São-Tomé, 30 Mai 2024 (STP-Press) – O Presidente da República, Carlos Vila Nova, afirmou esta quarta-feira à imprensa, que o quadro está constituído para que se ultrapassem nos próximos tempos, “aquilo que são as divergências que existem” entre o governo e o FMI, ainda em negociações para um novo acordo entre as partes.
O Presidente da República respondia a pergunta de um jornalista, momentos antes de deixar o país para participar na cimeira Coreia do Sul – África, quando questionado sobre o encontro que teve com o chefe da missão do FMI, e no fim do qual este disse à imprensa que “não há financiamentos para importar os bens necessários para São-Tomé e Príncipe”.
“Eu acho que o quadro está constituído para que se ultrapassem nos próximos tempos, aquilo que são as divergências que existem entre o governo e o FMI, ainda em negociações para um novo acordo entre as partes”, disse o Presidente da República.
Carlos Vila Nova disse esperar que ao longo da semana, “por aquilo que me foi dito, por aquilo que foram as preocupações que eu transmiti, nós consigamos evoluir e chegarmos a um entendimento que é quase que indispensável”, fazendo referência ao encontro com Slavi Slavov.
“Eu tenho que reconhecer que foi muito pertinente este encontro, informações de que eu precisava, algumas informações que eles [FMI] também precisavam”, sublinhou Vila Nova, acrescentando que “somos parceiros e nesta função há formas de contribuir para ajudar a que o quadro de relação entre o governo e os parceiros multilaterais, sobretudo, o FMI, possa ser revolvido. Há pequenas arestas que têm que ser limadas”, frisou.
Não obstante o “impasse”, o Chefe de Estado assegurou que “os trabalhos [entre o FMI e o Governo] decorrem a bom ritmo, tem havido franqueza que pelo que me foi dito, vai continuar por mais uma semana”.
“Nenhum dos parceiros do quadro multilateral fará seja o que for, em termos práticos, sem que haja o acordo com o FMI. É preciso que tenhamos consciência disto. Mas é preciso também que o FMI tenha consciência de que não pode, de nenhuma maneira, em nenhum momento, haver comportamento ou atitudes que possam constituir uma espécie de bloqueio”, desabafou o Chefe de Estado.
As declarações do Presidente da República surgem 24 horas depois do chefe da missão do FMI ter declarado que “neste momento, não há financiamentos para importar os bens necessários para São Tomé e Príncipe e que, por outro lado, a dívida está a um nível muitíssimo elevado”.
A presença da equipa do FMI em São Tomé e Príncipe enquadra-se no âmbito das negociações em curso, há mais de um ano, tendo em vista a assinatura do novo acordo de facilidade de crédito alargado.
Fim/RN