Por : Ricardo Neto, Jornalista da Agência de Notícias STP-Press
São Tomé, 30 Out ( STP-Press) – O ex-presidente são-tomense, Miguel Trovoada foi recebido terça-feira em audiência pelo Presidente da República, Evaristo Carvalho, a quem, fez denúncia sobre a existência de “sinais claros” da violação da constituição e de estar a ser alvo de um alegado acto de “espionagem”.
Relativamente aos alegados “sinais muito bem claros de violação da constituição, dos direitos e liberdade dos cidadãos”, Trovoada diz lamentar “sinais de um regresso” a uma época que “já removida na história” do país.
Sustentando a sua denúncia Trovoada disse que “eu pessoalmente constatei dois casos que me pareceram bastante insólitos. Recebi na minha residência uma delegação, por acaso do Sr. presidente da Assembleia Nacional acompanhado de alguns colaboradores para me convidar para uma palestra no dia 26 de novembro, em comemoração dos Acordos de Argel”.
“Depois deste encontro um dos agentes da minha segurança foi chamado pela hierarquia para procurar saber quem eram as pessoas. Eu achei muito estranho e desagradável que em São Tomé e Príncipe pudéssemos estar a ter sinais a um regresso a uma época que nós pensávamos já removidas na história do nosso país”, sublinhou Miguel Trovoada a saída das audiências com Evaristo Carvalho.
O antigo presidente disse ter recebido, também, há dois dias um cidadão na sua residência para “conversar sobre várias questões”.
“O segurança vem me informar que a bastonária da Ordem dos Advogados passou, viu o carro, parou pegou no seu ‘smartphone’, fez fotografia à viatura da pessoa que estava na minha residência e quando o segurança saiu e se encarou com ela, ela arrancou o caro”.
Trovoada considera de “muito inquietante, muito triste”, tendo questionado: “O que é que a bastonária da Ordem de advogados tem a ver com essa ‘espionite’ que se está a desenvolver e que me parece ser sinais precursores de uma certa esquizofrenia que pode-se alastrar no nosso país?”
Miguel Trovoada disse ter abordado com Presidente Evaristo Carvalho sobre os episódios relativos aos actos de vandalismo nos edifícios da Igreja Universal que resultou numa morte como consequência da manifestação de alguns populares exigindo o regresso de um pastor são-tomense preso na Costa do Marfim.
“Estamos num país democrático e as pessoas têm que entender que há regras que têm que ser respeitadas”, disse Miguel Trovoada.
Fim/RN