São-Tomé, 20 Mai 2024 (STP-Press) – A ministra da Educação, Cultura e Ciência, Isabel de Abreu, defendeu a necessidade do acordo ortográfico, “quando se assiste a divergência ortografica” entre os países da Comunidade de Língua Portuguesa.
“Um acordo ortográfico se faz necessário, onde existe uma divergência ortográfica entre comunidades que têm uma língua oficial em comum”, numa clara alusão a CPLP, segundo a ministra Isabel Abreu.
Isabel de Abreu fez esta declaração quando intervinha num debate sobre o “Acordo Ortográfico no sistema educativo são-tomense: sim ou não?”, organizado pelo Ministério da Educação, Cultura e Ciência de São Tomé e Príncipe, em parceria com o projecto ERGUES, financiado pela cooperação portuguesa e coordenado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr.
A ministra disse ainda que “é necessário compreendermos que em cada país há uma cultura, em que com a diversidade cultural também ocorre uma diversidade linguística”, sublinhando que há um aspecto relevante em torno desta questão: “A importância da língua como factor de educação e de inclusão na comunidade da CPLP”.
Por essa razão, continuou a ministra “não devemos perder de vista que a ortografia é uma convenção cultural e politica para a comunicação verbal escrita” e que ”um acordo ortográfico se faz necessário, onde existe uma divergência ortográfica entre comunidades que têm uma língua oficial em comum e que concorre para redução de divergência ortográfica entre diferentes países membros”.
A ministra da educação referiu-se ao facto de que “estamos há sensivelmente 18 anos, que marcam a responsabilidade assumida por São Tomé e Príncipe, para a sua implementação, mas que infelizmente não conheceu a sua efectividade”, e uma das consequências Isabel de Abreu aponta “as implicações que poderiam causar em termos de custos para o pais, sobretudo ao sector educativo”.
A intervenção da ministra são-tomense da Educação, Cultura e Ciência segue-se a do primeiro-ministro, Patrice Trovoada, que há pouco menos de duas semanas defendeu uma revisão do acordo ortográfico entre os países da CPLP de modo a “tornar a língua portuguesa mais simplificada e dinâmica e para espelhar melhor a diversidade cultural lusófona”.
O debate sobre o “Acordo Ortográfico no sistema educativo são-tomense: sim ou não?” pretendeu responder às questões como “Os novos livros didácticos para os Ensinos Básico e Secundário deverão ser redigidos segundo a ortografia oficialmente em vigor ou seguindo o AO”, “Quais os prós e contras de optar pelo uso do AO na revisão dos livros didácticos” e “Como lidarão professores e alunos, com uma eventual transição entre normas ortográficas? Qual a experiência de outros países, nomeadamente, Portugal, a esse respeito?”
Fim/RN