Por: Telmo Trindade, Jornalista da Agência Notícias STP-Press
São-Tomé, 25 Jun ( STP-Press) – Com a despedida do mês de Junho, avizinha-se o momento de mais uma celebração da independência do arquipélago africano de São-Tomé e Príncipe, no Golfo da Guiné.
Após pouco mais de quinhentos anos sob o jugo de Portugal, estas ilhas, a custo de seculares sacrifícios, entre aventuras, prisões, torturas e mortes, acabariam finalmente, perante o mundo, por se libertar das amarras da escravidão no dia 12 de Julho de 1975. No próximo mês, serão completados 45 anos de independência. Independência versus Liberdade.
Liberdade. Que alívio!
Com essa tal liberdade e o consequente alívio do peso da colonização, o jovem Estado viveu 15 anos dum chamado Regime Único para depois a partir da década de 90 passar para a democracia multipartidária. Resultado: múltiplos partidos, interesses desenfreados pelo poder com todo o tipo de conflitos dentro e fora de organizações politicas, com sucessivas quedas de governo sempre a comprometerem a continuidade do Estado que, assim, não consegue ter Autoridade face a Fragilidade que não lhe dá nem forças nem tempo para se organizar.
Mas um País, para se prezar como tal, tem que ter esta tal máquina de nome Estado, funcionável, respeitável, credível.
Porém, qualquer Estado, seja ele verde, amarelo, vermelho, preto ou branco, pequeno ou grande, magro ou gordo, tem um líder.
Melhor opinando, deve ter um líder, o designado Chefe de Estado, que para o cargo é eleito, conforme a sua postura como cidadão e a forma consequente como consegue convencer aqueles que são chamados às urnas.
Em São-Tomé e Príncipe, chora-se muito, lamenta-se muito. Tanto letrados como iletrados adquiriram o vício de apontar dedos, acusando o povo de não saber votar, não saber fazer escolha. E eu a perguntar afinal se quem acusa não faz parte do povo.
De qualquer forma, é preciso amadurecimento, pois a falta de conhecimento gera sofrimento.
Neste pequeno país, e pela prática já era de esperar, já se vislumbram movimentações na mira de eleições presidenciais previstas para o ano que vem. E claro, já se falam de nomes.
Seriam bom que no momento das campanhas, os candidatos fossem todos eles submetidos a debate directo através da comunicação social. O convite seria previamente feito e aquele que não aceitasse ou que a última hora não comparecesse, seria considerado desistente da corrida.
O eleitor tem que conhecer bem a figura em que vai depositar o seu voto de confiança.
Os sacrifícios para a independência não podem ter sido em vão.
Fim/TT