São Tomé, 24 Out 2023 (STP-Press) – A poliomielite ou simplesmente a pólio é uma doença altamente infeciosa que afeta principalmente crianças menores de cinco anos de idade.
O vírus da pólio, é geralmente contraído pela ingestão de água contaminada e ataca o sistema nervoso, podendo levar, em poucas horas, à paralisia. Embora não haja cura, a pólio pode ser prevenida pela vacinação.
A vacinação contra a POLIO é um ato simples, em que basta colocar 2 gotas da vacina na boca da criança para ela ficar protegida para toda a vida.
Os sintomas da poliomielite variam de acordo com a gravidade da infeção. Nas formas não paralíticas, os sinais mais característicos são : febre, mal-estar, dores de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, constipação, espasmos, rigidez na nuca e meningite. Na forma paralítica, quando a infeção atinge as células dos neurônios motores, além dos sintomas já citados, instala-se a relaxação muscular que afeta, em regra, um dos membros inferiores.
Num passado recente, esta doença afetava a mobilidade de dezenas de milhares de crianças todos os anos. Porém, graças aos esforços internacionais, os países têm avançado nos seus programas de vacinação e alcançado significativa redução.
A primeira vacina considerada segura eficaz foi criada pelo Dr. Jonas Salk, médico, virologista e epidemiologista norte-americano em 1955.
A primeira vacina oral poliovírus (VOP) foi desenvolvida pelo Dr. Albert Bruce Sabin, médico e investigador polaco-americano, tendo sido aprovada em 1960 pelo governo americano.
Em 1985, O Rotary Internacional lança a iniciativa Pólio Plus, o primeiro e maior esforço coordenado do setor privado em apoio à saúde pública, com o objetivo de arrecadar 120 milhões de dólares para luta e a erradicação da poliomielite, através da vacinação de crianças em grande escala.
Em 1988, em reposta a uma resolução da assembleia geral da OMS, foi lançada Iniciativa Global de Erradicação da Poliomielite, uma parceria público-privada liderada por governos nacionais com seis parceiros principais – a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Rotary Internacional, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). ), a Fundação Bill & Melinda Gates e a Gavi (aliança para vacinação). O seu objetivo é o erradicar a poliomielite em todo o mundo.
Desde o lançamento da Iniciativa Mundial (GPEI) , a incidência global da poliomielite diminuiu 99,9%, graças a imunização de mais de 2,5 bilhões de crianças no mundo inteiro. Estima-se que existam hoje cerca de 16 milhões de pessoas que, de outra forma, teriam ficado paralisadas pela doença, e mais de 1,5 milhões de pessoas que estão vivas e cujas vidas poderiam ter sido perdidas.
Depois da Região das Américas em 1994, o Pacífico Ocidental em 2000, a Europa em 2002, o Sudeste Asiático em 2014, em 2020, a Organização Mundial da Saúde certifica a região africana livre da poliomielite selvagem.
Desde 1983, que não há registo oficial de nenhum caso de Pólio em São Tomé e Principe.
Até data, os rotários já doaram mais do que US$2,1 bilhões e muitos milhares de horas de trabalho, para proteger mais de 3 bilhões de crianças em 122 países contra a pólio. O Rotary foi o leader na mobilização de fundos tendo obtido até a data mais de US$10 bilhões de governos mundiais em favor da causa.
Não obstante o progresso obtido na redução da pólio, em 2023, a poliomielite permanece ainda endémica em 2 países (Afeganistão e Paquistão), estando o Rotary focado nos seguintes objectivos:
v Concretização do objetivo da erradicação total, concentrando os esforços nos dois países do mundo que ainda estão infetados com o “poliovírus selvagem”: Afeganistão 29 casos e Paquistão 58 casos, em 2020.
v Mantenção e reforço das atividades de vigilância e de assistencia técnica nos países de risco médi-elevado (Moçambique, RDC, Camarões, Indonésia, Papua Nova Guiné, Ucrania)
v No financiamento de programas comunitários de aliviação da pobreza
Por isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer a vigilância constante, dentre outras medidas, como por exemplo :
- Imunização de rotina:
Alta cobertura de imunização infantil com quatro doses de vacina oral contra poliomielite (OPV) no primeiro ano de vida em países endémicos, e imunização de rotina com OPV e / ou IPV em zonas de risco.
2. Imunização complementar:
Organização de “dias nacionais de imunização” para fornecer doses suplementares de vacina oral contra a poliomielite a todas as crianças com menos de cinco anos de idade.
3. Monitorização:
Vigilância ativa do poliovírus selvagem por meio de relatórios e testes laboratoriais de todos os casos de paralisia flácida aguda entre crianças com menos de quinze anos de idade.
4. Campanhas de “limpeza” e higiene direcionadas:
Saneamento básico e medidas adequadas de higiene; campanhas de “limpeza” direcionadas sempre que se observe a transmissão do poliovírus numa área focal específica; assegurar a qualidade da água utilizada para consumo de alimentos preparados; lavagem constante das mãos, especialmente antes de preparar as refeições, antes de começar a comer e depois de usar os sanitários; estímulo as crianças para a prática de hábitos saudáveis de higiene.
O ano de 2023 é o marco definido pela Organização Mundial da Saúde para haver um esforço global em prol da interrupção da transmissão da PÓLIO, com vista à sua total erradicação.
O dia 24 de outubro, é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. Esta data foi estabelecida pelo Rotary Internacional que abraçou a luta contra esta doença para celebrar o nascimento de Jonas Salk, líder da primeira equipa que desenvolveu uma vacina contra a poliomielite.
Os Clubes de ROTARY de STP, aliaram-se ao movimento internacional do Rotary de forma consciente e envolvente para que esse flagelo, quase desaparecido no nosso país, não conheça um retorno, por isso estamos confiante nessa luta, ao lado das autoridades competentes.
“A SAUDE E A VIDA DAS NOSSAS CRIANÇAS CONTA POR ISSO TUDO DEPENDE DE NÓS, OS PAIS”!
Fim/RCSTP