São-Tomé, 28 Abr 2024 ( STP-Press ) Uma embarcação de alta velocidade, com ligações prováveis ao narcotráfico, que foi encontrada arrojada em Março de 2022 na praia das Bicas, em Sesimbra, Portugal, foi recuperada pela Marinha Portuguesa e enviada no sábado (27) para São Tomé e Príncipe.
Segundo a notícia, que vem publicada na página online do jornal “País Ao Minuto”, citando um comunicado da Marinha Portuguesa, a embarcação vai reforçar o dispositivo militar português, estacionado em São Tomé e Príncipe, nomeadamente, através do navio-patrulha NRP Centauro, ao abrigo do acordo entre os dois países para a segurança no Golfo da Guiné, contra a pirataria marítima, tráfico de armas, contrabando e outras acções criminosas que se registam na zona.
A embarcação quando encontrada “encontrava-se muito danificada, estando o casco estruturalmente integro”. “Dos quatro motores fora de borda que a equipavam, dois teriam sido perdidos e os outros dois encontravam-se inoperacionais e irrecuperáveis”, explica a nota da Marinha Portuguesa.
“A sua recuperação visou, entre outras ações, a reparação estrutural do casco; o reforço da sua flutuabilidade, com recurso a espuma especial de célula fechada; a instalação de novos motores fora de borda; a total reconfiguração de cablagem eletrónica; do sistema de baterias e a instalação de bancos, que permitam acomodar em segurança todos os tripulantes. Foi, também, instalado um sistema de comunicações por satélite, uma cobertura em lona impermeável, que permite proteger a guarnição e equipamentos da exposição solar, bem como para proteção balística e a possibilidade de ser montada uma metralhadora MG3 à proa”, segundo a mesma fonte.
A embarcação foi recuperada pela Célula de Inovação e Experimentação Operacional de Sistemas Não Tripulados (CEOV), em parceria com o Centro de Manutenção da Autoridade Marítima Nacional (CM AMN).
Desse modo, o “casco” foi dado como perdido a favor do Estado português e entregue, por despacho do Ministério Público, ao projecto de capacitar a Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.
Completamente renovada, e com destino traçado, a embarcação foi apelidada de ‘Príncipe’. Possui um comprimento de 12, 8 metros, 2,7 metros de boca (largura máxima) e terá uma guarnição de 10 elementos, constituída por fuzileiros portugueses e militares da Guarda Costeira são-tomense, juntando-se assim ao NRP Centauro.
Com esta “EAV”, “para além do reforço de mais um meio para a missão de fiscalização marítima e busca e salvamento, a Marinha Portuguesa passa a dispor de uma embarcação com as capacidades offshore para intervenções rápidas de apoio ao Destacamento de Acções Especiais dos Fuzileiros, que, por exemplo, podem saltar de paraquedas em pleno mar, exponenciando este tipo de operações contra todo o tipo de crime marítimo na região”, termina o comunicado da Marinha Portuguesa.
Fim/MF/Marinha Portuguesa