São Tomé, 11, Abr (STP-Press) – A história de luta de libertação dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) vai compreender a produção de três Volumes, anunciou a Nazaré de Ceita, historiadora e Ceita, coordenadora pela parte São-Tomense pela elaboração da história de luta de libertação dos PALOPS.

O projecto em elaboração resulta de um desafio lançado pelo ex-presidente cabo-verdiano, Pedro Pires e que viria a ser abraçado pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço, visando a escrita da história de luta de libertação das ex-colónias portuguesas.

Nazaré de Ceita, que diante de um grupo de historiadores São-tomenses, terça-feira, no anfiteatro da Universidade Publica do País, disse o primeiro volume comporta as características das sociedades africanas no último quartel do século XIX até 1945, do pensamento nacionalista à formação das organizações políticas (1945-1966), bem como a clandestinidade.

O segundo volume centra-se na luta armada e política de libertação nacional (1961-1974), a administração das zonas libertadas, a frente político-diplomática e as mulheres na luta.

O terceiro, segundo a ainda Nazaré de Ceita, comporta as transições para as independências nacionais destas antigas colónias portuguesas.

Segundo garante a historiadora, a nova história de lutas de libertação nacionais dos PALOPS deverá estar concluída em finais de 2025.

Grupos de historiadores dos respectivos países abraçaram o desafio e os trabalhos estão em marcha, obedecendo a vários métodos e técnicas de investigação privilegiando a combinação de várias fontes.

Aquela historiadora afirmou que neste momento vários expedientes estão em curso, de entre eles, ‘’o diálogo, o cruzamento das fontes, fontes históricas, documentais, recolha de depoimentos, um extenso trabalho nos arquivos e nas bibliotecas’’.

O antigo presidente da República, Miguel Trovoada, presente na apresentação do projecto, esta terça-feira, considera que a perspectiva de abordagem da luta de libertação de S. Tomé e Príncipe deve recuar um pouco mais, no tempo.

Miguel Trovoada, ex-secretário de Relações externo do MLSTP e fundador do desta força política de libertação nacional, abordando a perspectiva de São Tomé e Príncipe, referiu-se que ‘’a primeira organização foi o CLSTP (Comité de Libertação de S. Tomé e Príncipe). Já tínhamos tido uma presença na Organização das Nações Unidas, já tínhamos assistido à nascença da Organização da Unidade Africana em Adis Abeba em 1963 e, tudo isso, era o CLSTP que já era uma organização de luta de libertação de S. Tomé e Príncipe. Não podemos ver uma apresentação de luta de libertação de S. Tomé e Príncipe com depoimentos em que nada disso é realçado e pretende-se que a história de S. Tomé e Príncipe comece depois de 25 de Abril. Isto não é verdade. 25 de Abril é uma consequência da luta de todos os nossos povos, incluindo S. Tomé e Príncipe e também dos democratas portugueses e da comunidade internacional que lutava pela libertação e dignificação do homem’’.

Miguel Trovoada, saúda, no entanto, a iniciativa, convicto que “ela avance de uma forma holística, objectiva e que se faça justiça à história”.

Nesta primeira sessão apresentação pública do projecto, foi notório a presença de bastante concorrida de antigo membros de luta de libertação nacional do País, dos quais se destacam Filintro Costa Alegre, Gabriel Costa, ex-primeiro ministro e Alda Bandeira, Guilherme Posser da Costa, ex-primeiro ministro Elsa Pinto, Ramos Dias e Ligia Barros.

FIM/STP-Press/MD

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