descansado, embora torcendo pelo PAICV.
Instado pela STP-Press a comparar as campanhas eleitorais entre Cabo-Verde e São-Tomé, Joãozinho disse que ambas diferem muito. “Para já, as de Cabo-Verde, dentro ou fora do território, não têm banho. São-Tomé tem banho, o que leva as pessoas a votarem por favores pontuais, sem noção da responsabilidade do acto. Mas lá está, ….. nasci aqui, cresci aqui, vivo aqui, e não troco São-Tomé e Príncipe por nenhuma outra terra. Se alguém dissesse vai para Cabo-Verde, eu logo responderia: para fazer oquê? De férias sim”.
Joãozinho considera que os santomenses só precisam daquilo que eles próprios apregoaram a 12 de Julho de 1975: Unidade, Disciplina e Trabalho. “Aí sim, não haveria motivos para frequentes querelas e reclamações num país tão pequeno, pois com Unidade, Disciplina e Trabalho, haveria Solidariedade, Rigor e Trabalho. Não reinaria a Libertinagem, o Anarquismo e o Salve-se Quem Puder”, advogou.
As próximas autárquicas em Cabo-Verde vão decorrer numa altura em que dezenas de casos de covid-19 são diariamente diagnosticados no arquipélago.
Em entrevista a agência Lusa no dia 7 deste Setembro, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que a votação vai mesmo acontecer apesar do cenário.
“Serão realizadas com as devidas precauções. Por outro lado, não é previsível que a epidemia se agrave ao ponto de ficar descontrolada. Antes pelo contrário”, afirmou o primeiro-ministro.
O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou que a realização das eleições autárquicas no próximo mês não está em causa com a pandemia de covid-19 e garante que já em Outubro será obrigatório o uso de máscara na via pública.
Cabo Verde regista um acumulado de 4.330 casos de covid-19 diagnosticados desde 19 de Março, com 42 mortes associadas à doença.
Ulisses Correia e Silva acrescentou que normas sanitárias específicas serão emitidas pela Comissão Nacional de Eleições com o suporte da Direção Nacional de Saúde, para as acções de campanha eleitoral e da organização do processo até ao dia da votação”.
“As eleições não estão em causa. Têm data marcada e serão realizadas”, assegurou.
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