Pela Sra. Xu Yingzhen, Embaixadora da China em São Tomé e Príncipe

São-Tomé, 18 Marc 2025 ( STP-Press ) – No mundo com turbulências e mudanças entrelaçadas, a certeza já se torna em um fator que falta em todo o mundo. Recentemente, realizaram-se com sucesso as “Duas Sessões” da China, ou seja, a 3ª Sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional (APN) e a 3ª Sessão do 14º Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC), as quais não apenas são uma agenda política importante para a China, como também constituem uma janela para o mundo observar a China e compreender de que forma a China pode estabilizar um mundo de incerteza com a sua própria certeza.

Durante esta ocasião, S. E. Sr. Wang Yi, Membro do Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China e Ministro dos Negócios Estrangeiros da China, respondeu na Conferência de Imprensa às perguntas sobre questões relacionadas às políticas externas e relações internacionais da China. Abordando temas candentes como a diplomacia chinesa, as relações entre grandes países, e o desenvolvimento económico da China, o Ministro deixou claros as políticas externas da China e o posicionamento e a atitude da China sobre o desenvolvimento do mundo. Gostaria de compartilhar com os amigos são-tomenses alguns desses pontos.

  1. Resiliência económica

O Relatório de Trabalho do Governo detalhou os objetivos e tarefas do desenvolvimento económico da China para o ano corrente. A meta de crescimento do PIB de cerca de 5% é, sem dúvida, um sinal positivo para a economia mundial que ainda se encontra em recuperação, demonstrando plenamente o papel que a China desempenha como motor do crescimento económico mundial.

Este ano, a China implementará uma política monetária moderadamente acomodatícia e uma política fiscal mais proativa, aumentando o défice fiscal em um ponto percentual, para 4%. Esta meta ambiciosa bateu o recorde histórico e manifestou a determinação contínua da China em impulsionar o crescimento. Além disso, a China levará a cabo ações para revitalizar a demanda interna, incluindo a emissão de títulos especiais de longo prazo e o subsídio para troca de bens usados de consumo, criando um modelo de crescimento da demanda interna impulsionado por investimento e consumo em pararelo.

A China vai optimizar o ambiente de negócios, expandir em passos firmes a abertura institucional, ampliar a abertura voluntária de forma ordenada e manter a abertura unilateral aos países menos desenvolvidos, de modo a que se torne cada vez mais curta a lista negativa e mais acessível o mercado, e que a China sempre seja a primeira opção para os parceiros internacionais.

  1. Inovação como motor

No ano passado, a China alcançou um crescimento económico de 5%, uma prova da China que conseguiu progressos económicos em meio das dificuldades. O milagre da China, que até o momento é conhecido por um crescimento de alta velocidade sem precedentes, será marcado por um desenvolvimento tecnológico e de alta qualidade.

As inovações científico-tecnológicas da China podem sempre trazer surpresas, caraterizadas sucessivamente por “Shenzhou”, nave espacial tripulada, e “Chang’e”, satélite de exploração lunar, e a recente DeepSeek. Os chineses trabalhamos de geração em geração num caminho cada vez mais alargado para tornar a China num país mais forte em ciência e tecnologia. Alguns países não querem aceitar a liderança da China em inovação tecnológica e reagem com repressões injustificadas. Mas onde há repressão, há mais inovação. A ciência e a tecnologia, em vez de servirem de instrumento para tecer a cortina de ferro, deveriam ser uma riqueza benéfica e partilhada por todos.

A China lançou, juntamente com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, a Iniciativa para a Cooperação Internacional em Ciência Aberta, compartilhando os avanços da inovação com mais países e apelando a uma maior atenção ao desenvolvimento da capacidade científica e tecnológica do Sul Global, para que a inovação beneficie realmente o bem-estar comum de toda a humanidade.

III. Taiwan, Província da China

A única referência à região de Taiwan da China na ONU é “Taiwan, Província da China”. A região de Taiwan nunca foi  nem será jamais um país. Clamar pela “independência de Taiwan” é dividir a China, apoiar a “independência de Taiwan” é interferir nos assuntos internos da China e ter conivência com as forças secessionistas pela “independência de Taiwan” é sabotar a estabilidade do Estreito de Taiwan.

Quando a ONU e suas agências especializadas fazem menção desta região, sempre usam “Taiwan, Província da China”, demonstração evidenciada em pareceres jurídicos oficiais do Escritório de Assuntos Jurídicos do Secretariado da ONU que “as Nações Unidas consideram ‘Taiwan’ como uma província da China, sem estatuto separado”.

Na questão de Taiwan, a posição da China é consistente e clara. Continuamos comprometidos com o princípio de Uma só China e o Consenso de 1992. Iremos trabalhar com maior sinceridade e todos os esforços para alcançar a reunificação pacífica da Pátria. Gostaria de aproveitar para agradecer pelo apoio constante do povo são-tomense que tem prestado à China nesta matéria.

  1. Relações China-África

A China e a África são sempre bons amigos, parceiros e irmãos. Na Cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC) realizada em setembro de 2024, o relacionamento China-África foi elevado para uma comunidade com futuro compartilhado China-África de todos os tempos na nova era, representando seu melhor momento na história. Este ano começou pela visita do Ministro Wang Yi a quatro países africanos em janeiro, o que foi testemunho de uma tradição de 35 anos de ministros dos negócios estrangeiros chineses iniciarem suas visitas anuais ao exterior pela África.

Este ano marca o 25º aniversário do FOCAC e também o primeiro ano para a implementação dos resultados da Cimeira. A China está disposta a implementar as Dez Ações de Parceria junto com os países africanos apoiando a África no sentido de acelerar a sua industrialização e modernização agrícola, aplicar o tratamento de isenção de taxas alfandegárias a 100% dos produtos tributários para os países menos desenvolvidos, cultivar novos pontos de crescimento nos domínios digital, ecológico e da inteligência artificial, promover projetos favoráveis ao bem-estar do povo, e aumentar a representatividade e a voz da África nos assuntos internacionais. Para São Tomé e Príncipe, país amigo com que temos relações de uma parceria estratégica a partir da última Cimeira do FOCAC, estão em caminho mais de mil toneladas de arroz como assitência alimentar e milhares unidades de sistemas solares domésticos fornecidos pela China, e também será promovida a exportação de grãos de cacau para a China. Espero que esses resultados tangíveis da cooperação tragam mais benefícios para os amigos são-tomenses.

Em 2025, perante a conjuntura internacional repleta de desafios, a China mantém sua aspiração inicial nas suas políticas externas, e irá trabalhar com todos os países, para defender a equidade e a justiça internacionais, salvaguardar a paz e a estabilidade do mundo e promover o desenvolvimento comum.

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