São Tomé, 15 Mai 2024 (STP-Press) – A União Europeia (UE) poderá ajudar São Tomé e Príncipe a estabelecer um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), de acordo com declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades, Gareth Guadalupe, e da embaixadora da União Europeia para STP, Gabão e CEEAC, Cécile Abadie.
Os dois responsáveis partilharam essa opinião, no final do “diálogo político” entre São Tomé e Príncipe e a União Europeia, presidido pelo primeiro-ministro, Patrice Trovoada, em que foi abordada uma série de assuntos de cooperação bilateral, nomeadamente, a situação sócioeconómica, política nacional, regional, o recente acordo militar com a Rússia, entre outros.
No final do encontro, o ministro Gareth Guadalupe informou a imprensa que “este diálogo político tinha vários pontos de discussões e versava sobre várias matérias a nível da política nacional, política externa e mesmo também a nível da CEEAC”.
A embaixadora Cécile Abadie, também em declarações a imprensa, disse que “foi efectivamente uma reunião muito longa, tivemos vários pontos de discussão, situação politica, situação económica, questões de cooperação bilateral, bem como a situação regional e a questão de cooperação multilateral”.
A diplomata europeia sublinhou que “não é necessariamente o objectivo deste diálogo sair com acordo ou com actividades específicas definidas, mas sim trocar informações e ter um diálogo permanente para uma compressão mutua”.
O ministro dos negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades disse também que o governo aproveitou o encontro para abordar e fazer o ponto da situação das negociações com o FMI, tendo referido que neste momento o país ainda não tem um programa com o FMI, e que a União Europeia “como um parceiro importante na esfera mundial, pode sensibilizar a organização, relativamente a aquilo que são as nossas preocupações”.
O chefe da diplomacia são-tomense acrescentou que a União Europeia está sensível em continuar a sensibilizar o FMI, porque “perceberam perfeitamente” qual é o bloqueio, que neste momento “tem a ver com a importação de combustíveis fosseis”.
Cécile Abadie confirmou que a União Europeia tem encontros regulares com o FMI, e com certeza vai encorajar a organização, da mesma maneira que encoraja o governo a tem um diálogo permanente.
“A União Europeia vai continuar a fazer isso, … criar condições para fomentar esse diálogo”, disse a embaixadora.
Sobre a política nacional, o ministro Gareth Guadalupe afirmou que “pusemos muita enfase na questão que tem a ver com as energias renováveis, que é algo que para nós não é um aspecto apenas ambiental”, sublinhando que “satisfazendo os aspectos ambientais também resolvemos as questões económicas”.
“Nós sabemos que a energia é a base para desenvolvimento de qualquer país”, acrescentou o ministro.
Quanto ao acordo militar com a Rússia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Comunidades anunciou que “tranquilizamos a União Europeia, que é um acordo como qualquer outro, sem tocar no aspecto da soberania, porque São Tomé e Príncipe como qualquer outro Estado é um Estado soberano”.
“Não obstante nós termos assinado este acordo de cooperação com a Rússia continuamos a dizer que condenamos a invasão da Rússia à Ucrânia”, repetiu várias vezes o chefe da diplomacia são-tomense.
A embaixadora da União Europeia disse ter gostado da frontalidade com que o assunto foi abordado neste “diálogo político”, assegurando a continuidade de apoio da UE ao Estado são-tomense, particularmente, no apoio orçamental, transição verde, transparência governamental, incluindo as eleições e outros projectos.
Fim/RN