São Tomé (São Tomé e Príncipe), 14 Out. 2024 (STP-Press) – As antigas roças Monte Café e Água Izé em São Tomé e Príncipe acabam de ser incluídas na lista das autoridades do país visando o seu reconhecimento pela UNESCO, revela Sónia
Carvalho, representante da UNESCO no arquipélago são-tomense.
Segundo esta responsável, a inclusão dessas roças, a qual se acrescentam São João dos Angolares e Diogo Vaz (na ilha de São Tomé), Sundy e Belo Monte (na ilha do Príncipe) “se devem a autenticidade que ainda mantêm”.
Essas roças foram no período colonial símbolo da exploração e da escravatura nomeadamente de angolanos, moçambicanos e cabo-verdianos deportados pelo regime colonial português para as ilhas de São Tomé e Príncipe.
“São Tomé e Príncipe é um país de roças, e a UNESCO admite a possibilidade de incluir outras no processo de candidatura a património mundial”, assegurou Sónia Carvalho.
O processo de preparação dos “dossiers” contou com a colaboração de líderes comunitários, ex-administradores e trabalhadores das roças, historiadores nacionais e
internacionais sob o patrocínio financeiro do Japão e Arábia Saudita.
“É longo ainda o caminho a percorrer para que os patrimónios nas roças venham a ser elevados a património mundial”, alertou, Wilder Dias, representante da ministra da
Educação, Cultura e Ciência em declarações à Imprensa em São Tomé, recordando que “durante muito tempo, as roças serviram de um palco de permuta de história e de cultura de diferentes povos”.
As autoridades tencionam apresentar a candidatura à UNESCO em Janeiro de 2025, após a qual a UNESCO enviará para São Tomé e Príncipe uma comissão de avaliação para no terreno verificar como é que o património das roças candidatas está a ser gerido, mantido e preservado.
Fim/MD/LM
STP-Press
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