São-Tomé, 27 Nov. 2023 ( STP-Press ) –O primeiro-ministro Patrice Trovoada, deixou, este sábado, o país com destino ao Emirados Árabes Unidos (Dubai) para participar na Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP28) e, posteriormente, participar nas celebrações dos 75º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos ao convite da ONU.

“Vamos discutir mais uma vez as alterações climáticas e, sobretudo, vamos fazer advocacia de países frágeis, como nosso, que precisam de mais fundo para combater as alterações e mitigar todos os efeitos”, explicou o primeiro-ministro. 

“Será um momento importante. Para nós, estamos conscientes de que devemos aumentar a nossa capacidade de lidar com esses problemas, os novos mecanismos financeiros que existem. Vamos apresentar as novas pistas que estamos a desenvolver, nomeadamente no que diz respeito à protecção dos oceanos, aos mecanismos de termos acesso ao crédito Carbono, ao swap de dívida”, reconheceu.

STP, que possui o estatuto de países não emissor de Carbono, pode vir a seguir o exemplo de países como Cabo Verde e Portugal que “é um bom exemplo. Nós, provavelmente, iremos seguir por mesmo caminho, particularmente com Portugal”, avançou.

No que diz respeito aos Mangais, “nós fizemos alguns levantamentos, é, por exemplo, algo que poderá trazer uma contribuição razoável em função dos hectares disponíveis. Hoje, se olharmos para os preços actuais, a quantidade de Mangais que temos cá em São Tomé e Príncipe já pode rondar os três, quatro milhões de dólares, por ano”, apontou. 

“Isto é importante para uma economia com a nossa e preservação do Planeta, porque são plantas que protegem 10 vezes mais do que floresta, por exemplo”, argumentou.

O objetivo principal da COP28, de acordo com os organizadores, é revisar os posicionamentos e acções de cada país, além de revisitar o inventário de emissões.

No quadro das celebrações dos 75º aniversário da Declaração dos Direitos Humanos (DUDH), segundo a ONU, proteger esses Direitos é uma necessidade actual mais crítica do que muitos imaginam, por isso é que é vital expandir o conhecimento sobre este documento e promover os direitos que estabelece.

Abordado sobre questões orçamentais, disse que para semanas haverá novidades, acrescentando que “as negociações com o FMI continuam, as coisas estão apertadas”, mas o que “está acima de tudo são os interesses dos são-tomenses e vamos ver as soluções”, augurou.

Na circunstância, o primeiro-ministro avançou que o maior desafio nas negociações com o FMI é o mecanismo para financiamento dos combustíveis. “Nosso país  tem um problema crónico que é como financiar os combustíveis, que é o ponto mais difícil. Nós bem sabemos que  com a experiência do mês de junho, quanto é difícil resolver esse tipo de problema. Estamos a ver, sobretudo, como podemos garantir o financiamento do combustível.”

No passado mês de outubro, São Tomé e Príncipe surgiu na lista do FMI como um dos países africanos que deve reestruturar a dívida.

Fim/AD

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