São Tomé, 03 Mai 2024 (STP-Press) – O primeiro-ministro, Patrice Trovoada, pronunciou-se ontem (02), em entrevista à Lusa, em relação às informações que têm estado a dominar a actualidade informativa na CPLP e um pouco por todo o mundo, desde que o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que o “Estado português deve reparar as ex-colónias pelo seu passado colonial”, nas celebrações dos 50 anos do 25 de Abril.
Poucas horas depois de a ministra da Educação, Cultura e Ciência, Isabel D’Abreu, ter dito que “STP vai pedir a Portugal a reparação dos danos morais da colonização”, à margem do V encontro das Agências Reguladoras do Ensino Superior da CPLP, que decorre na capital são-tomense, o primeiro-ministro corrigiu que o assunto “não está e não vai estar na agenda do Governo a questão das reparações de Portugal pelo seu passado colonial”.
Patrice Trovoda disse que a ministra esteve sob pressão dos jornalistas e manifestou a sua opinião.
“Nós estamos virados para o futuro, … é uma questão que foi levantada em Portugal, mas que, honestamente, não nos preocupa, não faz parte das nossas prioridades e não faz parte da nossa agenda”, afirmou o chefe do Governo.
“Em São Tomé e Príncipe, evidentemente, algumas pessoas… é uma questão de opinião de cada um, algumas pessoas começaram a reagir favoravelmente às ideias do Presidente Marcelo (Rebelo de Sousa)… são questões de opinião, mas não é a posição do Governo”, disse Patrice Trovoada.
“A posição do Governo e eu é que tenho que dizer que a posição do Governo é que não está na agenda e não vai estar na agenda do Governo essa questão”, fez questão de reiterar o primeiro-ministro são-tomense.
E quanto à posição assumida pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova, na semana passada, em reacção às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que “a descolonização pode estar resolvida, mas os actos de maus tratos, de violência e outros que aconteceram não estão resolvidos” e que “vê as declarações do Presidente de Portugal com normalidade”, o primeiro-ministro respondeu que “o Presidente Carlos Vila Nova tem uma opinião, mas o que eu quero dizer é que o Governo de São Tomé e Príncipe é que define a política externa, e, em relação a Portugal, nós não temos de facto essa questão na agenda”, afirmou.
O primeiro-minbistro, Patrice Trovoada, fez questão de sublinhar que as relações bilaterais entre São Tomé e Princípe e Portugal têm outro foco: “estão mais voltadas para o “futuro”.
“Para nós, não é uma questão que nos preocupa, nós, em relação a Portugal, não estamos interessados nessa questão, estamos virados para o futuro com Portugal, nas relações entre os são-tomenses e portugueses e temos muitas coisas a construir em conjunto”, acrescentou Patrice Trovoada.
“Por conseguinte, com Portugal é amizade, é solidariedade, é procurarmos estabelecer pontes sobre as questões que preocupam não só Portugal, mas São Tomé e Príncipe, e (sobre) outras questões que preocupam toda a gente, como o clima, a paz, a democracia”, disse ainda.
Quanto às questões levantadas por Marcelo Rebelo de Sousa na semana passada, “não fazem parte da preocupação e da agenda do Governo são-tomense, isso tem que ficar claro e assim, pelo menos, passamos a outra coisa”, concluiu o chefe do Executivo são-tomense.
Fim/MF/Lusa