São-Tomé, 09 Jun 2024 (STP-Press) – O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, reafirmou no sábado, em conferência de imprensa, que a garantia para o financiamento do GAP constitui o maior entrave para a assinatura do acordo com o Fundo Monetário Internacional.

Patrice Trovoada, que falava este sábado aos órgãos de comunicação social estatais e privados, referiu que os indicadores do GAP são positivos, e que o governo não optará por aplicar novas medidas exigidas pelo FMI para endurecer ainda mais a vida da população.

“Ainda estamos com um GAP significativo para chegarmos a um programa. São pistas, algumas das quais estamos a trabalhar nelas, nomeadamente, na possibilidade gradualmente de sanar algumas situações a nível do sector da energia, de ajustarmos as tarifas, mas não é algo que possa ser de solução rápida, porque, como eu costumo dizer, praticamente todos os trimestres gastamos entre 10 e 12 milhões de dólares para importação de combustíveis”, afirmou Patrice Trovoada.

O chefe do Governo disse que no quadro actual, que é da busca de financiamento para importação do combustível, outras medidas que “podemos pensar, sem revolver, o problema, que é entre 40 a 80 milhões de dólares, estaremos sempre com GAP, qualquer que seja, nesta amplitude.

Patrice Trovoada disse que as outras medidas iriam, se calhar, piorar ainda mais as condições sociais do país sem resolver o problema. “Então eu disse que não é por este caminho que o governo irá. Aumentar o IVA, aumentar 30% do preço de combustível sem que todos outros aspectos estejam, de facto, resolvidos, só iria piorar a situação dos transportes, a inflação, etc, etc e, mesmo assim, não resolverá o problema de divisas”.

“O FMI recomenda ao governo para continuar a busca de parceiros que possam ajudar a financiar o GAP da importação, é isto que vamos continuar a procurar, essa advocacia diplomática, económica e financeira para ver se de facto resolvemos esse problema do financiamento do GAP”, acrescentou o primeiro-ministro.

Face ao entrave, o primeiro-ministro são-tomense assegurou que o governo vai continuar a trabalhar com o FMI e que vai continuar a tomar “outras medidas sensatas” necessárias para melhorar as contas públicas, e que “devido ao aperto da situação vamos continuar a apertar também as contas no que dizem respeito ás despesas”.

Responsabilizando o governo anterior pela actual situação difícil do país, Patrice Trovoada admitiu que o seu governo “está perante uma situação extremamente difícil que é a consequência das situações anteriores, de más decisões anteriores, de desleixo anterior, de irresponsabilidade anterior que já não é sustentável”, apontando o sector de energia, como maior responsável.

Fim/RN

 

 

DEIXE UM COMENTÁRIO

Digite seu comentário!
Seu nome