Texto: Ricardo Neto ** Foto: Lourenço da Silva
São-Tomé, 22 Jan (STP-Press) – O Representante Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para África Central, UNOCA, François Louncény Fall iniciou esta manhã uma “missão de auscultação aos principais autores políticos” são-tomenses visando “apaziguar a situação política” no País, tendo- se encontrado esta manhã com o primeiro-ministro, Patrice Trovoada e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Urbino Botelho.
“ Como sabem chegamos ontem (domingo) à São-Tomé no quadro de uma missão de bons ofícios de cinco dias que nos permitirá encontrar com os principais autores políticos deste País” – disse François Louncény Fall, tendo acrescentado que “estamos hoje (segunda-feira) a iniciar as auscultações” face a actual situação política do País,
“ Ouvir as posições e as argumentações … e certamente no final poderemos chegar a uma conclusão”. – disse o representante da Nações Unidas, tendo sublinhado que “ temos São Tomé e Príncipe como um modelo da democracia nesta sub-região africana e esperamos que o País continua a sua marcha democrática”.
Antes de encontro com o primeiro-ministro são-tomense, o Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas, acompanhado da coordenadora residente das Nações Unidas em São-Tomé e Príncipe, Zahira Virani, teve um outro antes com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Urbino Botelho.
Esta missão da auscultação surge poucos dias depois do governo ter solicitado uma intervenção da OUN bem como uma outra solicitação feita pela coordenadora residente das Nações Unidas em São-Tomé e Príncipe visando o apaziguamento do desentendimento político entre o poder sustentado pela maioria absoluta do ADI, e a oposição formada por MLSTP-PSD, PCD, UDD e os outros partidos extra-parlamentares.
Nos últimos meses, a oposição tem acusado o poder de estar a implantar a “ditadura”, por alegados actos de “inconstitucionalidade e ilegalidade” nas últimas decisões governamentais e presidenciais relativas a criação do novo Tribunal Constitucional, a circulação da nova Dobra, a mudança de hora do País, dentre outras ações.
Do outro lado, o poder também acusa a oposição de estar a orquestrar uma “campanha de difamação” para “denegrir” as “instituições e a democracia” com intuito de criar a instabilidade política para “afugentar” os investidores estrangeiros e “perturbar” a governação, face as eleições previstas para o segundo semestre do ano em curso.
Fim/RN