São-Tomé, 8 Agos 2024 (STP-Press) – A taxa de incidência do paludismo ronda actualmente os 5%, um número considerado “positivo” pelo director do Centro Nacional de Endemias, a julgar pela tendência crescente que vinha sendo registado ao longo dos primeiros seis meses do ano.
Bonifácio de Sousa que falava na abertura do seminário sobre a prevenção e controle do paludismo, evento promovido em colaboração com a Embaixada da China, através da equipa médica chinesa de apoio à luta contra o paludismo, disse que o resultado é “bastante positivo se considerarmos a tendência crescente e preocupante que se vinha registando nos primeiros seis meses do ano”.
“A taxa de incidência de paludismo está a volta de cinco por cento. Neste preciso momento é um bom resultado, porque já estamos a notar uma tendência de diminuição, relativamente ao primeiro semestre em que havia uma clara tendência de crescimento. A taxa de incidência era maior, porque estávamos na época da chuva. Como estamos na época seca da gravana há sempre diminuição, o que estamos a constatar e estamos satisfeitos”, disse o director do CNE.
Bonifácio de Sousa referiu que a diminuição de casos de paludismo deve também a megacampanha de pulverização intradomiciliar, realizada durante a estação chuvosa e que ainda prossegue, a utilização de mosquiteiros, o combate aos locais criadores de mosquitos e de uma nova estratégia anti paludismo caracterizada pelo tratamento em massa com auxílio da medida antivector.
Para o director do CNE, a iniciativa “5 Irmãos” também contribuiu de forma significativa para elevar a taxa de pulverização intradomiciliar que antes era de 65% e agora se situa na ordem dos 90%.
“Houve melhoria, já podemos sentir na pele o impacto positivo que esta iniciativa trouxe no domínio de luta contra o paludismo, na pulverização de casas e na diminuição de casos de paludismo”, enfatizou Bonifácio de Sousa.
Apesar da tendência diminutiva de casos de paludismo, a ministra da Saúde e dos Direitos da Mulher, Ângela Costa, entende que não se pode “cruzar os braços”, porque “o paludismo continua a ser um dos maiores desafios da saúde pública em São Tomé e Príncipe”.
“Embora temos progressos significativos na redução da incidência e da mortalidade associada à doença, ainda há muito trabalho a ser feito”, disse a ministra.
Ângela Costa sublinhou, por isso, a importância do seminário, que segundo ela “representa uma oportunidade crucial para revisitarmos as nossas estratégias, compartilharmos conhecimentos, experiências e explorarmos novas abordagens para intensificar as acções contra o paludismo”.
A ministra da Saúde e dos Direitos da Mulher defendeu que o seminário visa, sobretudo, abordar uma nova estratégia para acelerar a eliminação do paludismo em São Tomé e Príncipe, dando exemplos do tratamento em massa e o fortalecimento do seguimento epidemiológico.
Também ao intervir no fórum, a embaixadora da China, Xu Yingzhen, lembrou que a China dá alta importância à cooperação bilateral com o governo são-tomense no domínio da luta contra o paludismo, citando as quatro equipas técnicas de apoio à luta contra a malária já enviadas a São Tomé e Príncipe.
A diplomata chinesa confirmou que a parte chinesa ajudará a elaborar a nova estratégia antipaludismo, caracterizada pelo tratamento em massa com auxílio de medidas antivector.
Durante o seminário, a equipa médica chinesa da Universidade de Medicina de Guangzhou fez a apresentação de um estudo de combate à malaria, que pode vir a ser aproveitado para a nova estratégia de luta contra o paludismo, tendo oferecido ao Ministério da Saúde e dos Direitos da Mulher um lote de Artequick, um medicamento usado no tratamento do paludismo, particularmente, o paludismo falciparum resistente a medicamentos, cuja acção é rápida e de alta eficácia, baixa toxicidade e de curta duração.
A China tem sido um parceiro activo em várias iniciativas de saúde pública, e a sua experiência no controle e erradicação do paludismo e a assistência médica prestada abrange vários outros programas de saúde, oferecendo treinamentos, equipamentos e suporte técnico, contribuindo desta forma para o fortalecimento do sistema nacional de saúde em São Tomé e Príncipe.
Fim/MF/RN