Texto: Manuel Dênde
São Tomé, 02, Dez. 2019 (STP-Press) – O ex-pastor São-tomense Iudmilo Veloso da Igreja Universal de Reino de Deus, IURD, já se encontra em São Tomé e Príncipe.
O ex-missionário chegou, domingo último, ao País e no Aeroporto local foi recebido por volta das 10:49TMG, na sala VIP, por Raúl Aragão, Director do Gabinete da ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto, onde também o aguardavam a sua mulher, filho de cinco anos e a sua mãe.
O ex-missionário que servia a IURD incompatibilizou-se com essa congregação religiosa usando alegadamente em Redes Sociais para denunciar a IURD e esta, por sua vez, dectetado, denunciou-o junto das autoridades policiais da Costa do Marfim.
Detido, acusado de crime cibernético e julgado, Iudmilo Veloso foi condenado a 12 meses de prisão em Abidjan (Costa do marfim) e colocado numa prisão, de nome
“Maca“ em capital marfinense.
A sua mulher, Ana Paula Veloso, grávida e com um filho viram-se, igualmente, expulsos deste país de África Ocidental e estes acabariam por chegar a São Tomé (há mais de um mês), graças ao auxílio da missão diplomática de São Tomé e Príncipe em Libreville (no Gabão), cidade capital onde fizeram trânsito.
Em declarações a Imprensa local, Iudmilo Veloso, visivelmente satisfeito e aparentemente de boa saúde, mostrou-se “bastante feliz, com regresso ao meu País”.
Mais adiante, agradeceu “primeiro a Deus” e segundo, “autoridades políticas do País, nomeadamente, o Governo, Assembleia Nacional (Parlamento), a Cruz Vermelha e ao Povo de São Tomé e Príncipe por tudo quanto fizeram pela minha libertação”.
“E se há alguém que não fez nada pela minha própria libertação, claro que sou eu mesmo”, reconheceu ainda o ex-pastor cujos protestos pela sua libertação provocaram tumultos na cidade de São Tomé e que causaram um morto, vários feridos, vandalização de Igrejas IURD na Ilha de São Tomé e duas viaturas incendiadas.
“Importante é que cheguei”, garantiu, admitindo que “onde eu estava [a prisão] e a situação em que eu me encontrava quase que era impossível um dia chegar a São Tomé e Príncipe”, reconheceu, pontuando que “tenho muita coisa para falar e esclarecer mas entenderão que não estou em condições psicológicas e físicas para falar, agora”, concluiu.
Por sua vez, Elisa Barros, Embaixadora de São Tomé e Príncipe em Libreville (Gabão) auxiliada pelo Director das Comunidades do Ministério dos Negócios Estrangeiros e, que conduziu o processo negocial em Abidjan visando a libertação do ex-missionário que serviu mais de 11 anos a IURD, considerou o regresso de Iudmilo Veloso um “grande ganho para diplomacia de São Tomé e Príncipe”.
Adiantou, que apesar de variadíssimas especulações internas e externas valeu o “sangue frio e o profissionalismo porque a diplomacia não se faz na rua” e que não obstante a separação de poderes da Costa do Marfim, “tratou-se de uma das missões mais difíceis da minha vida enquanto profissional [diplomático] São-Tomense”.
“E o mais importante aqui é que incumbiram-nos [Governo São-Tomense] uma tarefa, cumprimo-la, trouxemos o pastor Iudmilo [Veloso] à Nação São-tomense e, em particular a sua Família”, acrescentou.
“Aqui, diante da Imprensa Nacional, quero agradecer o apoio sempre firme das autoridades políticas São-tomenses, especialmente a Srª ministra dos Negócios Estrangeiros, Elsa Pinto, agradecer também, ao Governo e as autoridades da Costa do Marfim por tudo e pelo auxílio, ao qual provou as boas relações bilaterais, a cooperação sul-sul e a compreensão que existem entre Estados Africanos”, concluiu.
Fim/MD